Do céu ao inferno

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Até aqui contei como foi lindo e gostoso me envolver num trisal.
A Juliana senpre foi o amor da minha vida. O Cauan é um gostoso que sabe como envolver uma mulher. No caso, duas.
Depois daquele sábado que fizemos sexo anal, e depois do que ele disse, fiquei balançada pra caralho. Eu nem sabia direito o que pensar.
Passei a noite sem dormir direito, lembrando da declaração que ele me fez e dos momentos deliciosos que passamos na cama da Ju e depois no banheiro.
E se a Ju percebesse que ele e eu estávamos nos apaixonando? Morri de medo de pensar naquilo. Ela tinha a cabeça bem aberta, mas podia dar merda. Tudo aquilo podia dar errado da noite por dia.
Mas mal sabia eu que uma coisa muito pior estava pra acontecer.
No domingo eu fui para o apartamento da Ju. A genre ia almoçar lá.  Mas ela me avisou que a mãe dela viria também.
Até aí, tudo OK. No dia anterior, o Cauan, a Ju e eu transamos tão intensamente que eu sobreviveria a um domingo sem sexo.
Cheguei um pouco antes do meio-dia.  O Cauan não tinha chegado ainda.  Quem atendeu foi a própria Juliana, que me recebeu com um beijo no rosto. A mãe dela tava na cozinha, ali perto, e nem podia desconfiar da nossa relação.
- Oi, amor - disse a Ju no meu ouvido enquanto me abraçou. Ela falou baixinho.  - Pena que não posso beijar tua boca.
- Depois a gente dá uma escapadinha - sussurrei.
Ela sorriu pra mim.
- Vem, o Cauan ainda não chegou.
Fui até a cozinha pequena e encontrei a dona Cláudia, mãe da Ju, cozinhando. Epa estava vestindo um shorts curto que dava até pra ver parte da bunda, e um top florido, sem sutiã.  Os peitos enormes estavam suados, e os mamilos imensos marcavam o pano.
- Oi, Kátia! - ela veio sorridente e beijou meu rosto quando me abraçou.  Os lábios dela eram grandes, carnudos e cobertos com um batom forte. - tudo bem? E a tua mãe, tá boa?
Respondi que sim.
- Que bom! - ela disse efusiva. - Deixa que hoje o almoço eu que preparo! Podem ir pra sala, as duas! Juliana, você não ia tomar um banho?
- Já vou mãe! - respondeu a Ju. - Vem, Ka. Eu preciso muito de um banho.  To toda suada. Você me espera na sala, tá bom? O Cauan vai chegar em meia-hora. Deixa eu ligar a televisão pra você. Quer tomar alguma coisa? Uma cerveja?
- To tranquila, Ju. Pode ir tomar teu banho.
Fiquei sentada no sofá da sala assistindo um dorama. Ouvi o momento em que a Ju ligou o chuveiro e desejei estar lá com ela, nós duas nuas e abraçadas, uma masturbando a outra com muita espuma de sabão. Mas com a dona Cláudia ali, ficava impossível.
Logo depois que a Ju entrou no chuveiro, a mãe dela apareceu da cozinha trazendo uma garrafinha de cerveja e o celular na outra mão.  Sorridente, ela sentou ao meu lado. Senti o cheiro forte do perfume floral dela. Vi os peitos grandes balançando, apontando os bicos pra mim, e as cochas brancas e carnudas ficaram expostas.
- Toma, Kátia, bebe um pouquinho enquanto o pernil não fica pronto.
Ela me ofereceu a garrafa e eu não consegui recusar. Tomei um gole.
- Obrigada, dona Cláudia...
Ela me olhou sorrindo. Os cílios dela eram enormes e pretos, o cabelo curto, cortado no estilo Joãozinho, também era bem escuro. Tão diferente da Ju que era loirinha, mas que puxou o pai dela.
- Estou muito feliz por vocês - ela disse. Eu não entendi, no começo.
Dona Cláudia continuava sorrindo pra mim. A boca dela era grande, e os lábios cheios de preenchimento. Ela pegou na minha mão.
- Eu sempre amei a amizade entre você e a Juliana - disse ela. - Agora que vocês estão mais próximas, então... Estou muito feliz!
- A gente sempre foi melhores amigas - falei.
Ela sorriu pra mim.
- Mas não só amigas, não é? - Ela perguntou.
Gelei.
Com certeza arregalei os olhos e desfiz o sorriso. Meus dedos tremeram. Ela segurava a minha mão e percebeu aquilo.
Dona Cláudia continuava me olhando de um jeito estranho.
- Não precisa ficar assustada, Kátia. Eu sei que você e a Juliana estão namorando.  Eu eu apoio isso! Você sabe que sou lésbica, né? Não tem problema nenhum, pra mim... Ah, e claro que vocês duas formam um trisal lindo com o Cauan...
Meu queixo tremeu. Eu não tinja como negar aquilo. Tentei sorrir pra ela, mas estava com medo. Ela conhecia a minha mãe, e se algum dia insunuasse que eu estava numa relação bissexual, seria o fim.
A dona Cláudia continuava sorrindo, e parece que leu meus pensamentos.
- Mas fica tranquila - Ela sussurrou.  - Teu segredo vai ficar bem guardado comigo, porque eu sempre gostei muito de você.
Ela pegou meu queixo e acariciou com os dedos. Eu tremia. Os olhos dela miraram minha boca, e ela passou a língua pelos lábios, como se estivesse com fome.
- Eu sei que tua mãe não pode descobrir isso - disse a dona Cláudia.  - Ela é toda religiosa e nunca ia aceitar, não é verdade?
- É... - balbuciei.
- Ah, Kátia, e fica tranquila! Não foi a Juliana que contou pra mim... Eu sei a senha do celular dela, e um dia ela me deu o celular e eu fui bisbilhotar o que a minha criança estava dazendo... Coisa de mãe, sabe?... Tirei ums prints de tela... quer ver?
Eu comecei a tremer mais forte. Porque ela tinha tirado prints de tela? Do quê?
Ela me mostrou o celular dela, e foi então que eu vi um pedaço de uma conversa com a Juliana. Tinha uma foto minha nua ali, um dos nudes que ela e eu trocamos.
- Adoro essa - disse dona Cláudia me mostrando aquilo, sorridente. - E tem essa outra também, que você conta como foi delicioso dividir o pinto do Cauan no cinema com a Ju...
Minha garganta fechou e meus olhos começaram a ficar cheios de lágrimas.  O que aquela mulher estava querendo me mostrando aquilo. Eu estava morrendo de vergonha, e comecei a passar mal de verdade.
Ela continuou.
- Acho lindo quando você conta os detalhes de vocês três na cama... Mas imagina se a sua mãe descobre... Ela ia ficar tão triste, não ia?
Comecei a chorar. As lágrimas escorreram pelo meu rosto e eu me escondi atrás das mãos.
- Ah, não fica assim, Kátia.  Você sabe que pode confiar em mim, não sabe?
Ela acariciou meus cabelos e, de repente, puxou meu queixo com força, me obrigando a olhar para ela.
O sorriso ainda estava lá, mas agora era um sorriso maldoso. Ela disse:
- Se você for boazinha comigo, sua mãe nunca vai saber de nada... Entendeu?
Eu estava paralisada, chocada e nervosa.
- Entendeu?! - Ela insistiu mostrando os dentes.
É claro que eu entendi. Aquela mulher esrava me assediando e ameaçando, e não tinha absolutamente nasa que eu pudesse fazer para me defender.
- Boa menina - Ela disse me vendo acuada. As lágrimas escorriam sem parar. - Vai ser muito boazinha comigo...
Dona Cláudia aproximou o rosto do meu. Ela ainda segurava meu queixo com força.  E então ela beijou a minha boca. Senti os lábios grandes e carnudos pressionando os meus. Senti o gosto forte do batom dela e o cheiro de flores.
Ela se afastou e manteve aquele sorriso de cobra.
- Hum, manchou tua boca...
A mão dela limpou o batom nos meus lábios. Então ela disse:
- Vou escrever pra você amanhã, pra gente marcar uma... "conversa"...
A Ju desligou o chuveiro. Nós duas percebemos.  Dona Cláudia sorriu pra mim, piscou com um olho e disse:
- Vou ver nosso almoço, minha flor.
Ela se levantou e voltou para a cozinha.  Senti vontade de sair correndo dali, e num impulso, foi o que fiz.
Levantei, peguei minha bolsa e fui embora sem me despedir da Ju. No Hal do apartamento, apertei o botão do elevador e parecia uma eternidade até ele chegar.  Chorei com força.
Ee repente, a porta do apartamento abriu e tomei um susto. A dona Cláudia apareceu e sussurrou pra mim:
- Vou falar pra ela que você passou mal e teve que ir embora, tá bom?... Beijinhos...
O elevador chegou e eu corri pra dentro dele.
Nem lembro direito o que aconteceu depois disso. Vaguei pela cidade chorando, sem coragem de voltar pra casa. A Ju me ligou três vezes, e eu ignorei três vezes.
Minha vida foi parar no inferno aquele dia.

Amor a TrêsOnde histórias criam vida. Descubra agora