A vida seguiu

1.4K 60 2
                                    

Nem preciso contar como foram os dias depois daquilo. Dá pra imaginar  a dor e a tristeza que eu senti.
A Juliana me bloqueou de todas as formas. E eu bloqueei a maldita da mãe dela. Confesso que não senti medo. Isso foi bom até certo ponto. A desgraçada ninca mais pôde me chantagear.
Claro que bloqueei o Cauan também.  O filho da puta enganou a mim e a Juliana. Eu estava começando a me apaixonar por ele, criando mil histórias de amor no futuro, mas o cachorro só queria comer todo mundo.
Ele trabalhava com a mãe da Ju antes mesmo de a gente formar o trisal. Com certeza ele já comia ela faz tempo.
Pelo menos a Ju viu ele também naquele dia maldito. Pelo menos a máscara dele também caiu.
Passei dois meses chorando escondida, sofrendo, envergonhada. Escrevi vários e-mails para a Ju contando tudo, explicando que eu só estava ali porque a mãe dela me chantageava... Mas todos voltaram, bloqueados.
Como se não bastante aquilo tudo, descobri que minha mãe estava transando com o pastor da igreja dela.
Certa vez ele foi em casa. Ele sempre ia para rezar com a minha mãe.  Como eu não gostava daquilo, eu sempre saía e ia dar umas voltas. Geralmente eunia para a casa sa Ju... Mas depois que ela me largou, comecei a ir para o shopping.
Um dia eu esqueci minha carteira e voltei pra casa depois de cancelar o Uber. Entrei e fui para o meu quarto, mas parei no caminho. Escutei gemidos, barulho estranho.
Andei na ponta dos pés e vi pela fresta da porta o que eu não queria ver...
Minha mãe de quatro em cima da minha cama, dando para o pastor. Ele puxava os cabelos dela e dava tapas na bunda enquanto metia nela com força.
- Vai, abençoa essa buceta! - ela gritava.
- Toma essa punição, sua pecadora! - ele respondia. - Cadela pecadora!
Sai dali horrorizada, anestesiada. Ver minha mãe fazendo sexo em cima da MINHA cama com um pastor, não foi nada fácil.
E querem saber do pior? O pastor era casado e tinha duas filhas adolescentes, sendo que uma delas tinha problemas mentais.
Depois daquilo resolvi viver minha vida.
O tempo passou. Um ano depois de perder a Juliana eu resolvi fazer faculdade.  Fui estudar jornalismo. Tentei esquecer dela arrumando um namorado. Conheci o Bruno, começamos a nos envolver e até transamos algumas vezes. Mas a verdade é que foi tudo muito sem graça.  Ele gozava rápido e nunca me deu prazer.
O namoro durou pouco.
Depois conheci uma professora que parecia lésbica.  Tentei dar em cima dela, e ela até parecia interessada, mas não rolou.
O tempo passou.
Cinco anos se passaram. Eu nunca me esqueci da Juliana, mas me convenci de que eu precisava seguir adiante.
Mas foi numa lanchonete que tudo mudou. Eu estava com uma amigas do estágio em jornalismo, tomando refri e comendo um lanche. Todas rindo felizes.
E eu a vi.
Ergui os olhos e vi a Juliana sentada em outra mesa.
Nossos olhos se cruzaram cheios de surpresa, e sorrimos.

Amor a TrêsOnde histórias criam vida. Descubra agora