Capítulo 13

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Sana.

- Complicado. - Foi o que Forger me disse, enquanto andávamos lado a lado pela floresta. A natureza ao redor de casas enfeitadas com flores e até cogumelos gigantes, era normal por ali. - Não se lembra nem mesmo dos outros príncipes?

- Eu já te falei, nunca conheci uma fada na vida.

- O anel...- Seu tom diminuiu, enquanto seus olhos escuros confirmavam a ausência de fadas por perto. -...pode ser a explicação?

- Não sei. O símbolo do anel é muito parecido com os que tenho visto em alguns objetos reais. Minha cama...- Heistei em continuar, sem saber se Forger já estava ciente de onde me colocaram para dormir. Mas Rachel já deveria ter lhe avisado. -...os detalhes que ficam acima da cortina, sobre a cama, são muito similares e...ontem, algo estranho aconteceu.

- O que houve? Preciso de detalhes se quiser que presuma algo.

- O anel abriu. Nunca tinha acontecido isso antes. - Levantei minha mão, retirando a luva que coloquei, decidida a manter tal joia em segredo das demais fadas. O ouro do material brilhou em reposta a claridade do sol, mostrando a imagem do trevo.

- Isso só prova a origem dessa joia. Precisamos encontrar um jeito de tira-la do seu dedo.

- Já tentamos de tudo.

- Errado. - Sua afirmação me deixou confusa. Ele mesmo me ajudou a tentar encontrar soluções. - Tentamos com as condições e limitações que tínhamos no reino humano. Mas aqui estamos cercados por magia. A mesma que compõe esse objeto. Talvez, alguém saiba o que fazer.

- Não tinha pensado nisso. - A ponta de uma esperança apertou meu coração, me fazendo ansiosamente coçar o anel. - Podemos aproveitar esse tempo em que a rainha nos permitiu passear pelas redondezas.

- Com cuidado, Sana. - Seu olhar se tornou mai duro. - Devemos procurar alguém que não tenha muito contato com a rainha Taliena ou seus filhos. Se isso chegar ao ouvido deles...

- Sei os riscos que corremos e agradeco por estar me ajudando a esconder isso. Fica tranquilo.

- Somos uma família, Sana. Mesmo que não pareça, as vezes. Pode confiar em mim. - Suas palavras viviam me pegando desprevinida. Mas como nas demais vezes, apenas me foquei na terra por debaixo de nossos pés e coloquei a luva novamente. Ignorar qualquer tentativa de laços familiares era...instintivo para mim.

Apressamos nossos passos, ao escutar algumas gargalhadas mais a frente. Alef e Ramom pareciam estar prontos para o festival, vestidos com os uniformes costumeiros, mas com uma cor diferente de quando chegamos.

- E aí?! Bom dia meu povo. - Ramom se aproximou com os braços abertos e um sorriso no rosto. Sua atenção se focou em mim e minha roupa. - O que temos aqui?! Esse mundo é mesmo mágico. Só magia explica essa nova Sana.

- Não começa. Luara me forçou a vestir isso. - Meu tom de voz se tornou rancoroso, conforme olhava para suas roupas. Que inveja! As minhas permaneciam guardadas a setes chaves em meu guarda-roupa. - Apesar de estar tentada a voltar para o quarto.

- Ah, não vai mesmo! - Ramom pegou minha mão pelas pontos dos meus dedos e me rodopiou, fazendo com que o vestido levantasse um pouco sobre o ar. Seu tecido leve permitia aqueles movimentos. - Está maravilhosa! Quem dera pudéssemos ter uma visão dessas todo dia.

- Isso é exagero. - Resmungou Alef se aproximando, com a jaqueta negra em seu corpo e cabelos loiro penteados para o lado. Os claros olhos eram ainda mais evidentes na claridade. Se mantivesse a boca fechada, talvez fosse considerado um homem de bela aparência.

- E você está o mesmo! - Eu disse, com um sorriso zombeteiro pairando sobre meus lábios. - Idiota e estúpido como sempre!

- Além de fedorento. - Ramom colocou as mãos sobre o nariz, me soltando. Sua piscadela me mostrou que iria me ajudar na brincadeira. - Faz quanto tempo que não toma banho?!

O Beijo Da Fada (CONCLUÍDO).Onde histórias criam vida. Descubra agora