Irene foi até o quarto da amiga e bateu na porta esperando permissão de entrar.
- Quem é? - Berenice perguntou de dentro do quarto.
- Irene pode abrir por...
Irene nem terminou de falar que a porta do quarto foi rapidamente aberta, ela respirou fundo antes de dar um abraço na amiga.
A vida não tem dado trégua, ela estava cansada. Feliz mas cansada, uma criança era sinônimo de alegria normalmente fruto de uma paixão.
Ela abraçava Nice com tanta força, se permitiu cair em lágrimas e ser arrastada para dentro do quarto. As duas deitaram juntas da cama, Nice consolava a amiga...já tinha feito isso um vez e iria fazer quantas vezes fosse preciso!
Irene não consegui colocar suas emoções em palavras ela nunca teve um lar de verdade, o medo de machucar o bebê que ela estava esperando como ela foi machucada era enorme.
Antônio falou que o filho também era dele mas até que ponto ele iria ajudá-la? Ela sempre esteve sozinha. Jurou para si mesma que se um dia tivesse filho seria diferente.
Mas ela não era casada, não tinha um emprego, não tinha uma casa! No que ela poderia ser diferente? Ela só tinha uma certeza, a certeza de que iria amar aquela criança com todo seu coração, iria proteger a qualquer custo.
Irene tinha uma figura maternal muito longe, perdeu sua mãe muito cedo. Ela não era ruim mas fazia de tudo para não irritar o marido, fazendo Irene quando ainda era criança ser anulada.
Sua mãe sempre deixou claro para ela o papel de uma mulher dentro de uma família, o pilar de uma família é a mulher. Quem mantinha a "máquina" funcionando era a esposa, por trás de todo grande homem existe uma grande mulher.
- Está se sentindo melhor? - ela ouviu a mais velha pergunta depois de seus soluços serem silenciados.
- Sim...obrigada por me confortar. Sempre que eu preciso você está comigo.
Em tão pouco tempo aquelas duas mulheres tinham criado uma relação de irmandade tão grande, elas encontraram conforto uma na outra.
- Sempre pode contar comigo, como você está depois dessa novidades? - ela respondeu limpando a maquiagem borrada de Irene.
- Igualmente. Estou um mar de emoções, nunca tive o desejo múltiplo de ser mãe mas agora parece que eu vou explodir a qualquer momento! Estou uma pilha de emoções e eu não sei como vai ser daqui para frente, não sei se eu consigo dar a estrutura que uma criança precisa. - ela desabafou se jogando do outro lado da cama.
- Posso imaginar como sua cabeça tá bagunçada, o quê o Antônio falou?
- O bebê também era dele, ele disse que iria ajudar. A médica passou um monte de vitaminas, ele passou na farmácia e comprou tudo! - ela dizia com um pequeno sorriso. - Eu entrei na farmácia com ele e as pessoas ficaram olhando, fiquei um pouco incomodada.
- Olhando como?
- Sei lá...julgando talvez. Acho que a cidade inteira já sabe que eu trabalhava aqui.
- Não ligue pra esses fofoqueiros, cidade pequena é assim. Olha eu estou surpresa pelo Antônio ter aceitado de boa esse bebê, não que ele seja ruim mas não é uma pessoa muito confiável.
- Nice, não fale assim.
- Perdão, esqueci que ele é seu futuro marido! - ela se desculpou brincando com a amiga. - Aliás cadê sua bolsa?
- Ficou na casa do Antônio, por falar na casa dele amanhã ele me chamou para ir novamente.
- Hum...

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daylight
RomanceOnde Irene não sabe o quê é o amor. Onde Antônio descobre o verdadeiro significado do amor.