21|saudades.

409 39 43
                                    

Alguns anos se passaram e muita coisa aconteceu.

Caio estava com cinco anos e Daniel com quatro, Irene começou a ajuda o marido nas questões da fazenda e isso fez com que a relação de trabalho entrasse na vida deles. Consequentemente tudo estava mais frio, a paixão não era mais a mesma mas o amor e respeito prevalecia.

Berenice e Silvério engataram em uma relação, fazia alguns meses que os dois moravam juntos.

O império de Antônio só aumentava cada vez mais, com a ajuda de Irene eles tomaram conta do mercado produtor de Nova Primavera.

Os únicos momentos familiares que eles tinham era quando estava com os filhos, Caio surpreendentemente as vezes se referia a madrasta como mãe.

Ele e o irmão era um poço de amor, toda a felicidade de Antônio e Irene podia ser transmitida nesses dois.

— Nice estou preocupada, não é mais a mesma coisa. - Irene disse colocando os pés no sofá.

Ela foi até a casa da amiga e Silvério para conversar sobre o distanciamento do seu relacionamento.

— Qual que ele pode estar de traindo? - a amiga fez uma cara de dúvida.

— Não, isso não. Desde que eu comecei a trabalhar com ele virei amiga de trabalho e não esposa, faz meses que não vamos pra cama, só conversamos quando falamos dos meninos. Parece um casamento sustentado por filhos. - ela desabafou com um voz chorosa.

— Já tentou conversar com ele?

— Que horas? A gente passa o dia trabalhando em salas diferentes, chega em casa damos atenção às crianças e quando tento falar no quarto ele já dormiu!

— Fala com ele hoje. Se quiser eu pego o Caio da escola e passo na sua casa pra pegar o Daniel. Silvério tá viajando só chega amanhã de manhã.

— Você faria isso por mim?

— Qualquer coisa por você, agora vamos desfazer essa cara de choro! - Nice diz oferecendo um sorriso para a amiga, que retribui.

— Hoje temos um jantar de negócios, quando chegamos em casa vou conversar com ele. Tenho uma reunião preciso ir. - ela diz colocando os sapatos dos pés. — Amanhã você vai pro aniversário da graça? Ela vai completar dois anos.

— Sim, fui convidada. Te encontro lá.

— Tá bem obrigada!! Amanhã de manhã eu passo aqui e pego os meninos. Te amo minha amiga, obrigada. - agradeceu dando um abraço nela.

— Não precisa agradecer, te amo e se cuida viu.

[...]

Era de noite quando o casal chegou em casa, como já tinham jantando os dois não foram até a sala de jantar.

Antônio notou que os filhos não estava na sala e foi até os quartos para conferir mas não encontrou nenhum deles.

— Ô Irene. - Antônio falou alto entrando no quarto.

— Sim, pode falar. - disse saindo do banheiro de roupão.

—  Cadê os meninos? Eles não estão no quarto.

— Pediram pra dormir com a Nice hoje, como Silvério tá viajando eu deixei. - ela mentiu dando um sorriso fraco.

— Ah bom que a gente descansa um pouco.

Antônio foi pro banheiro tomar um banho e Irene sentou na cama esperando o marido retornar.

— Podemos conversar? - ela perguntou quando o fazendeiro saiu do banheiro.

daylightOnde histórias criam vida. Descubra agora