Capítulo vinte e sete

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Foi tudo rápido demais.

E eu apenas sabia de que doía.

Não me recordava tanto, afinal, eu recebi no hospital assim que cheguei todos os cuidados que deveria e também anestesia, após ter sido preparado com um banho e utilizado as roupas daquele hospital.

Nós, ômegas machos, não possuímos o canal de saída para os bebês como as ômegas fêmeas, então todos nós precisamos fazer cesária. E eu sabia de que era por isso que eu estava me sentindo sonolento assim e não mais tanta dor como antes, por conta da anestesia de que eu senti que deram em minha coluna ao me virarem de lado.

Foi uma correria até o hospital, gritos de desespero e agonia, afinal, todos estávamos nervosos de que finalmente teríamos nossos filhos, e o Jungkook havia entrado comigo pela porta do hospital.

E também na sala cirúrgica.

Eu não conseguia ver nada, sinceramente, mas eu conseguia sentir de que estavam mexendo em mim, em meus organismo e em minhas entranhas. Mas o jungkook, em pé ao meu lado, via as coisas completamente encantado, ao mesmo tempo que abismado, com uma pitada de preocupação.

Nossas mãos estavam entrelaçadas e eu sentia que pelo nosso laço o quanto de que os nossos sentimentos estavam malucos, inquietos e ansiosos. Ambos estávamos em sincronia nesse sentido.

Estavam me cortando, todas as sete camadas de minha pele, e o Jungkook ali, me olhando quieto e com aquele olhar tentando me passar conforto, e estava conseguindo.

Havia um pano separando a minha visão da parte de baixo de meu corpo, especialmente do quadril para baixo, porém, ao ver o Jungkook sorrir e os olhos brilharem, eu notei de que aquelas orbes tão lindas de meu alfa finalmente viam os nossos filhotes.

E enfim, o coral de choro de recém-nascido ecoou por todo o recinto, e as mãos do Jungkook apertaram as minhas mais fortemente, assim como eu também apertei as dele. E nos olhamos, felizes, sabendo de que a partir dali a nossa vida agora passaria a ser mais completa, mais intensa e cheia.

— Eles são lindos. — Comentou, baixinho, por debaixo da máscara, sorrindo em minha direção com seus olhos brilhantes e com todos a galáxia de que o universo poderia oferecer.

Eu vi primeiro a menina sair, e ela era tão pequena. Estava coberta de sangue e estava chorando tão alto, assustada, eu quis segurar. Porém, eu não consegui de fato dizer nada, nem pedir por isso. Então eu apenas suspirei, baixo, e olhei eles levarem ela para distante após cortar de nosso cordão.

Pela primeira vez olhando a minha filha, senti algo novo crescer em meu peito, um amor intenso e forte. Único. E foi a mesma coisa quando saiu o nosso menininho também.

Eram tão branquelos, rosinhas, e cabeludos. E chorões, bastante chorões. Mas chorar eu sei que quer dizer algo bom, e eles tinham um pulmão e estava funcionando tudo muito bem. Eu sei que eles vieram um pouco antes da hora, mas ainda sim, vieram aparentemente com muita saúde. Só são tão ansiosos como os papais deles.

Eu me senti tremendamente fraco e olhei ao meu homem, que me olhava de volta, e em nossos olhos haviam lágrimas de que não notamos quando foi que vieram até ali, e estávamos nos sentindo ótimos, felizes e bem. Nossa família estava a caminho e sabíamos disso.

Era algo diferente. Mas que eu certamente estava adorando.

Então, adormeci.
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Eu não fui para casa após tudo isso, é óbvio. Como nosso filhos vieram um pouco antes do previsto, precisaram ficar em observação, apesar de terem dito para nós de que eles estão bem e são saudáveis.

Best Mistake • JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora