Capítulo cinco

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Algumas semanas haviam se passado e eu estava já mais ou menos normalizado. Havia aceitado o meu destino, meu erro, e estava mentindo aquilo para o Jungkook de uma maneira fenomenal de uma forma que até eu mesmo me impressiono que eu consigo.

Confesso que está sendo difícil evitar as coisas que ando sentindo sobre o alfa que sinceramente só andam crescendo. Nossa relação nem sempre foi do trabalho e sempre fomos chegados fora de lá, porém, as coisas haviam mudado na minha mente desde aquela fatídica noite em que nos embriagamos e eu não consigo vê-lo mais com um amigo ou chefe. O desejo como homem, como alfa, e isso tem me corroído fortemente. Não evito que as batidas de meu coração acelerem quando ele está perto.

Porém, eu disfarço bem. Está complicado, mas eu creio que ele não saiba de nada. Quando ele descobre algo ou algo o incomoda, ele deixa visível, e bem, não é o caso agora.

— Jimin, preciso que venha almoçar comigo. — Ouvi a voz dele ecoando, do nada, em minha sala. Ele havia entrado sem nem pedir licença, o que sinceramente era viável visto que a empresa era dele. Então, engoli seco o olhando em pé na minha porta. — Agora. Vamos. — Deu a ordem.

Eu sequer tive tempo de raciocinar e, num suspiro, deixei a minha sala com ele.

Geralmente quando ele me chama para almoçar, especialmente nesse tom sério, é algo envolvendo o nosso trabalho e eu sabia de que provavelmente era algo voltado para isso. A nossa empresa está uma loucura, em tempos bons eu diria, mas claramente agitada. O chefe não anda descansando muito bem e há muitas coisas para resolver. Somos uma empresa de cosméticos, aliás.

Então, quando chegamos num restaurante que era fora do prédio, que aliás tinha sua própria área de alimentos e não muito usada pelo Jungkook, eu suspirei, fazendo o pedido junto dele de imediato.

Eu não sabia exatamente o que falar e desde quando você mente para alguém, esconde dela algo de suma importância e acontecem as coisas que nos aconteceram, é difícil simplesmente impossível não ficar nervoso com qualquer proximidade. Então, esperei ele começar a dizer o que deveria, mas isso, ele não fez antes de nossos pratos chegarem. Ele ficou apenas no celular até que, enfim, o almoço começasse.

— Eu diria que ambos de nós estamos bastante atarefados com as coisas do trabalho, não? Mas estamos em tempos gloriosos e de fartura, Ji, então preciso de habilidade e precisão. Você é o meu melhor assistente. — Disse, apontando o garfo para mim.

Eu sorri, meio tímido, assentindo.

— Obrigado, senhor Jeon.

Comecei a comer. E o meu prato em comparação com o dele, era imenso. Já que haviam porções e eu pedi a maior que tinha. Então, assim que eu dei a primeira garfada no meu prato, ele me olhou estranhando completamente e eu quis sorrir com a feição confusa dele, mas não dei a mínima e continuei comendo.

— Você anda se alimentando bem, ultimamente. Isso é... Bom, mas estranho. Você comumente come pouquinho.

Eu sorri falso, completamente.

— Ah, é só o estresse, acho. E também eu tô tomando uma vitamina que abre bem o apetite. — Não havia vitamina alguma, mas ele pareceu acreditar.

Ele sorriu também, breve. E como se não fosse nada demais, levou sua própria mão até a minha barriga, alisando a área e na hora meu sorriso sumiu, achando aquilo demais. Porém, ele não pareceu ter notado meu desconforto perante a situação, já que ficou apenas sorrindo e fazendo gesto sobre minha pança ainda pequena.

Mas muita coisa se passou na minha mente.

Ele estava alisando seu bebê, que estava crescendo em minha barriga e que ele não tinha sequer noção disso. E eu sabia que era apenas mais uma de suas brincadeiras idiotas, mas eu sabia de que para mim, felizmente ou não, não era só isso. E quis muito chorar e sair correndo, mas não o fiz. Só mostrei meu melhor sorriso, vendo ele após afastar a sua mão.

— Espero que fique com barriguinha de pochete. — Comentou, risonho.

— É... — Meu riso era trêmulo. — Pochete.

Sorrimos juntos, com ele sequer fazendo ideia do que estava havendo.

— Na verdade, queria te chamar para comunicar algo em específico, Jimin.

— Pode dizer. — Respondi mais sério.

Ele engoliu a comida que havia posto na sua boca e limpou após seus lábios de que não estavam sequer sujos com o guardanapo, antes de continuar. Então, engoli seco, tentando pensar no que seria.

— Estamos abrindo uma filial no japão, a primeira, você sabe. E eu preciso que vá comigo numa viagem para me ajudar e agilizar. Será uma viagem rápida de três dias. Iremos na sexta durante a noite e voltamos domingo durante noite. E é nessa semana. — Completou.

Eu engoli seco, completamente nervoso e sentindo os meus dedos do pés formigarem.

Eu sabia de que não poderia simplesmente dizer que não iria porque era para trabalho, então eu sabia de que iria ir, querendo ou não. Mas com tanta coisa acumulada em meu coração e mente, eu não sabia mesmo se daria conta e, estando nutrindo um amor platônico por ele, uma viagem sozinho com este homem era tudo o que eu não precisava agora.

Mas eu lá tinha escolhas? Faríamos essa viagem.

Agora, era eu entender, se eu a enxergaria como uma viagem em trabalho, que é como ela era e de fato significava, ou se eu a veria como uma viagem em família.

Simplesmente, eu sou a pessoa mais azarada do mundo.

NOTAS: OS CAPÍTULOS SERÃO TODOS EM SUA MAIORIA NESSE TAMANHO E EU ESPERO QUE VOCÊS TENHAM CURTIDO. AS ATUALIZAÇÕES SERÃO DE DOIS EM DOIS DIAS OU DE UM EM UM, NÃO ESQUEÇA DO VOTO E COMENTÁRIO QUE SEMPRE ME MOTIVAM DEMAIS. SZ.

Best Mistake • JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora