Capítulo quatro

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No dia seguinte, realmente não fui ao trabalho.

Eu estava na minha casa, sentado no sofá com olheiras imensas e a cara inchada de tanto chorar. Felizmente há alguns bons minutos de que a minha crise existencial já acabou, e agora já não tenho mais lágrimas para expressar a minha frustração. E agora estou sentado no sofá de minha sala, assistindo a algum filme que sequer presto atenção, em silêncio e comendo doces.

Eu estava fungando, evidenciando que por muito tempo fiquei chorando como um bebê, mas eu acho de que agora eu já aceitei. Sem muita saída, afinal. O que eu faria com isso? Não tinha escolhas.

Mandei apenas uma mensagem simples pro meu chefe e disse que não iria hoje, mas que amanhã eu retornaria normalmente para o trabalho. Hoje eu especialmente não queria ir vê-lo. Nem estava me sentindo tão mal assim no meu físico, porém eu não teria forças para ver o Jungkook hoje. Seria estranho. E eu queria poder dizer tudo, mas eu sei que seria errôneo e que, no máximo, o que eu teria era mais um outro problema por desemprego.

Era meio dia quando eu pedi algo para comer no aplicativo, não tinha sequer vontade de cozinhar mesmo que fosse algo que eu genuinamente gostava. E não demorou a chegar, visto que a minha campainha tocou, visando de que havia chegado a minha comida e que, aliás, eu estava faminto. Eu como demais quando estou chateado com alguma coisa e eu sabia bem que ao longo da semana engordaria mais uns quilinhos.

Levantei, peguei meu cartão, abri a porta. E ali eu não vi sequer qualquer entregador, era o Jungkook. Ele pareceu surpreso quando viu meu rosto, possivelmente acabado, e eu apenas engoli seco.

O que diabos ele estava fazendo ali?

— Jimin... Eu vim te ver no horário do almoço. E, veja bem, trouxe suprimentos. — Balançou algumas sacolas no ar, evidenciando de que havia pedido comida, e vendo pela embalagem seria japonesa; meu tipo de comida favorita.

Eu sorri falso para ele. Não saberia exatamente ser grosso, mas eu não queria que ele viesse aqui desse jeito, me visse dessa forma em que eu estou. Mas antes de que eu sequer pudesse dar qualquer desculpa para fazer ele correr daqui, ele já entrou, não perguntando sequer se poderia. E eu sei de que temos uma certa amizade fora do trabalho, mas naquele momento isso me deixou nervoso. Mas nada pude fazer.

Só fechei a porta e adentrei em meu apartamento com ele no encalço.

O vi arrumar a pequena mesa de centro com as coisas de que havia pedido e os sucos, pondo algumas almofadas no chão para que a gente sentasse. Completamente invasivo... E fofo.

Droga, eu não deveria estar sendo coração mole.

— Senhor Jeon, eu...

— Jungkook, Jimin-ssi. Não estou aqui como seu chefe agora, mas um amigo. — Disse me olhando arqueado, levando após a sua mão até a minha e a acariciando um pouco. — Um amigo que está preocupado com você, aliás. Está doente, distante. Eu quero cuidar de você, ao menos agora.

Abri a minha boca, mas não consegui dizer nada.

Por que ele tem de agir desse jeito, tão bonitinho e fofo? Eu quis chorar, já que apenas por aquelas palavras e aquele toque de carícia que ele estava dando sobre a minha mão, eu senti o meu coração vibrar como um idiota. E eu fiquei vislumbrando coisas que não são reais, idealizando, sentindo de que meus sentimentos estavam ainda aflorados demais por aquele alfa. Mas isso era um problema.

Então, me desvencilhei de qualquer toque seu, indo me sentar no lado oposto no qual ele estava. E ele ficou pensativo sobre isso, mas nada disse.

— Tudo bem. Eu só não fui hoje para descansar e tudo mais. Mas num geral eu estou bem melhor! — Sorri, tentando transparecer alguma verdade no que eu estava dizendo, já ele, arrumando ainda as coisas, me olhava como se não estivesse acreditando em nada.

— Sua feição está péssima. Parece cansado e... Andou chorando? — Perguntou simples.

— Não. — Sim. — Foi alergia a poeira.

Ele assentiu, acreditando. Quase que eu respirei fundo de alívio.

Assim que ele terminou de ajeitar as coisas sobre a mesa, sorriu doce para mim, puxando alguns assuntos aleatórios e dizendo algumas coisas bobas, fazendo piadas, claramente tentando mesmo me animar e cuidar de mim de alguma forma. E isso me aquecia o peito e era esse o problema; eu não deveria sentir essa quentura em meu âmago.

E ali, olhando ele sorrindo para mim, mostrando-me seus dentes perfeitamente alinhados e fofos num sorriso juvenil, eu sabia de que estava completamente ferrado. E era o único nessa.

Ele apenas está agindo como um amigo agiria. Provavelmente se fosse ele, eu agiria do mesmo jeito, e ele também agiria assim por qualquer amigo dele. A grande questão é: eu não estou mais o vendo dessa maneira mais. E isso me corrói. Porque além de estar esperando um filho, ou filha, deste alfa tão inalcançável, eu provavelmente estou me apaixonando. E eu não queria que isso estivesse acontecendo. Não seríamos uma família feliz e ele não retribuiria aos meus sentimentos.

Eu sou um ômega que se apaixonou pelo chefe bonitão, olha só que clichê.

Não havia mais escapatória. Eu estava completamente perdido dali em diante.

NOTAS: OS CAPÍTULOS SERÃO TODOS EM SUA MAIORIA NESSE TAMANHO E EU ESPERO QUE VOCÊS TENHAM CURTIDO. AS ATUALIZAÇÕES SERÃO DE DOIS EM DOIS DIAS OU DE UM EM UM, NÃO ESQUEÇA DO VOTO E COMENTÁRIO QUE SEMPRE ME MOTIVAM DEMAIS. SZ.

Best Mistake • JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora