Two

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Noah.

Seguimos para os carros, um dos meus subordinados veio ajudar a Victoria, mas eu neguei sua ajuda e pedi para que ele fosse para o carro que ele estava. Levei Victoria para o meu carro, colocando ela no banco detrás, com outro dos meus caras, fui para o banco do passageiro e Elliot entrou no do motorista.

Victoria tossiu um pouco, chamando a atenção do meu amigo que me encarou sem entender nada, apenas apontei para frente para que ele seguisse caminho e parasse de me encarar daquela forma, afinal eu que faço minhas escolhas.

Os carros foram em direção ao galpão onde ficariam as outras meninas, não pensem que é qualquer galpão, é um local todo equipado com quartos, banheiros, sala... Tudo construído pelas nossas mãos. Somos conhecidos como Os filhos da noite ou Los hijos de la noche. Por onde passamos somos respeitados e não pretendemos acabar com isso.  Minha vida é sempre muito corrida quase não tenho tempo de ver minha namorada, Charlotte. Ela vive praticamente o dia todo na rua, estudando e trabalhando. Mesmo que eu diga que não há necessidade, nunca vi Lottie me pedir um mísero centavo, eu que dou presentes caros e tudo o que o dinheiro puder pagar, mas entendo que ela não leva a mesma vida que eu e que ela não está interessada em iniciar nesse caminho. Apesar de que ela seria uma ótima chefia -Charlotte pode ser bem mandona quando quer-, também não quero ela envolvida nesses esquemas.

Assim que chegamos na frente de minha casa e estacionamos o carro, desço do mesmo vendo Elliot vir atrás de mim, prontamente o encaro.

-Tu não pode fazer isso, mano. -diz ele num tom preocupado.

O encaro atentamente sem entender do que se tratava.

-Não estou te entendendo, rapá.

-Qual foi, Noah? O plano era só resgatar essas minas e tu trás uma pra tua casa. Logo ela. A White. E a Charlotte?

-E o que tu acha que eu vou fazer com essa garota, Elliot? Tá maluco, porra?! -me altero um pouco, vendo os olhos dele se arregalarem.

-Calma, chefe, tá assustando a garota.

Ouço a voz do curupira, me virando para ele e Victoria tinha os olhos arregalados e marejados, assustada. Comigo. Porra, Noah. Mordi meu lábio inferior, nem tudo na vida são flores né? Vai dizer que ninguém se estressa um pouco... Principalmente quando te enchem de perguntas sem graça que tu nem tinha noção que alguém pensaria tamanha idiotice, ainda mais um amigo seu de anos e anos.

-Tranca tudo e podem seguir rumo pra casa. Vem White. -falo para os garotos e ouço a garota murmurar um "boa noite".

Abro a porta de entrada que dava para a grande sala do Kitnet que eu moro, a proposta era exatamente esta, uma casa grande e aconchegante para um mexicano que mora sozinho e mal para em casa. Contratei arquitetos, pessoas que fazem bagulho de casa e os carai. Sinceramente? Valeu muito a pena.

Coloco minhas chavea na mesinha que tem por detrás da porta de entrada, caminhando até a cozinha, lavo minhas mãos e vou até o andar de cima que ficava meu quarto, pego uma toalha limpa e uma camisa minha. E a calcinha?
Ergo uma sobrancelha pensando em como faria isso. Pego meu celular, vendo as mensagens. A primeira e a única que me interessa: Charlotte.

Meu amor: Vida? Chegou?
01:55 a.m

Eu: Sim, amor. Olha tu deixou alguma roupa tua nova aqui?
03:20 a.m

Meu amor: Tem as que tu me deu... Pq?
03:21 a.m

Eu: Depois te digo. To cansadão, morô? Te amo muito, minha delícia.
03:21 a.m

Meu amor: Te amo, descansa. Tô estudando.
03:22 a.m

Eu: Bons estudos.

Bloqueei o celular após enviar pro meu pai que a filha do White tá comigo. Fui até meu banheiro, me lavando rapidamente deixando meus cabelos molhados e fiquei sem camisa, pois irei dormir no andar debaixo para que a outra garota si nta-se confortável em dormir aqui sob minha vigilância. Saí do banho e procurei na parte das roupas da Charlotte uma calcinha qualquer, peguei uma que parecia confortável, desci as escadas encontrando uma garota de pé na cozinha paralizada. Até me assustaria se já não soubesse que ela estava aqui.

-Qual foi, garota?! Pode sentar. -disse em tom suave.

-N-não p-posso até você m-mandar.

Ergui uma sobrancelha.
-Sou teu amigo, Victoria. Não seu dono. -vejo ela abaixar a cabeça em concordância, apenas sorri de canto. Estendo a mão com a toalha, e as roupas para a mesma. -Tome um banho, uh? Já vou me deitar aqui no sofá, tu pode dormir lá em cima.

-Não p-preci -a interrompi.

-Precisa sim. -murmurei. - O banheiro é ali. Tem uma escova nova no ármario lá. -apontei para o banheiro que tinha aqui embaixo.

Victoria concordou, indo até o banheiro sem muitos questionamentos. Fui até a sala puxando o sofá para virar um sofá-cama, peguei a manta que sempre ficava ali, me cobrindo e deitando ali mesmo. Logo meu corpo cansado, pôde finalmente relaxar no sofá confortável. Sinto o ar gelado bater em minhas pernas causando uma sensação de relaxamento. Ouço o barulho do chuveiro, sabendo que Victoria estava tomando seu merecido banho, longe daquele embuste nojento.

Meu corpo relaxa, acabo pegando no sono pelo cansaço extremo.

Acordo com o sol batendo em meu rosto, sinto o cheiro familiar no ar, perfume doce, só minha boneca usa esse tipo de perfume aqui. Sorrio sabendo que Charlotte está aqui.
Me levanto do sofá, ouvindo minhas costas estralarem. O cheiro de ovos fritos exalava no local e o de café também.

Vejo minha gata de costas para mim cantarolando uma música antiga de breakstreet boys. Lhe abraço por trás, sentindo seu corpo inteiro arrepiar.

-Acordou, né Noah? -diz ríspida.

-Que foi, amor? -pergunto e ela revira os olhos.

-Tem uma garota na sua cama. Me explica agora ou eu vou lá e acordo ela.

Charlotte sempre foi bem ciumenta, mas ultimamente ela anda muito mais, deve ser o fato de que ando fazendo muito mais coisa desde que meu pai me designou como subchefe da quadrilha.

-Vida, resgatei ela ontem. Ela é filha do White, aquele cara importante que o coroa já comentou com tu. Fiquei com medo de perder ela de vista.

-Hum. Qual nome dela?

-Victoria.

-Ok. Da próxima fala, idiota. -levo um tapa no braço e sorrio dando um beijo no pescoço da minha linda.

O seu cheiro é indescritível, o melhor que eu já senti no mundo todo. Eu sou completamente apaixonado nessa garota, seus cabelos estavam macios e cheirosos, como sempre.

-Não quero que aconteça de novo.

-Seu pai tá te dando missão de babá agora, hein? -diz sínica.

-Não foi ele, Lottie.

Quando Charlotte pensou em dizer algo, ouvimos passos vindo até nós, minha namorada encara a menor com olhos duvidosos enquanto a pequena simplesmente parecia assustada, as marcas pelo seu corpo estavam maiores, seus olhos inchados. Suas mãos foram até seus olhos e coçaram, a mesma tentou sorrir para Charlotte que apenas sorriu sem mostrar os dentes.

-Bom dia. -murmurou Victoria.

-Bom dia, tem café da manhã. -Charlotte disse indo até a cafeteira colocar café para ela.

-Bom dia, Victoria. Em breve seu pai vai dar uma resposta.

-M-meu p-pai? -disse nervosa, seus olhos marejaram.

-Sim, ele está a sua busca.

Assim que termino a frase, noto a mesma assentir e começar a comer os ovos que a Charlotte preparou.

OUR PROMISSE; (TRISAL)Onde histórias criam vida. Descubra agora