OUR PROMISSE; (TRISAL)

Twenty-One

Charlotte

Essa semana pré-casamento tem sido uma correria, prova vestido, prova maquiagem, prova comida, prova bolo. Eu não aguento mais, estou a um passo de sair correndo pela casa igual uma surtada. Meu noivo estava em um colapso preso no QG há uns dias resolvendo só Deus sabe o quê.
Eu e Noah estamos muito tranquilos em relação aos preparativos para nosso casamento, nossos pais que estão cada vez mais ansiosos.

Eu e Victoria estamos tentando nos manter juntas, porém com toda essa correria tenho preferido que ela fique na casa da Beatrice do que sozinha aqui na nossa casa. Termino de organizar minha mala, com as coisas da mudança, vamos nos mudar para uma casa maior, que tenha como abrigar nós três com mais comodidade e conforto. Não enorme.

Me sentei no sofá, respirando fundo, meu corpo ficou gélido do nada, como se uma sensação ruim estivesse passando por mim. Respirei e expirei diversas vezes, até que tomei coragem e levantei. Ainda tenho que ir buscar a Vic na Beatrice. Meu corpo estava extremamente mole e meus olhos cansados, ao sair de onde eu estava sentada, vi dois seguranças entrarem em nossa casa, o Curupira e o Kyle.

-Tá tudo bem, Charlotte? -pergunta o ruivo e eu afirmo.

-Por favor meninos, levem o restante das coisas para a casa nova. Eu vou buscar a Victoria na casa da Beatrice. -digo e eles assentem.

Fui em direção ao carro, caminhando devagar por conta da minha vista falhada. Zero condições de dirigir hoje, não entendi essa variação repentina tendo em vista que eu passei o dia muito bem, tenho me alimentado direito e tomado bastante água. Não quero estar seca no meu casamento.

Elliot veio em minha direção, me segurando pelo braço e eu agradeci.

-Me leve para a casa da Beatrice, por favor. -digo entrando no carro com a ajuda do fiel escudeiro do meu noivo.

Estar me sentindo assim é uma questão preocupante, espero que não atrapalhe nosso casamento, minha formatura ou outras questões que eu tenha para resolver. Ultimamente minha família tem sido bastante participativa, principalmente meu pai depois que soube que meu noivo está trabalhando demais.
Elliot estava dirigindo o mais rápido possível em busca do endereço que estava no waze, quero minha princesa loirinha comigo na nossa nova casa logo! Sinto um embrulho no estômago, fazendo-me enjoar , pego uma sacola que tinha ali e vomito dentro dela.

Devo estar enfadada de tanta coisa que tenho feito, só pode.

Elliot me encara pelo retrovisor, o que me faz olhá-lo e pergunta:
-Tudo bem, Charlotte? -respiro fundo antes de responder com um "uhum"

Jogo a sacola fora quando passamos por um local cheio de lixo, subindo a rua para a casa da Beatrice, ao chegarmos na esquina ouço barulho de tiros, meu coração se aperta.

-Acelera, Elliot! -grito desesperada.
Eu não sei onde estava com a cabeça de deixar Victoria na casa da amiga por tanto tempo, claro que eu a busco todo dia, mas ela obviamente estaria correndo perigo sem toda a segurança existente em nossa casa.
E assim ele o faz, o carro sai cantando pneu pelas ruas da favela, ao chegarmos na frente da casa parecia uma cena de filme de terror.

A polícia estava lá, alguns traficantes estavam lá, meu coração se apertou ainda mais ao não ver minha princesa.

-Não saia do carro. -Elliot diz pegando a arma e o celular digitando algum número e saindo do carro, mas antes me diz: -Eu vou trazer a loirinha pra você.

Ele segue para o meio do pessoal, adentrando a casa após dizer algumas palavras com o policial que estava barrando a população de adentrar. Eu poderia ficar aqui esperando, eu realmente poderia, mas o Elliot demorou demais, então eu sai do carro e corri em direçao a entrada da casa.

Logo senti uma mão me barrando de entrar.

-Populares barrados. -o policial diz e eu respiro fundo.

-Moço, por favor, minha namorada está aí dentro, eu preciso saber se ela tá bem. O que aconteceu aqui? -pergunto sentindo as lágrimas descerem disparadas sem ao menos controlar.

-A senhora não pode entrar, foi uma festinha que deu errado, houve um homicídio, mas não conseguimos identificar o corpo. -ele diz me fazendo entrar em desespero.

-ME DEIXA ENTRAR!!! Por favor!!!! -grito empurrando ele, que me segura com força, as lágrimas caíam como uma cachoeira.

Minha menina, cadê minha menina? Eu preciso dela, eu e o Noah precisamos. Meu Deus, que dor, eu quero ela.

O ar começou falhar em meus pulmões, a dificuldade para respirar estava cada vez maior, uma enfermeira do SAMU que estava prestando primeiros socorros para algumas pessoas do lado de fora veio até mim, começando um exercício de controle da respiração.

Aos poucos fui me acalmando, mas o Elliot estava demorando muito. Ele podia entrar e eu não?
Bebi a água que me deram, sentando no banco do carro, abaixo a cabeça começando uma oração pedindo á Deus pela vida da Victoria.

Ouço passos se aproximando, olho para os pés da pessoa, botas pretas, calça jeans preta e camisa preta. Noah. Olho para ele que mantinha seus olhos negros e sem vida focados em mim.
Noah abre os braços e me abraça com força, depositando um beijo em minha testa.

-Elliot entrou lá, você sabe algo da Victoria? -pergunto entre os soluços que saíam de minha boca e Noah nega.

-Elliot, Curupira e Kyle me disseram que você está passando mal. É verdade? -pergunta meu noivo e eu concordo.

-Deve ser o estresse do casamento, e agora... Isso. -choro mais ainda, meu noivo acaricia minhas costas tentando me acalmar.

Ouvimos a polícia pedir para que se afastem enquanto retiram uma pessoa na maca de dentro da casa, ao vermos os cabelos ruivos de Beatrice, uma respiração tranquila foi ouvida de minha boca, mordi meu lábio inferior abraçando meu noivo e indo ao encontro dos enfermeiros.

-Preciso avisar ao irmão dela, vida. -Noah diz e eu concordo me soltando dele.

Noah se afasta um pouco de onde eu estava, olho para a porta vendo a minha loirinha saindo de lá abraçada a Elliot, quase carregada em seus braços.  Victoria olha para mim e seus olhos roxos me deram a entender que ela viveu mais um pesadelo. Mais uma tragédia, mais uma dor para a conta dela que é gigantesca.

Abracei seu corpo magrelo, sentindo suas lágrimas escorrerem em minha blusa. Minha pequena, tão frágil.

-Shhh, tá tudo bem, princesa. -sussurro tentando acalmá-la.

Oiiii me digam o que acharam e talvez eu poste outro capítulo hoje. Estou desanimada, perdão.