Fourteen

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Charlotte

Assim que escuto o despertador soar, sinto o meu seio molhado, olho para baixo vendo meu noivo com a boca entreaberta, saio do lado do mesmo, vendo a cama vazia, ou seja, sem a Victoria. Já fazem dias que Noah está assim, o tempo todo grudado em meus seios que vivem doloridos e pedindo por socorro. Desci as escadas dando de cara com a menina de cabelos louros sentada no sofá comendo umas frutas, uma xícara de café e bolachas. Me aproximei dela, deixando um beijo em sua bochecha, Victoria sorri calma me encarando.

Seus olhos estavam focados no celular, não sei o que ela está fazendo e nem vou perguntar como uma xereta.

Me servi uma xícara de café preto, hoje vai ser um dia bastante corrido, tenho que deixar Vic na escola e correr para faculdade, e ainda tem o Noah que vai ficar em casa com a Soraia, tenho que sair mais cedo do trabalho para ficar com ele. Meu noivo tem infantilismo e quando passa por uma situação de muito estresse ou medo, já ocorreu diversas vezes, principalmente quando Noah foi enganado por uma louca que se dizia mãe dele e levou um milhão dele. Enfim, Noah era muito novo e Nicholas surtou quase matando o próprio filho de tanta raiva. Eu tive que cuidar dele, dando o apoio e o colo necessário, nessa época que descobrimos nossa forma mais sincera de cuidado.

Terminei de tomar o meu café, saímos de casa em direção ao meu carro, Vic entrou no banco do passageiro, nossa manhã estava bem silenciosa.

-Como tem sido os dias na escola? -pergunto, realmente curiosa. Victoria não tem falado muito sobre seus dias desde que Noah se tornou o "centro" das atenções.

-Tudo bem... Meus amigos de lá conhecem o Noah. Bom, o Noah vulgo né... -Vic faz uma pausa.- Santiago! Todos conhecem Noah, me sinto meio vigiada. -ela encolhe os ombros e morde o lábio inferior.

-Noah sempre está em todos os lugares, princesa. Mas você deveria aproveitar, é importante esses momentos.

Ela assente, meio preocupada -Noah sempre fez isso, com o tempo eu me adaptei- e eu estaciono em frente a escola da mesma, Vic sela meus lábios e antes de sair eu seguro seu antebraço.

-Um: Não aproveite demais, ok?! -digo e ela ri- Dois: Me perdoa por não estar te dando tanta atenção, hoje depois da faculdade vou falar com o Nicholas e tentar entender o que rolou com o nosso Noah. Não aguento mais ele chupando meus peitos. E olha que eu gosto! -afirmo e Vic sorri.

-Tudo bem, ontem ele me fez lavar o pinto dele, eu nunca imaginei Noah assim.

Nós duas rimos, ela seguiu seu caminho e eu o meu. A faculdade não era tão distante da escola da Vic, provavelmente Noah pensou em tudo mesmo, o QG é bem próximo, só é disfarçado. Meus pensamentos divagam bastante em meu futuro marido e em como tem sido esses dias, espero que Soraia dê conta.

Noah apenas quer peito, não se alimenta, está tomando banho apenas com alguém junto, e eu sempre lavo o pau dele, mas a Vic? Coitada, nem devia saber como lavar um.

Entrego meu trabalho ao meu professor que agradece e dou meia volta indo para o meu carro, avisto uma senhora tentando falar com alguém na porta da universidade.

-Por favor, me deixem entrar, sou a Sra White.

-Senhora, não tem autorização. Não pode.

-Apenas quero notícias da minha neta.

White? White tipo Victoria White?! Puta que pariu. Noah não deve estar mandando notícias da menina e essa senhora veio atrás.

-Oi! Joaquim, eu conheço ela. -murmuro pro porteiro e ela entra.

-Você conhece a Victoria? -logo me pergunta e eu assinto.- Meu Deus, obrigada, esse foi o endereço que o tal do Noah me informou, meu filho não pode vir aqui, pois tem assuntos pendentes.

-Tudo bem, senhora. Victoria está ótima, se quiser vê-la eu te passo o endereço.

-Não! Não posso arriscar encontrarem minha neta. Você tem fotos dela? -pergunta séria e eu arqueio uma sobrancelha.

-Como assim?

-De hoje, querida, olhe só. -ela retira o celular da bolsa de marca, mostrando fotos que provavelmente recebia da Vic, do contato do Noah.

-Não... Seria invasão da privacidade da Victoria. Não concordo com isto.

Ela apenas sorri e suspira.

-Me diga seu nome.

-Charlotte.

-Nome lindo! É a noiva do Noah?

-Sou sim, ele está um pouco doente, deve ser por isso que não enviou nada da Victoria. -murmuro e ela afirma, se levantando e indo em direção á portaria.

-Por favor, diga a ele que eu preciso de resposta, meu filho não vai pagá-lo até ver mais da filha.

Assinto e respiro fundo. Fudeu. Noah não tem condições de fazer isso, eu que terei que fazê-lo, que ódio viu! Ou então peço a algum dos subordinados do meu noivo para fazer. Vic pode não se importar, mas eu me importo de invadir a privacidade da menina, e muito.

Essa senhora parecia se importar bastante com a Vic, talvez ela fosse feliz antes do sequestro... Com tanto cuidado que seu pai e sua avó tem.

-Fique despreocupada, Victoria está ótima. E se alimentando muito bem! - digo e me despeço da senhora.

Seria melhor eu ir para casa, né?! Noah precisa ouvir umas verdades referente ao que ele anda fazendo com a nossa menina sem que ela saiba, porém agora não é a melhor hora para nada de sermão. Retorno ao meu carro com o coração na mão, tudo aparentava estar encaminhando para o sucesso, Noah despenca novamente. Não que eu odeie que meu noivo tenha esses "deslizes", mas que é uma barra e tanto para sustentar quando ele é o gerente de uma gangue extremamente aclamada aqui em São Francisco. 

Começo a dirigir pelas ruas da minha cidade, observando as montanhas, pego um caminho diferente do que eu estava acostumada, indo para o segundo lugar preferido do Noah, o QG da gangue. Se meu noivo estivesse em si, enlouqueceria de certo! Como ele está parecendo um bebê indefeso, eu só vou descobrir o porquê dele estar assim. 

Espero que meu sogro esteja aqui...

Penso ao descer do carro em frente ao portão enorme com dois seguranças na frente.

OIIII, querem outro hoje? 

Fim de ano foi muita correria, peço perdão.


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