Zoro - Capítulo 2

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Mauricinho X9 do caralho. Faz um dia desde que tive o desprazer de me encontrar com aquele infeliz. Cabelos loiros, olhos azuis, sobrancelha esquisita, magro e com roupinha de playboy. E eu não poderia me esquecer da "franjinha emo'' que cobria o lado direito da sua face. Ele parou no tempo em 2010, por acaso? Ah, se eu ver aquele cara, não responderei por mim.

Ligo o meu celular para verificar qual era o número da sala de hoje e caminho até lá segurando minha mochila em um dos meus ombros, sentindo o peso dos livros tensionar minhas costas. Para completar a minha desgraça, assim que entro no local me deparo com o mauricinho sentado na primeira cadeira. Maravilha, ele é da mesma sala que eu. O mundo só pode estar de brincadeira com a minha cara.

Sinceramente, eu nunca parei para reparar nas pessoas da minha turma, até porque seria uma informação que não acrescentaria em nada na minha vida. Os únicos que possuem a minha atenção são meus amigos: Luffy, Usopp, Nami e Robin. Nada além deles. Mas a presença daquele idiota em específico muda tudo.

Tenho uma vontade quase instintiva de afundar meu punho na cara dele, mas respiro fundo, me contento em apenas ignorá-lo e me sentar na última carteira. Não posso levar mais uma advertência. Graças a esse maldito, o coordenador chamou o meu pai para conversar hoje no fim dos horários. Além de chegar tarde em casa, terei que lidar com um belo carão.

Deixo meus pensamentos de lado quando vejo meus amigos entrando pela porta e irem ao meu encontro.

— Vixe, parece que alguém acordou com o pé esquerdo hoje — Usopp, o garoto de cabelos crespos, comentou assim que me viu.

— Que nada! — Nami, a ruiva, responde, puxando uma cadeira perto de mim e colocando sua mochila — Ele tem essa cara desde sempre.

— O que aconteceu? Conta pra gente, Zoro — Luffy me interroga, dando tapas fortes nas minhas costas. Esse moleque é magro, mas não tem ideia da força que tem.

— Para de me bater, seu xarope! Só não estou tendo um bom dia.

— Mas ainda são 7h30. Como supõe que o dia seja ruim? — Usopp pergunta, tirando seus fones de ouvido e os repousando no pescoço.

— O fato de ser 7h30 só piora tudo.

Alguns minutos se passaram, o resto dos alunos foram chegando e logo a professora de geografia entrou, posicionando seus materiais sobre a mesa, cumprimentando a turma, pegando seu pincel e já começando a escrever o conteúdo do dia. Rapidamente o quadro foi se enchendo de palavras de ponta a ponta.

— Ô bichinha que gosta de copiar, viu.

— Tá reclamando de quê, Luffy? Seu caderno tá em branco desde o ano passado — acusou Usopp.

— Que mentira! Tem um monte de desenhos nele. Eu que fiz, olha! — Luffy levanta o caderno na altura da visão de Usopp e abre um sorriso largo, como se fosse uma criança mostrando o que acabou de fazer aos pais.

— Isso aí é um monte de garrancho.

— Você que não tem classe o suficiente para apreciar essa obra de arte, narigudo sem cultura! - insulta o amigo, fechando o caderno brutalmente.

Duas crianças. Desvencilho minha atenção dos dois e observo o resto dos estudantes. A professora começa a explicar o conteúdo, entretanto, não dou muita importância. Nami copiava tudo com concentração, complementando suas anotações com falas da professora que poderiam cair em uma futura prova. A ruiva não é do tipo exemplar que tira sempre boas notas, mas geografia é uma disciplina a qual faz questão de dar tudo de si. Ela sonha em um dia trabalhar com cartografia digital ou planejamento agrícola, já que Nami cultiva a mesma paixão de sua mãe pelo plantio.

Quando O Amanhã Chegar - zosanOnde histórias criam vida. Descubra agora