Zoro - Capítulo 4

885 123 332
                                    

Merda, merda, merda!

Se Albert Einstein disse que é impossível alcançar a velocidade da luz, hoje estou prestes a desafiar sua teoria. Estou atrasado. Atrasado pra porra! Tudo culpa daquele despertador do capeta! Tá, talvez eu tenha deslizado o dedo no modo soneca umas quatro vezes, mas isso não vem ao caso agora.

Corro entre as ruas, passando pela faixa de pedestre. Quase sou atropelado no processo e recebo uma buzinada irritada do motorista, que grita um: "Presta atenção, moleque!", mas continuo correndo sem tempo para me desculpar.

Eu sempre me considerei ateu. Acho religião algo banal e dispensável. Mas nesse momento, estou rezando para todas as divindades que conheço, fazendo preces para que o professor ainda não tenha chegado na sala.

Prometi à Mihawk que melhoraria. Não posso vacilar justo na primeira semana.

Ao avistar a escola, vejo o porteiro em guarda, andando de um lado para o outro, atento caso alguém se aproxime. Vou ter que pular o muro, mas que caralho! Acelero o passo até a lateral do colégio, olhando para os dois lados para confirmar se alguém me viu. Coloco minhas duas mãos no muro e impulsiono minha força para as pernas, ficando no topo.

— Deus, Zeus, Buda, Jeová, Alá, Rá, Oxum, Oxalá... — listo ofegante pela corrida. — Seja lá quem estiver aí em cima...se vocês me ajudarem aqui, prometo que rezo todo dia antes de dormir.

Desço ao chão e a grama amortece um pouco minha queda. Dou leves batidas em minha vestimenta, retirando a sujeira e volto a correr desesperadamente pelos corredores.

Que ele não esteja na sala. Que ele não esteja na sala. Que ele não esteja na sala.

Chego na classe e a porta está apertada. Paro próximo à parede e curvo minha cabeça para o lado, espiando o lado de dentro. O professor está de costas para a turma, copiando a matéria no quarto. Fecho meus olhos fortemente, sentindo que teria um dia longo.

Deuses filhos da puta.

Mesmo assim, entro discretamente, com passadas silenciosas, torcendo para não ser visto.

— Volte e peça licença, Roronoa — ordena o professor.

Suspiro lentamente, frustrado, e refaço meus passos de volta à porta. O estudante não passa um dia sem ser humilhado. Tudo isso pra passar 6 horas nesse inferno diário chamado "escola". Todo mundo sabe que no final do ensino médio todos os alunos vão estar ou vendendo bolo no pote ou jogando no bicho.

— Licença — digo sem ânimo.

O professor faz um sinal com a mão, autorizando minha entrada. Ouço o riso baixo de alguns alunos e reviro os olhos. Incrível como certos dias tem a capacidade de se tornarem tão merdas em tão pouco tempo.

Vou até o costumeiro fundão, onde meus amigos já estão sentados. A mochila de Luffy está na cadeira à frente dele, assim que me vê, retira o objeto, liberando o espaço para mim.

— Deixa eu adivinhar...— sussurra Nami — Apertou o modo soneca, se atrasou e quase virou crente?

— Sou tão previsível assim? — pergunto em um tom zangado.

— Quando isso acontece eu rezo pra Nossa Senhora do Brioco — informa Luffy. — Sempre funciona.

— Vou anotar essa pra próxima — respondo com sarcasmo.

Sento na cadeira, cruzando os braços. Para minha surpresa, Sanji não está sentado nas primeiras carteiras, como nas outras aulas, e sim está no fundo junto com Nami, Luffy e Usopp.

— O que esse arrombado faz aqui? — por que essa pergunta tem se repetido tanto?

— Vendo a aula, caso você seja burro demais para concluir isso — respondeu áspero, escrevendo em seu caderno.

Quando O Amanhã Chegar - zosanOnde histórias criam vida. Descubra agora