Sanji - Capítulo 11

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Ah, como é bom o fim de semana, né? Ficar à toa, maratonar série até de madrugada, beber com os amigos, sair para conhecer um lugar novo, comer em um restaurante chique ou até marcar uma transa! Certo? Errado! Hoje é dia de faxina pesada!

Depois de lavar a louça do almoço e estirar as roupas no varal, tiro a poeira dos cantos esquecidos durante o mês e mudo os móveis de lugar para ter a ilusão de que estou em um novo apartamento. Entretanto, tanto eu quanto o cubículo continuamos os mesmos.

A parte boa do dia de faxina é ter uma desculpa para escutar música a tarde inteira sem ser incomodado pelos vizinhos. Além disso, também é uma boa justificativa para escutar os ritmos mais bregas e ultrapassados dos anos 2000.

Aperto o play da pequena caixinha de som, fazendo a música "Príncipe Encantado", da falecida Banda Calypso, tocar no ambiente. Começo a dançar e rodopiar ridiculamente pela sala, usando a vassoura como uma espécie de microfone.

— ...Ou saber que o melhor pra mim é mesmo te esquecer! Êh! — cantarolo de olhos fechados, segurando o cabo da vassoura — Mon amour! Ah! Ah! Ah! Ai, mon amour! Como eu quero te tocar! Ah! Ah! Ah! Ai, mon amour! Ver o brilho des...

Sou interrompido do meu show imaginário quando ouço o toque do meu celular. Penso em ignorá-lo, porém reflito caso seja uma emergência de Zeff. Pego o celular, ainda com o som ligado e assim que vejo o nome do contato destacado na tela, assumo um tom de desconfiança. Por que ele está me ligando?

Atendo a chamada, receoso, e espero alguém se pronunciar do outro lado da linha. Ouço uma voz chorosa através da ligação. Desligo o som apressadamente e seguro o celular com firmeza, sentindo uma onda de preocupação se instalar em meu peito.

— M-Marimo? O que houve?

Espero a resposta, porém ouço mais choramingos.

— T-Tio Sanji!

— Chopper?

Sinto um mistura de alívio e aflição assim que ouço a sua voz.

— Por que está chorando? O que aconteceu?

— É que...o T-tio Zoro v-veio aqui em c-casa e... — não consigo ouvir o resto de sua frase, pois foi emendada com um choro escandaloso.

— Calma, petit. Respire fundo e me conte o que houve.

Ouço o som abafado de sua respiração pelo telefone. Quando acho que já está calmo, tarda novamente a lamuriar.

— Eu não quero comer bolo de asfalto, Tio Sanji! — choraminga.

Bolo de asfalto?

Em menos de segundos, ligo todos os pontos. "Bolo de asfalto". "Tio Zoro". Tá tudo explicado. Inspiro aliviado e rio anasalado.

— Não se preocupe, Chopper. Já estou chegando.

Desligo a ligação e termino o resto da faxina com rapidez. Vou para meu quarto e separo uma camisa gola V azul marinho, uma calça bege cintura alta e sapatos sociais pretos, com uma meia baixa.

Troco de roupa, arrumando minha camiseta por dentro do cós da calça. Reservo uma sacola de tecido para colocar os ingredientes e meus utensílios de culinária.

Não querendo ser mal educado, mas Robin não tem todas as ferramentas para estimular todo o meu potencial. Sem contar que evitará abusar demais de sua boa vontade.

Planejo mentalmente qual receita prepararei. Abro o armário da cozinha e retiro a assadeira, o saco de confeiteiro, o fuê e uma folha de papel manteiga. Inclusive, toda essa situação será uma ótima oportunidade para aprimorar minhas técnicas e tirar meus aparatos de cozinha do fundo do armário.

Quando O Amanhã Chegar - zosanOnde histórias criam vida. Descubra agora