Sanji - Capítulo 3

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Toco a campainha e verifico pela terceira vez se estou realmente no endereço que Luffy me passou. A frente da casa é simples, porém moderna, com um quintal gramado e algumas árvores frutíferas espalhadas pela área.

Esfrego minhas mãos uma na outra, tentando conter o suor que provinha delas. É nesse momento que amaldiçoo minha paranoia por criar os mais diversos cenários desastrosos que poderiam acontecer hoje. Será que saberemos trabalhar bem em equipe? E se eles forem um bando de folgados e deixassem tudo nas minhas costas? Ou pior, se eles forem parte de uma máfia e aproveitassem um momento de vulnerabilidade para me dopar e vender meus órgãos no mercado clandestino? Droga, por que conhecer gente nova é tão difícil?

Enfim a porta se abre e reconheço a moça ruiva que estava sentada no fundo da sala no início da semana. Ela está usando um curto short preto e um cropped sem mangas, possibilitando a visualização de uma tatuagem azul e abstrata, do que acredito ser uma maçã ou uma laranja. Seus cabelos estão amarrados para trás, seus pulsos são decorados com pulseiras douradas e vários anéis de coco enfeitam seus dedos, além de um retilíneo delineado preto que marca seu olhar. De fato, uma dama encantadora.

— Você deve ser o Sérgio, não é? — pergunta com uma das mãos repousada na porta.

— É-é Sanji, na verdade.

— Prazer. Nami — ela oferece a mão para um aperto e a correspondo. — Pode entrar, só não repare na bagunça.

Ela esquiva-se, dando espaço para eu entrar. O interior da casa segue o mesmo padrão moderno e minimalista da parte externa, com a diferença de muitas samambaias e suculentas espalhadas por dentro. Adentro o local e sinto algo felpudo passar entre minhas pernas. Olho para baixo e vejo um gatinho alaranjado e de olhos de cores distintas roçar sua cabeça em minha calça, pedindo atenção.

— Ah, essa é a Tangerina! Acho que ela gostou de você.

Acaricio minha mão entre suas orelhas e recebo um ronronar em resposta, que não dura muito tempo, pois logo a felina retorna para a companhia da dona, a qual a pega no colo.

— Venha comigo! Os meninos já estão te esperando — disse, fechando a porta atrás de si.

Sigo atrás dela e me questiono se acabei chegando muito atrasado. Deixar os outros à minha espera era péssimo e com certeza não causará uma boa impressão. Preciso ser mais pontual da próxima vez.

Nami me guia até uma sala e identifico Luffy e o menino crespo sentados no sofá. Ao me ver, ambos levantam-se e Luffy imediatamente abre seus braços, me agarrando em um abraço apertado, que me faz arregalar os olhos e dar alguns passos para trás, atônito.

— Sanji! Que bom que tu veio, rapaz!

Digamos que eu não tinha muitas opções, penso comigo mesmo. Dou leves batidas em seus ombros, esforçando-me para retribuir seu caloroso afeto de alguma forma. Luffy desfaz o abraço e vira-se para o garoto ao lado.

— Esse doidão aqui é o Usopp.

— Opa! E aí? — o outro garoto me cumprimenta com um aperto de mãos. — Agora ajoelhe-se, meu bom homem! Para receber a benção do grande Deus Usopp e garantir sua honrosa entrada para o reino dos céus! — exclama fazendo uma voz épica.

— É-é... — olho para os lados perdidamente, ainda segurando a mão de Usopp, tentando achar alguma saída para aquela situação. É pra eu me ajoelhar mesmo? O que eu faço?

— Relaxa, Sanji. Usopp está apenas brincando. Ele não bate bem das ideias, já vai se acostumando — Nami suspira deixando a gatinha no chão, que logo faz seu trajeto para fora do cômodo.

Quando O Amanhã Chegar - zosanOnde histórias criam vida. Descubra agora