Sanji - Capítulo 9

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Hoje visitei a portaria do condomínio e voltei ao meu pequeno apartamento carregando lindas cartinhas de amor dos meus queridos admiradores secretos: a conta de água, de luz e de aluguel.

Lavo o resto da louça do café da manhã com minha mãos quase congelando devido à temperatura da água nessa altura da manhã. Mesmo assim, continuo esfregando a esponja na xícara e nos talheres, sabendo que caso não fizer essa tarefa agora, a louça magicamente triplicará de tamanho mais tarde.

Sento na mesa de jantar e cálculo os gastos de acordo com meu salário. Organizo o dinheiro para pagar as contas, alimentação e possíveis emergências.

Massageio minha testa, percebendo que não sobrou muito para despesas supérfluas. Pelo visto terei um mês bem apertado. É melhor evitar gastos.

Meu celular se ilumina ao meu lado. Pego o aparelho, abrindo a notificação.

Velhote:
Bom dia, moleque
Vou precisar da sua ajuda hoje à noite
Os fornecedores vão chegar com os legumes
Preciso que levem as caixas até o estoque

Por Deus, Zeff
Ainda são 6:10
Pode pelo menos esperar o dia começar?

Não
Quer moleza mastiga água
Se não quer trabalhar, peço pra outra pessoa fazer

Não, pode deixar que eu faço
Agora preciso ir, senão vou me atrasar pra aula
Até depois, velhote

Bons estudos, Berinjelinha
Se divirta 

É uma escola, não um parquinho

Você é muito careta
Depois o velho sou eu

Desligo o aparelho e rio fraco. Vou até a janela e abro a cortina, sentindo o clima gelado da manhã.

Remexo meus bolsos e retiro um maço de cigarro. Pego meu isqueiro e acendo a chama, cobrindo com a mão para que o vento não a apagasse. Por fim, puxo ar para os pulmões, tragando a fumaça.

Lembro-me da corrida que apostei com Zoro ontem e dos outros momentos descontraídos que tive com o pessoal.

Fazia tanto tempo que não gargalhava tão genuinamente. Acho que enfim voltei a me divertir depois de tantos anos, Zeff.

Deixo a fumaça se dissipar. Ao fim do maço, fecho a janela e ponho a mochila nas costas, chupando uma bala de menta para disfarçar o odor do cigarro, mesmo sabendo que não ocultaria completamente o cheiro.

Vou para o corredor dos apartamentos, trancando minha porta e guardando a chave em um compartimento da mochila.

Desço as escadas do prédio e me dirijo à parada, torcendo para não chegar nenhum ônibus quebrado.

✧ * 。____________✧ * 。

Sabe aquele ditado: "Pimenta nos olhos dos outros é refresco"?

Pois é! Acho que essa se tornou minha frase favorita. Por quê? Porque finalmente os humilhados foram exaltados e agora conto com meu "queridíssimo" escravinho particular chamado Roronoa Zoro.

E por falar nele, ele está neste momento voltando da fila do lanche carregando o meu prato de comida.

— Aqui está, almofadinha de merda — põe o prato na grande mesa do refeitório.

— Merci, Marimo — agradeço em tom de deboche — Ah, aproveite e pegue um copo d'água pra mim. Me bateu uma sede agora, sabe?

Ele balbucia alguns palavrões e vai até a área dos bebedouros pisando forte.

Quando O Amanhã Chegar - zosanOnde histórias criam vida. Descubra agora