Capitulo 7 : Interconexão

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Estava impaciente, detestava me atrasar, achei que indo com Ademir seria uma boa ideia. Assim, quando a tortura (perdão, cerimônia) acabasse, teria com quem conversar até a hora de ir embora, havia outras pessoas conhecidas na festa, alguns amigos do trabalho, outros que já vi algumas vezes, mas nada que me manteve vidrado a noite toda, o que sobrava era Ademir.

— Vamos cara, a moça já me ligou irritada, quase me ameaçando se eu atrapalhasse qualquer coisa.

— Calma Ramiro, tô indo. Tá com pressa pra quê? Antes da noiva eu tenho certeza que você chega. - Ri descendo as escadas, a caminho da cômoda, pegando chaves, celular e carteira.

— Ah é, fala isso pra madrinha - digo áspero.

— Pronto, vamos.

Saímos em direção à cerimônia, meu olhar estava fixo na estrada. O local de destino não era tão longe, mas dava tempo de colocar os pensamentos em ordem. Será que se eu me jogar desse carro é desculpa suficiente pra desistir?

Não quero ser um mal amigo, mas essa sensação de que algo vai acontecer tá me matando por dentro.

— Tá quieto demais, o que tá rolando? Não vai desistir agora né? - Ademir quase como se lesse minha mente me encara rapidamente logo retornando o foco na pista.

— Não, tô pensando. Já teve a sensação de que algo vai acontecer.

— Ué, e vai. Um casamento. Olha, relaxa, você tá saindo da sua zona de conforto, teve uma semana um pouco confusa, mas confia em mim, vai na fé que esse casamento vai ser sucesso.

— Tá bom - me conformo ainda meio receoso.

— Estarei te vendo e se quiser até tiro umas fotos igualzinho um pai orgulho levando o filho para o baile da escola, quer neném? - e ele segue rindo de mim.

— Te mando tomar no cu agora, ou guardo para o fim da noite?- solto já impaciente.

Mas ameaça nenhuma tira o sorriso do rosto de Ademir.

Chegamos ao local e preciso confessar que
tá tudo de ótimo gosto, o local muito bem decorado com todo tipo de flor, alguns vasos de cerâmica, por um momento me permito imaginar se um dia seria capaz de ter a coragem de Rodrigo, amar alguém com tanto afinco a ponto de me unir com ela pra sempre.

Meu raciocínio é cortado por Berenice que após cumprimentar Ademir vem em minha direção, ela está muito bela, com um vestido que valoriza bem seu corpo, mas com certa elegância que o momento exige.

— Finalmente, bom te ver além da tela do celular, desculpa não ter ido à festa, meu voo atrasou, foi uma confusão- ela sorri.

— Que isso, entendo completamente, mas estamos aqui agora. Um prazer te conhecer pessoalmente também. - Uso toda minha educação.
Berenice olha ao redor como quem procura algo, mas desiste, entramos no local, se o exterior ela lindo, por dentro estava impecável, tudo casava muito bem trazendo a essência dos noivos. Tenho um vislumbre da onde é o altar. Berenice pede licença pra procurar um conhecido garantindo que já volta e enquanto isso me permito papear com Ademir.

       POV Berê

O cara é gato, muito gato. Quando Luana me disse que meu padrinho seria um desconhecido no momento me preocupei, vai que o cara é um porre, ou sei lá se ele fosse metido e tals. Mas ela me disse que confiava que eu e minhas habilidades de comunicação (que são ótimas) dariam conta do recado.

Me tranquilizou saber que Kelvin estaria me ajudando, mas isso foi antes do mesmo sumir. Não o encontrava em lugar nenhum, até que recebo uma ligação, vejo no visor e meu sangue ferve:

— Kelvin Santana, onde você se meteu, o amigo sumido apareceu e quem sumiu foi você.

— Berê emergência, código vermelho, tô aqui em cima.- nesse momento percebi que tinha algo errado.

Olho em direção às escadas e o vejo acenando pra mim.

Ao chegar até ele, minhas dúvidas só aumentam, ele tá desesperado, pálido igual uma folha de papel.

— Que isso, Kelvin, viu um fantasma?

— Não, não. Quem eu vi tá bem vivo, aí Berê eu preciso ir embora. - diz desesperado.

— Kelvin pelo amor de Deus me explica o que tá acontecendo.- tento trazê-lo de volta a realidade.

— O cara que peguei na festa tá aqui, nesse exato momento

— Onde? Cadê? - olho pra baixo, procurando no meio dos convidados, até que Kelvin aponta para o grisalho de antes.

— Kelvin, não sabia que esse era seu tipo, um sugar daddy? Ui adorei, achei ele fofinho.- Na mesma hora ele me encara indignado.

— Não, mulher, o cara barbudo.

— Kelvin... Você pegou o padrinho fujão? Não, pera, ele não fugiu, você que sumiu com ele, seu safado. - não pude conter de maliciar esse momento.

— Berenice, pelo amor de Deus, ele não pode me ver, isso vai estragar tudo.
Na mesma hora eu entendi o pouco do Kelvin, acompanhei sua última desilusão amorosa, e sabia que suas aventuras sexuais envolviam parceiros que ele pretendia nunca mais ver, e nesse momento a realidade era outra.

— Kel, não tenho o que fazer, a Luana tá de esperando. Vamos fazer o seguinte, você fica no meio dos convidados, tu é pequeno, some facilmente, no fim da cerimônia eu te encontro e conversamos okay.

— Okay.

É, esse casamento vai ser babado.
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Batemos 1k MEU DEUSSS
Muito obrigado,gente eu estou muito feliz por isso, obrigado lari por estar comigo nessa para escrever.
E que hoje me ajudou a não desistir nem dessa nem de Moonlight te amo
Em falar nisso vou tentar trazer novo capítulo de Dimaury,prometo.
Espero de coração que estejam gostando

ℭ𝔞𝔰𝔲𝔞𝔩 - 𝔎𝔢𝔩𝔪𝔦𝔯𝔬 Onde histórias criam vida. Descubra agora