Capitulo 12: condição

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Ramiro e Kelvin se encontravam mais uma vez, frente a frente, com os olhares conectados, separados por apenas uma mesa. O ambiente não era mais festivo regado a álcool, era um local aberto o som ouvido era dos carros e das pessoas que passavam, e o cheiro de café predominava no lugar.

Ramiro se surpreendeu com a mensagem repentina, não vamos dizer que ele não esperava, pois seria mentira, o rapaz dormia e acordava ansiando por qualquer notificação, mas essa ânsia o fez criar a ideia de que talvez nunca viria acostumado com o negativismo ou melhor o realismo de sua vida, porém, a positividade falou mais alto, a mensagem veio, a resposta mais rápido ainda, um encontro foi marcado e lá estavam eles frente a frente.

As cordialidades já foram cumpridas, e um papo foi engajado.

— Estranho te ver sem todo fuzuê a nossa volta.- diz Ramiro quase que anestesiado

— O que? A realidade sem o álcool te decepciona?

— Não, pelo contrário. Me atraí ainda mais. Muito melhor te olhar sem mais nada que tire minha atenção.- Finaliza Ramiro, com toda sugestividade que sua voz pode passar.

— Você não consegue ficar por baixo se tratando de argumentos, típico de um homem de negócios. - dispara desafiador.

— Em argumentos eu evito, já em outras condições não é problema nenhum, pelo contrário até prefiro. - No mesmo instante o sorriso debochado a sua frente se desestabilizou. Kevin era bom, Ramiro sabia ser melhor.

— Você costuma mandar essas cantadas baratas pra qualquer pessoa? Ou precisou fazer um esforço pra funcionar comigo? Sabe que tá mechendo em um lugar perigoso - E o sorriso volta, com mais intensidade.

— Curioso tentar questionar minhas habilidades e até mesmo minha coragem levando em consideração que as duas vezes que nos encontramos quem fugiu foi você.

Kelvin sente que a conversa tá chegando em um nível incerto demais e decide ir direto ao ponto.

—Te chamei aqui porque tenho uma proposta pra te fazer, ciente de que nossa convivência é algo extremamente importante pros nossos amigos, o problema é que pra isso teríamos que conviver em harmonia.

— Seria uma ótima ideia se você conseguisse manter 5 minutos de conversa comigo sem desaparecer.- Ramiro diz de forma zombeira recebendo um olhar raivoso do pequeno.

— Simples, é só a gente fazer o que faz de melhor, sexo. Todo mundo sai ganhando, eu tô muito ocupado pra ir atrás de alguém, e pela forma como você se portou no casamento, acredito que sem você goste muito de baladas, Correto?

Ramiro concorda com a cabeça enquanto analisa a proposta.

— Então é isso, quando der vontade a gente fica aniquilando assim toda tensão entre a gente, e na frente das pessoas seguimos cordialmente como dois adultos. O que acha?

— E qual a condição? - questiona Ramiro

—  condição?

—  Isso, tua proposta é boa demais pra não ter um porém, diz aí.

O rosto de Kelvin fluir da confusão pra um semblante de compreensão.

— Simples, não vou na sua casa nem você na minha, não vamos dormir juntos, ninguém pode saber e o principal... Você não pode se apaixonar por mim.

Ambos ficam em silêncio por um tempo, Kelvin mantém o olhar firme esperando uma resposta enquanto Ramiro parece pensar e por fim decide.

— Fechado. Mas eu também tenho uma condição. 1 encontro por semana.

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