Capitulo 14: Conexao

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POV Kelvin

1 mês se passou desde nosso primeiro encontro? Conversa? Reunião. Isso, são negócios, reunião. Enfim, e quanto mais os dias se passam, mais fácil é, tanto nas conversas quanto na ação. Nossos corpos já se conhecem de uma forma boa. Não é como se entrássemos no comodismo, pelo contrário, quanto mais nos conhecemos, mais intimidade adquirimos e mais prazeroso tudo fica. Não tenho mais receios até onde ir.

Com um olhar, já dizemos o que queremos. Até onde vamos, ele não precisa mandar, meu corpo instintivamente obedece.

É incrivelmente prazeroso sentir, nem que seja de forma breve, o corpo de alguém se tensionar e relaxar em suas mãos. O ambiente quente, o suor escorrendo no corpo, mas não de uma forma nojenta. As respirações ofegantes e, por fim, o mais impactante, o olhar.

Mas na primeira vez, tudo era muito confuso e afobado. Parecíamos sedentos, eufóricos, até um pouco atrapalhados.

Mas agora não, nos permitimos manter o olhar fixo e transpassar tudo que desejamos. Mais excitante do que desejar alguém é ver o desejo fluindo da pessoa e saber que tudo aquilo é por você. É pra você.

As conversas também estão indo bem. Em comparação com o começo, onde pouco falávamos, agora nos permitimos adentrar em outros assuntos. Luana e Rodrigo já tinham voltado da lua de mel e eles viram tópico.

- Como você e o Rodrigo se conheceram? - pergunto, tirando o foco do copo de suco à minha frente. Decidimos optar por uma lanchonete no horário do almoço.

- Na faculdade, fazíamos cursos diferentes. Acabou que nossas ambições eram bem parecidas, conseguimos casar a amizade com o profissional e hoje estamos aí. Ele e o Ademir são as pessoas em quem mais confio. - Finaliza e me surpreendo com sua relação com os amigos.

- E o Ademir trabalha com você também?

- Sim e não. Na verdade, ele é um investidor assíduo, nossa relação também começou como um bom negócio, mas o pessoal falou mais alto. Ele é quase como um conselheiro, tem a cabeça no lugar, me impede de fazer várias cagadas - diz rindo.

- Entendo, pra isso eu tenho a Berê, você lembra dela, né? - pergunto, recebendo um aceno como resposta.

- Ela quase me bateu por ter sumido, impossível esquecer.

- ela é um pouco maluquinha, mas é uma ótima amiga. Se ela ameaçou te bater, comigo foi bem pior, acredite - digo, tomando mais um gole de suco.

- Ela também não gostou da nossa escapada? - Questiona curioso.
Me lembro da reação da Bere, não foi exatamente uma negativa.

- Não exatamente, mas você disse também, pelo visto seu conselheiro também não aprovou.

- Não, na verdade ele achou uma loucura, até achou que estava ficando maluco. Não sou de fazer as coisas sem pensar antes, ficar com um desconhecido se encaixa na lista de coisas sem pensar. - ele ri do próprio comentário, e me permito rir também, o clima era propício pra isso.

- Me perdoa a indiscrição, mas o que você faz? Sua profissão?

- Sou artista. Na verdade, sou modelo, faço algumas publicidades, mas minha maior paixão é a música. Amo cantar. - decido ser sincero. Vejo sua atenção que já estava focada em mim triplicar.

- Caraca, que incrível. Eu amo música também, gosto de ouvir em todo momento, me acalma no meio da loucura que são os negócios.

- E você? O que te levou pro agronegócio?

- Meus pais viveram quase toda vida no interior. Posso dizer que sou o primeiro da minha família a se formar, então dei um jeito de unir coisas que me agradam numa única profissão. Só a música que ficou pra trás, mas quem sabe a carreira sertaneja venha aí logo logo - diz rindo, me arrancando uma risada sincera.

ℭ𝔞𝔰𝔲𝔞𝔩 - 𝔎𝔢𝔩𝔪𝔦𝔯𝔬 Onde histórias criam vida. Descubra agora