Capitulo 15: Inquietaçao

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  POV Kelvin

Eu poderia ter ficado irritado com a falta de resposta do Ramiro, já queria perguntar isso para ele há um tempo e vi hoje a oportunidade perfeita e estava quase chegando ao meu objetivo quando somos abordados por Frank.

Nos conhecemos em uma das reuniões de publicidade a um ano atrás mais ou menos, ele é um cara muito bacana, a gente já ficou umas 2 vezes, mas não foi nada de mais, ele foi cumprir contrato em outro país e perdemos o contato. Quer dizer, agora não mais.

— Oiii, como você tá. Quanto tempo, não sabia que tinha voltado.- digo o sendo recebido em um abraço caloroso.

— Pois é, cheguei faz uma semana.
Acredita que tava pensando em você, e olha só você aqui.- continuamos próximos até que seu olhar cai sobre a mesa e lembro que não fiz as apresentações.

— Ramiro, esse é o Frank, Frank, esse é o Ramiro. - Vejo Ramiro se levantar brevemente da mesa e eles se cumprimentam com um aperto de mão. E logo ele volta a se sentar.

— Tá com fome, quer se sentar com a gente - no mesmo momento Frank nega dizendo que não quer atrapalhar e o corrijo dizendo que não é problema nenhum.

Por fim ele aceita e engatamos uma conversa sobre o último ano, procuro colocar Ramiro no papo, mas ele responde de forma breve, com pequenos comentários apenas. Cerca de 20 minutos depois vejo Ramiro olhar o celular e se despede de nós.

— Desculpa interromper o momento, mas tenho que ir, Rodrigo precisa de mim. Foi bom te conhecer Frank.

— Poxa já vai? Você nem comeu direito- digo tentando fazê-lo ficar, consigo notar algo diferente em seu olhar e sua postura que comigo sempre foi leve agora tem um ar mais rígido.

— Não, não, tá tudo bem. Mas vocês podem ficar a vontade, te vejo outro dia Kelvin.- ele diz dando um breve afago em meus cabelos seguido de um beijo na testa e saindo.

Não vou negar que sua saída repentina me causou estranhamento, era como se ele fugisse da situação, mas prefiro ignorar.
Continuo conversando com Frank, que também estranhou a reação do maior.

— Poxa, não queria atrapalhar seu encontro com teu namorado.- me diz com um semblante preocupado

— Não, ele não é meu namorado, é um... Amigo. E não atrapalhou não, ele some assim às vezes, coisa do trabalho. - Digo tentando convencê-lo e me convencer também.

Logo nos despedimos e vou direto para a casa da Luana, ela teve a ideia de fazer um jantar para alguns amigos íntimos, na intenção de agradecê-los e de certa forma inaugurar oficialmente a casa nova.

Apesar de tudo, é nessas horas que agradeço por ter entrado nessa relação casual, agora poderíamos todos jantar em paz e tranquilidade sem ninguém fugir.

Antes de ir passo no mercado e pego os ingredientes que fiquei encarregado de levar, ir ao mercado é quase terapêutico, lá existem tantas pessoas indo e vindo, me deparo com um casal de adolescentes, ambos comprando algo que acredito ser para um momento romântico e me lembro de quando eu era o romântico, me recordo da última vez que tentei me entregar 100% para alguém e no mesmo momento uma sensação melancólica toma conta de mim e logo a espanto, pego minhas coisa e vou para o caixa.

Chegando na casa da Luana já me deparando com a cena trágica, Berenice na cozinha.

— Pai amado, alguém tira ela desse fogão, Luana, mulher evita um incêndio na tua casa. - digo marcando presença.

— Cala boca, Kelvin, sei o que tô fazendo.- retruca me mostrando a língua.

— Nossa, imagina se não soubesse- ambos damos risada.

ℭ𝔞𝔰𝔲𝔞𝔩 - 𝔎𝔢𝔩𝔪𝔦𝔯𝔬 Onde histórias criam vida. Descubra agora