A Lua de Sangue

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Aviso ⚠️ Este capítulo contém cenas de violência, sexo, morte e suicídio. Se você for sensível a esses temas, aconselho não prosseguir com a leitura.


A partir dessa noite, as coisas nunca mais voltariam a ser o que eram naquela aldeia!

Vilarejo de Rasnov, ano 934

No coração da floresta, distantes dos acontecimentos da aldeia, Ribriane e Oob entregavam-se mais uma vez ao amor, mas desta vez, sob o brilho avermelhado da enigmática lua de sangue. Esta esfera celestial era portadora de uma magia misteriosa, repleta de poderes ocultos, que amplificava o ardor do desejo entre os dois amantes. Sob a sua influência, todos os seres noturnos da floresta agitavam-se, como se respondessem ao encanto da lua vermelha. Era um espetáculo raro...

Naquele instante, o tempo parecia dilatar-se, estendendo-se para além dos limites da realidade. Cada toque, cada suspiro, era impregnado pela magia que emanava da lua vermelha, transformando o ato de amor em algo mais profundo, mais mágico.

Ali, entregues um ao outro de maneira mais profunda do que jamais estiveram, Ribriane sentia o êxtase de seu primeiro orgasmo iminente, uma sensação nunca experimentada. O desejo que a consumia era como uma chama intensa, ardendo dentro dela como uma paixão desenfreada.

Oob, atento aos espasmos e gemidos de sua amada, libertou-se com um rugido de prazer, fundindo seus sentimentos com os dela.

Após desfrutarem do merecido momento de relaxamento, Oob decidiu conduzir Ribriane até o covil dos lobos, oferecendo-lhe abrigo contra a fria noite e presenteando-a com uma refeição composta por carne, frutos silvestres e castanhas, sabendo que eram os seus favoritos. Ao adentrarem o covil, toda a alcateia despertou em alerta, observando e farejando a presença da jovem. O aroma doce que emanava dela já era familiar para os lobos, que o associavam à presença reconfortante de Oob. No entanto, mesmo com essa familiaridade, a presença de Ribriane os inquietou, levando alguns a ameaçá-la com posturas ameaçadoras.

Oob, assumindo sua posição de macho Alfa, rosnou de maneira imponente para toda a matilha, fazendo-se respeitar e, ao mesmo tempo, assustando os lobos mais jovens e inexperientes. Seu rosnado reverberou no espaço do covil, ecoando como um comando que se impunha sobre aquela natureza selvagem.

Ele havia alcançado o status de macho Alfa, mesmo abstendo-se do acasalamento com as fêmeas da alcateia. O jovem demonstrava ser um líder inato, guiando a matilha em caçadas bem-sucedidas contra o rebanho de ovelhas. Seus reflexos humanos naturais permitiam-lhe caminhar ereto, uma habilidade que explorava ao abrir habilmente as portas dos currais noturnos, deixando os pastores isolados intrigados sobre a segurança de seus apriscos.

Com uma astúcia peculiar, ele escolhia cuidadosamente pastos e locais para os ataques, evitando uma carnificina desnecessária. O rapaz não apenas protegia o rebanho de uma devastação indiscriminada, mas também reduzia as caçadas aos lobos, influenciando positivamente o equilíbrio entre humanos e lobos na região.

Oob era um líder distinto, cuja eficácia transcendia os padrões convencionais. Sua presença desafiava a expectativa, e sua liderança singular havia diminuído as hostilidades contra os lobos. No entanto, os lobos mais jovens, instintivamente desafiadores, continuavam a testar sua liderança, uma dinâmica inerente à vida selvagem.

O jovem não apenas agia como um lobo; era um homem dotado de todos os ensinamentos e instintos lupinos. Ele combinava a garra, ferocidade e coragem de um animal selvagem com a inteligência e astúcia de um ser humano. Essa fusão de características únicas fazia dele um ser verdadeiramente extraordinário, moldado pela dualidade de sua natureza.

A Maldição - Uma Herança SelvagemOnde histórias criam vida. Descubra agora