Mais uma vez, queremos expressar nossa gratidão à 42Juliamatos por suas artes incríveis, que deram vida a cada capítulo dessa história. Obrigada, minha linda, por todo o seu talento e dedicação! ❣️
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- Não se mexa, apenas ouça... - continuou ele, com um tom sedutor que fazia cada palavra parecer um segredo. - Quero que venha comigo esta noite. Vou te levar para longe daqui, para um lugar onde só existam você e eu, longe das sombras desta casa...
O Barão de Chevalier entrou em seu escritório com a graça de um homem acostumado à formalidade. Vestido com um fraque preto, adornado com botões e abotoaduras douradas, ele se acomodou atrás de sua imponente mesa de mogno. Com um gesto quase automático, seus dedos começaram a folhear o jornal, mergulhando nas primeiras páginas com uma atenção tranquila e ponderada.
Em sua mente, ainda evocava a manhã que julgava ter sido quente, lembrando-se dos momentos íntimos que passara com sua esposa na cama. Ele se deteve por um instante, contemplando sua imagem no espelho da mesa, e um suspiro de satisfação escapou de seus lábios antes que se voltasse para as primeiras notícias.
O breve instante de tranquilidade foi quebrado pela presença do mordomo, que, com um toque suave na porta, entrou com uma calma estudada, enquanto sua mente retornava ao momento em que a baronesa, com seu olhar decidido, abriu o envelope que agora ele carregava.
Ele havia feito o possível para selá-lo novamente, utilizando todos os truques que aprendera ao longo dos anos. No entanto, ao se encarar no espelho da estante do escritório, uma dúvida persistente o consumia: será que o patrão notaria algo?
- Senhor, esta correspondência chegou agora há pouco - disse o mordomo, estendendo o envelope levemente selado com cera vermelha.
- Obrigado, Alfred. E a baronesa, onde está? - perguntou o barão, enquanto pegava o envelope.
- Encontra-se no jardim, senhor - respondeu Alfred, fazendo uma leve reverência.
- Certo.
Ao abrir o envelope, o barão sorriu ao constatar que se tratava de um convite de casamento da filha de seu melhor amigo, a quem ele tratava carinhosamente por Flondor. As letras cursivas e elegantes do convite o fizeram lembrar dos tempos em que ambos frequentavam os salões de baile da alta sociedade. Nesses eventos, as damas desfilavam em seus longos vestidos de seda e renda, enquanto os cavalheiros exibiam seus melhores fraques e cartolas. O barão mal podia esperar para reencontrar o velho amigo e celebrar essa ocasião tão especial.
Antes que ele pudesse dobrar o convite e devolvê-lo ao envelope, as portas do escritório se abriram e a baronesa deslizou para dentro, ajeitando seu penteado com delicadeza. Seu olhar afiado imediatamente se fixou no papel nas mãos do esposo, e uma sombra de desdém quase incontrolável cruzou seu rosto.
- O que tem em suas mãos, querido? Pelo visto são boas notícias, está sorrindo...
A mulher sentou-se elegantemente de frente para o barão.
- Acertou. Fomos convidados para o casamento da filha do Flondor. Isso sim é uma bela notícia! - lançou o barão, com um sorriso leve.
- Oh, isso é maravilhoso! Podemos ir alguns dias antes para ajudar no que for possível. A Panchy não anda bem de saúde e tais preocupações podem fazer mal a ela. O que acha, meu querido? - disparou a baronesa com astúcia, com a intenção oculta de se encontrar com Vegeta.
- Por mim, tudo bem. Amanhã mesmo partiremos. Serão dias de viagem intensa até chegarmos a Brașov.
- Vou agora mesmo dar ordens à governanta - disse a baronesa, empolgada.
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A Maldição - Uma Herança Selvagem
FanficEm um recanto remoto do condado de Brasov, no antigo reino de Valáquia, uma ancestral maldição recai sobre uma linhagem familiar a cada quinta geração. Esta lenda trágica é tecida em torno de um homem cujas mãos mancharam-se com o sangue de um jovem...