A Revelação Parte 2 - O amor da fera

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Com todo o carinho, agradecemos a mais uma amiga talentosa que, com sua linda arte, tornou esta história ainda mais especial. O resultado foi além do que idealizamos, e nos encheu de orgulho okoks4rah você é simplesmente maravilhosa! Obrigada por fazer parte disso.

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Ele se afastou lentamente e a envolveu em um abraço apertado, permitindo que ela repousasse a cabeça sobre seu peito. As lágrimas quentes e inevitáveis que ele tentava conter começaram a escorregar pelo seu rosto, misturando-se com o suor da ansiedade.


A igreja de pedra, simples e rústica, repousava em meio ao campo, a curta distância da propriedade dos Briefs. Era uma construção antiga, com janelas estreitas e paredes gastas pelo tempo, e naquela manhã de domingo, a simplicidade do lugar parecia apenas intensificar a importância do momento dos dois casamentos que acontecia ali.

O aroma das flores do campo, colhidas pela manhã, preenchia o ar, decorando discretamente o interior. Poucos convidados estavam ali para testemunhar, apenas os mais próximos, amigos de trabalho e um ou outro membro da família, e ainda assim, o espaço pequeno estava cheio de expectativa.

Chichi e Lunch caminharam lado a lado pelo corredor, cada uma em seus belos vestidos, cedidos generosamente por Bulma. Eram vestidos muito além de qualquer coisa que tivessem sonhado para si. O tecido fino, caindo com leveza, moldava-se a seus corpos, e detalhes delicados de renda e bordados faziam delas figuras quase angelicais, como se por um instante, tivessem sido transportadas para outro mundo, onde poderiam ser princesas. Seus cabelos foram arrumados com primor, presos por fitas que brilhavam à luz suave que entrava pelas janelas.

Kakaroto e Raditz aguardavam no altar, um de cada lado, cada qual com seus próprios pensamentos e emoções. Kakaroto, normalmente tão despreocupado e sempre com um sorriso fácil, parecia carregar algo mais sério nos olhos naquele momento. Suas roupas, embora modestas, estavam perfeitamente limpas e passadas, dando-lhe uma dignidade que ele mesmo raramente se permitia. Seus olhos seguiram Chichi até o altar, e no breve momento em que seus olhares se encontraram, uma conexão silenciosa passou entre eles, um entendimento mudo de que a vida à frente traria desafios, mas que estariam juntos.

Por outro lado, Raditz manteve a postura um pouco mais rígida e séria enquanto Lunch se aproximava. Ele não tinha tanta familiaridade com o riso fácil de Kakaroto, nem compartilhava da mesma leveza de espírito, mas havia nele um respeito profundo pelo que estava acontecendo. Seus olhos escuros observavam Lunch com uma intensidade que só ela entendia, e mesmo que nenhum sorriso largo fosse trocado ali, havia algo nos gestos contidos de ambos que revelava uma compreensão recíproca. Os laços que os uniam eram feitos de algo mais do que palavras - era o trabalho partilhado, as lutas diárias e as pequenas gentilezas que passavam despercebidas aos olhos dos outros.

O padre, de idade avançada e voz tranquila, pronunciava as palavras sagradas com uma serenidade que preenchia o pequeno espaço da igreja. Não havia pressa. Toda frase era repleta de significado, cada bênção parecia se demorar no ar antes de pousar sobre os casais. Chichi e Lunch, em seus elegantes vestidos, destoavam da simplicidade do altar e da celebração, mas essa era a magia do instante: o extraordinário e o comum convivendo harmoniosamente.

Quando os votos foram finalmente trocados, não houve grandes celebrações. A igreja permaneceu envolta em um silêncio reverente, os poucos convidados sussurravam entre si, absorvendo a importância daquele instante. As portas de madeira da igreja estavam abertas, deixando entrar uma brisa leve que agitava suavemente os véus das noivas e trazia consigo o perfume do campo.

A Maldição - Uma Herança SelvagemOnde histórias criam vida. Descubra agora