Um Amor Além do Tempo

Capítulo 05: Destinos inevitáveis

Destino, uma força sobrenatural que atua sobre os seres humanos e as circunstâncias que estes vão enfrentando ao longo de sua vida. Destino representa carma, uma circunstância de vida que o indivíduo precisa superar ou fazer valer a pena para um momento próximo.

Eu nunca fui uma pessoa que acreditava no destino e na questão do sobrenatural, achava isso tudo uma tolice sem cabimento ou lógica. Mas, eu me pergunto... Será que foi o destino que trouxe você de volta para mim, Althea?

Tebas, Egito
978 a.C.

"Eu não sei por que o destino decidiu brincar comigo desse jeito. Primeiro, ele tirou os meus pais, me deixando destruída, perdida, sem nenhum apreço pela vida, para que assim ele me desse uma nova razão para continuar vivendo."

"Eu me pergunto... Por que o meu destino é tão cruel comigo?"

"— Menina!"

"De repente, uma voz de mulher começa a dominar a minha audição. Abro lentamente os olhos, esperando que as luzes escaldantes do sol invadissem minha visão e a deixassem irritada, mas, em vez disso, não sinto mais aquele calor sufocante sobre o meu corpo. Também não sinto mais o chão seco do deserto sob mim; no lugar, sinto um enorme conforto que relaxa todo o meu corpo. O que é isso? É tão macio e quentinho."

"— Está acordada? — abro meus olhos e percebo que estou deitada em uma cama, com uma desconhecida sentada ao meu lado, me encarando fixamente. — Que bom que ainda está viva."

"Eu a olho, confusa e perdida, com o corpo pesado e completamente dolorido."

"Onde eu estou?", pergunto em meu subconsciente, enquanto analisava o local, olhando ao redor. Eu estava em uma casa feita inteiramente de madeira, os móveis perfeitamente organizados, com um forte cheiro de ervas que rodeava toda a casa, invadindo meu olfato."

"— Deve estar confusa agora. Prometo esclarecer suas dúvidas quando se sentir um pouco melhor — falou a mulher, em um tom calmo e sereno. Quem é essa mulher?"

"Tento me levantar usando todas as forças que restam em meus braços, mas é em vão. Deito novamente, cansada e dolorida."

"— É melhor não se levantar. Está fraca e debilitada. Estava entre a vida e a morte quando te encontrei e te trouxe para cá — ela se levanta de onde estava sentada e vai até as ervas que estavam sendo fervidas em uma panela."

"— Quem... quem é você? Que... lugar é esse? — pergunto com a voz fraca."

"— Meu nome é Althea, e você está na minha casa — respondeu, mexendo nas ervas."

"— Na sua... casa? — eu olho ao redor mais uma vez com a visão cansada. — Quanto tempo... eu dormi?"

"— Quatro dias. Você teve sorte que eu apareci no último instante. Mais algumas horas e você teria morrido de desidratação ou fome — diz, enquanto pegava uma vasilha e servia o líquido das ervas."

"Ela se aproxima de mim com a vasilha na mão e, com sua ajuda, consigo me levantar."

"— É um remédio para ajudar na sua hidratação, tem camomila, alho e hortelã — ela me ajuda a tomar um gole, e logo sinto o gosto amargo dominando meu paladar."