Capítulo 02: O colapso de uma mente confusa

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"Vingança. Uma palavra forte e cheia de determinação, que leva um ser humano mesmo em seu limite aos seus objetivos mais profundos e a uma nova razão para continuar vivendo."

"Bem, esse foi o meu caso..."

"Depois que meus pais morreram, as duas pessoas que eu mais amava nesse mundo, a razão para eu continuar vivendo em um mundo sem eles ao meu lado realmente não fazia mais sentido para mim."

"Eu desejei a morte inúmeras vezes, mas ela nunca veio até mim, ela me ignorou e eu continuei vivendo..."

"Aos 10 anos fui obrigada a enterrar meus pais debaixo da terra seca, nem sei quantas lágrimas eu derramei até ficar exausta, só sei que eu desmaiei de cansaço tanto físico quanto mental. Eu não sei quantos dias se passaram, só sei que eu queria morrer, esperar a morte vim me buscar."

"Morte. O que é a morte?... 'É um processo natural e inevitável do qual todos os seres humanos estão destinados desde o início.'

"E o que é o suicídio?... 'É o ato que causa o planejamento da própria morte, dando uma pessoa a chance de morrer da forma que queira em meio ao estado mental perturbado e depressivo.' Espera! Suicídio... é isso que eu procuro?"

"Eu já não tenho mais motivos para continuar respirando, tudo o que eu tinha de mais valioso foi tirado de mim, meus pais nunca mais vão voltar, aquele homem não vai ser punido pelo o que fez. O que tem de errado em querer acabar com esse sofrimento?"

"Mas eu não tenho coragem de fazer isso por conta própria, em vez disso, eu simplesmente deitei no chão aos prantos, deixando o cansaço dominar o meu corpo e mente para que eu dormisse para sempre, junto com o sol escaldante e a terra seca sem água ou vida..."

" Menina..."

"A voz de alguém ecoa distante me chamando com suavidade em seu tom, era uma voz feminina, uma voz que não me lembro, mais que me soa muito familiar..."

"Menina..."

"De novo. De quem era essa voz? Porque eu não consigo me lembrar do rosto dessa pessoa? Qual era o nome dessa pessoa?"

"Meu corpo está pesado, como se todo o peso do mundo estivesse em cima de mim, me esmagando por completo, onde eu não consigo mexer um único dedo. Minha visão está tomada de escuridão, não consigo ver nada, não consigo sentir nada. Estou me afogando no mais intenso mar de solidão e escuridão infinita. Não a luz para onde eu olhe, nem presença por mais que eu tente sentir ao meu redor. Eu simples estou sozinha de novo. Sozinha na minha própria solidão."

"Não desista ainda, você precisa acordar! Precisa continuar!"

"Mais uma vez essa voz que tanto me intriga com a sua suavidade. Eu a conheço, mais esquece seu rosto por algum motivo."

"A sua jornada ainda não terminou. Você ainda tem muito o que conquistar nessa vida. Então acorde!... Safyia!"

— AHH! — eu abro meus olhos, com a respiração ofegante, enquanto o suor frio escoria pela minha testa.

{...}

Portland, Oregon
Hospital.   2020 d.c

Aos poucos começo a me acalmar e recobrar os sentidos. Que tipo de sonho foi esse?

Depois de voltar ao normal e recuperar o fôlego, eu começo a olhar ao meu redor e percebo que é um lugar muito familiar pra mim. Eu estou em um hospital, deitada em uma cama hospitalar um pouco desorientada, com a visão irritada, por conta das luzes fortes que saiam pela a janela fazendo-me cobrir meus olhos com minha mão que havia uma agulha cravada na veia.

Um Amor Além do TempoOnde histórias criam vida. Descubra agora