Capítulo 13: Tirando as mascaras

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Tebas, Egito    
260 a.c.

"Por um breve período de tempo, existiu um homem que me amava..."

"— Eu te amo, Safyia. – disse o homem sincero, cujo rosto não me recordo. — Desde que te conheci, eu amo você. – concluiu, o que me deixou surpresa."

"Eu tinha 18 anos quando ouvi pela primeira vez que alguém - além dos meus pais e Althea - me amava. Não como uma filha, uma aprendiz ou amiga, mas como uma mulher, de corpo e alma."

"Eu fiquei com medo e o rejeitei, não porque eu não o amava, mas porque estava ocupada demais planejando a vingança que tanto busquei desde aquele massacre causado pelo homem que roubou tudo de mim. Não queria envolvê-lo em algo que era só meu, por isso o afastei."

"Ele me entendeu e me deixou ir como uma prova do seu amor por mim."

"Me arrependo dessa decisão. Eu também o amava. O amei como nunca amei nenhum outro nesta vida."

"E assim como os meus pais e Althea, ele morreu, e eu nunca mais o terei de volta."

{...}

Casa dos Carson
2020 d.C.

O amor pode ter várias formas. Uns podem ser verdadeiros e sinceros, enquanto outros são frios e traiçoeiros. Mas há um amor que pode ser triste, solitário e mal compreendido. O amor não correspondido é um dos sentimentos mais injustiçados que podemos experimentar.

Uma pessoa normal tende a desistir desse amor para seu próprio bem; afinal, se machucar à toa não levará a nada de bom. O problema é que existem pessoas tão terrivelmente teimosas que não aceitam um 'não' como resposta. Como esse escroto que nós conhecemos!

Toda vez que Alex dizia 'eu te amo' para Chloe, eu sabia que era mentira. Ele nunca a amou de verdade, e duvido muito que saberá o verdadeiro significado de amar alguém algum dia.

— Eu já cansei de brincar de teatro! – digo quase aos berros, com raiva.

Alex fica surpreso com tamanha mudança de humor.

Eu pensei que poderia me segurar mais um pouco, fazê-lo realmente acreditar que não me lembrava de nada, mas depois que presenciei tamanha falsidade, não aguentei e explodi de tanta raiva. É impressionante o quanto um ser humano pode ser pobre, tanto por dentro quanto por fora.

— Como assim? De que teatro você está falando? – perguntou confuso, me fazendo revirar os olhos.

— Pretende continuar com sua farsa até o final? – sorri forçadamente com sua atuação. — Depois de todos esses anos vivendo neste mundo, eu nunca conheci um ser tão patético quanto você! Não bastou ter atormentado, perseguido e matado aquela menina, ainda teve a coragem de vir até essa casa e mentir de forma descarada.

— Mentir? Não, meu amor, você entendeu tudo errado!

— Me chama de meu amor de novo e eu não respondo por mim! – alertei. Minha tolerância estava no limite.

Eu sei que não deveria tomar medidas drásticas, porque isso é perigoso, que isso iria contra todos os meus princípios médicos e causar certos "ferimentos" físicos em um ser vivo. Mas esse garoto me faz querer fazer isso.

— Tudo bem, eu não vou mais te chamar assim. Fique calma e vamos conversar direito. – disse ele, tentando manter a calma. — Chloe, eu sei que isso é demais para você absorver, mas não precisa se preocupar com nada. Vamos resolver isso juntos. – ele deu alguns passos para frente mas, em compensação, me afastei três passos longos para trás.

Um Amor Além do TempoOnde histórias criam vida. Descubra agora