Já se passaram quatro dias desde que eu acordei do coma e dois dias desde que Evelyn também recuperou a consciência. Eu recuperei o movimento normal das pernas e terminei a fisioterapia sem nenhuma complicação. Agora posso andar por conta própria e fazer tudo sozinha.
Evelyn já está fora de perigo e recebeu alta hoje. O mesmo vale para mim também, já que o resultado dos meus exames não apresentou nada fora do comum. Por essa razão, decidimos que já estava na hora de voltar para casa.
— Hm, hm, hm... — Jonathan estava me ajudando a arrumar minha mala enquanto cantarolava bastante animado, o que me faz sorrir.
— Está tão feliz assim por voltarmos para casa? — pergunto enquanto terminava de me arrumar no banheiro.
— Mas é claro! Já fazem duas semanas desde a última vez que toda a família ficou reunida em casa, isso é motivo para ficar de muito bom humor. — diz bastante feliz.
— Sei, sei. — Eu termino de me arrumar e saio do banheiro. — Eu também estou feliz por poder voltar.
— Afinal, Chloe, tudo bem para você voltar para nossa casa? Como você ainda não se lembra de nada, deve estar bastante incomodada — diz ele, meio preocupado.
— Tá tudo bem, eu consigo me acostumar rápido. Além do mais, não estou indo para uma casa qualquer, estou indo para nossa casa. Não se preocupe tanto. — digo em um tom animador, o que o faz ficar aliviado.
— Se você diz... — fala com um sorriso bobo no rosto.
— Uhm, tão bobinho. — Eu começo a ajudá-lo com a mala.
Embora eu tenha dito que me acostumaria rápido, ainda assim não consigo deixar de me sentir desconfortável com tudo. Só o fato de ir morar na casa de outra pessoa, vestir as roupas dessa pessoa, usar suas coisas, dormir no quarto dela e apreciar momentos em família no lugar dela já é um incômodo muito grande.
Eu me sinto uma invasora, uma personagem que só serve como substituta da protagonista da história.
— Vocês já terminaram? A mãe e o pai já foram na frente — diz Elias, nos esperando na porta.
— Já estamos quase terminando — responde Jonathan.
— É melhor se apressarem, os repórteres estão como loucos na entrada do hospital, ansiosos por uma notícia. — diz Elias, cruzando os braços, parecendo incomodado.
— Repórteres? — pergunto, confusa.
— Sim, depois que você causou o acidente e veio para cá, repórteres de quase todas as emissoras vieram como abutres para conseguir alguma informação sobre você. Conseguimos afastá-los graças à segurança que o pai contratou, mas não sei se teremos a mesma sorte agora que estamos indo embora. Me pergunto como eles sabiam que iríamos sair hoje. — diz Elias.
Ah, é verdade, agora o nome Chloe Carson — que já era famoso pela influência de seus pais — ficou ainda mais falado graças àquele acidente. Em outras palavras, vai ter gente me enchendo o saco!
— Ah, que isso, não é como se fosse a nossa primeira vez enfrentando isso. E outra, os seguranças vão garantir que ninguém se aproxime da gente! Então não se preocupe — diz Jonathan, confiante.
— Falar é sempre fácil... Vamos!
— Tá bom. Vamos, Chloe. — Jonathan pega minha mão e me guia até a saída do hospital, como se eu fosse uma criança.
Eu já estou acostumada com esse tipo de situação desconfortável. Na minha antiga vida, era bastante comum ter repórteres me perseguindo para todos os lados; eu quase nunca tinha privacidade e vivia fugindo das câmeras.
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Um Amor Além do Tempo
RomanceEm um passado muito distante, Safiya acreditava que sua vida feliz e perfeita continuaria para sempre; porém, toda a sua felicidade acaba quando seu vilarejo é atacado por um exército, resultando na morte de vários inocentes, incluindo seus pais. Ma...