Adael

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Assim que o ataque começou a vila foi pega no fogo cruzado. As poucas pessoas que vagavam pelas ruas se trancaram em suas casas, mas os disparos que não encontravam seus alvos iam em direção as casas.

Ada deixou o resto do grupo e correu o mais rápido que pode para o meio do combate. Utilizando Atlas ele reforçou as paredes das casas que estavam no meio do combate. Alguns soldados da Excalibur tentaram ataca-lo achando que fazia parte do grupo de bandidos, contudo ele era mais rápido e escapou ileso.

Ele viu soldados acertarem alguns bandidos e executa-los em instantes, sentiu seu peito apertar faltou-lhe ar e o mundo parecia girar. Eram tantos gritos desesperado e sangue, suas pernas tremiam e sua mente foi tomada pelos piores pensamentos sentiu-se transportado para o dia que não pode salvar sua irmã.

Um homem passou por ele, estava correndo desesperado pode ver seu rosto por um breve instante e o reconheceu. Era um dos mineradores que trabalhou com ele nas montanhas meses atrás, ele corria em direção a estalagem em busca de abrigo, um dos soldados havia o notado e apontou a arma estava prestes a puxar o gatilho, mas Ada sai de seu estado catatônico.

- Não! – Gritou em desespero fazendo um movimento rápido com o braço direito.

Atlas respondeu a terra levantou e poeira se misturou com a fumaça das bombas que os bandidos haviam jogado diminuindo ainda mais a visibilidade. Mesmo assim ouviu um gemido o homem que fugia tinha sido atingido e estava no chão. Ada correu em seu auxilio, mesmo com a barreira de terra a bala foi capaz de ferir a perna do minerador. Ele agarrou o homem ferido e erguendo o do chão, colocou o braço do homem por cima dos seus ombros e levou até onde tivessem alguma cobertura.

- O senhor está bem? – Disse preocupado.

O homem não era capaz de responder, estava em pânico e encarava a perna ferida. As calças do minerador escorriam vermelho, Ada colocou as mão sobre o ferimento tentava focar, ficar ali no momento, mas sua mente divagava suas mão agora sujas de sangue o arrastavam para aquele dia.

- Vai ficar tudo bem. – Disse quase que para si mesmo. – Nós vamos da um jeito. – Queria demonstrar confiança, dar segurança para o ferido, mas estava impotente de novo.

- Obrigado. – Respondeu o homem entre grunhidos de dor. – Você me tirou de lá.

- Você deve ficar aqui escondido, eu vou erguer uma barreira para te manter seguro. – Falou agora um pouco mais confiante ao se levantar.

-Você vai voltar para lá? Você não precisa fazer isso garoto, não seja tolo você já fez muito, se voltar vai morrer. – Disse o ferido ao agarrar Ada pelo braço. – Não vou contar para ninguém se fugir.

Seu estomago revirou, estava diante dele a mesma oportunidade que o tinha levado até ali a oportunidade de aceitar a fraqueza a covardia de que sua irmã havia falado no dia de sua morte. Foi tomado por uma forte repulsa, da situação, de tudo, dele mesmo por ter cogitado aquilo por um misero instante. Bruce, Ingrid, Bianca e a vila ainda estavam correndo perigo.

-Não posso ficar parado aqui e fingir que outros não precisam de ajuda. Nunca mais. – Disse enquanto um sorriso se formou em seu rosto. – Agora fique quito enquanto subo a barreira para que não te achem. – Sua voz estava firme, seu corpo não hesitava mais pois nele havia a certeza de seu propósito.

Ele correu de volta para o campo de batalha pode ver ao longe Bianca duelar com um dos bandidos com mascara de sucata o impedindo de se aproximar da carga. Viu as chamas de Bruce mais ao fundo e ouviu os gritos enfurecidos de Ingrid. Mas a sua frente uma situação muito perigosa se desenrolava.

Um dos bandidos cuja mascara de sucata tinha dois chifres de ferro e engrenagens nas laterais enfrentava dois soldados e do meio da nevou e poeira do combate o autômato bélico surgiu. Junto do piloto da arma de guerra estava o Tenente Medeiros.

- Ivan Vanovitch, por seus crimes contra o Império de Constela e o sentencio a morte. – Bradou o tenente furioso. – Que você apodreça no abismo e que seu corpo e alma sejam devorados pelos demônios pelo resto da eternidade.

Os dois soldados que lutavam contra o homem mascarado que agora Ada sabia se chamar Ivan se agarraram a ele impedindo seus movimentos. O autômato girou o cano do canhão na direção deles. Ada não sabia o quão poderosa era a arma, mas naquela mesma direção estava a estalagem.

Ivan lutava para se desvencilhar dos soldados que se agarravam a ele com todas as suas forças, eles não se importavam de se sacrificar. Ada mal teve tempo de pensar, o que aquela arma podia fazer? Estariam as pessoas da estalagem em risco? Rob e sua família. O tenente então grito

- Atire! Varra a terra desta escoria! -Urrava o tenente que já estava descontrolado.

Ada viu as pernas do autômato mudarem de posição buscando ter mais aderência ao chão, o cano estava alinhando tanto com Ivan quanto com a estalagem. Então aconteceu

Foi tudo tão rápido, instintivo até. Ele estava entre a arma e Ivan mas o disparo já estava acontecendo um, o cano da arma se acendeu e ela rugiu. O projetil metálico vinha na direção de Ada e seu corpo respondeu. A voz de seu pai retumbava em sua mente mais alta do que o barulho do disparo.

O projetil vinha em sua direção e o corpo de Ada deslisava, sua base se abriu seu peito e braços eram fluidos, movimentos rápidos e delicados. "Nem sempre se pode escapar da tempestade, se não puder sair do caminhos dela faça com que ela mude de caminho", a voz de seu pai nunca foi tão clara em sua mente. Seus pés grudaram na terra e ele em resposta grudou nos pés a presença de Atlas era clara consigo e em seguida fez a coisa mais estupida que alguém poderia fazer e socou o tiro do canhão.

A terra estremeceu, as construções a sua volta balançaram e ele socou o tiro do canhão contra o chão com toda a sua força, sentiu o projetil deslizando pelas costas dos dedos enquanto se partia, assim como a terra seu braço se partia. Mas ele não hesitou não deixaria mais ninguém se ferir por não ser forte o bastante. Ele gritou até sentir que seus pulmões explodiriam focando toda sua força em um golpe que fez a bala e seus estilhaços se fundiram ao chão.

Ada! – Ouviu Bruce gritar distante.

Ele estava no chão e não tinha forças, ouvia barulhos, disparos de armas gente correndo. Uma voz que ele não conhecia gritando perto dele.

- Nós falhamos! Destruam carga e batam em retirada. Viveremos para lutar outro dia! – Gritou uma voz grave.

Sua visão se fixou em seu corpo, ele estava caído sobre um monte de terra fofa, havia muito sangue e ele estava frio. Seus olhos estavam embaçados, achou que era poeira, tentou limpa-los com sua mão, mas ao tentar erguer o braço foi tomado por dor lancinante então entendeu, não havia mais mão, apenas uma massa deformada de carne rasgada e osso partidos. Desmaiou.

AmaldiçoadosOnde histórias criam vida. Descubra agora