Bruce

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A batalha havia se encerrado e Ada recebia cuidados médicos e continuava inconsciente. Os bandidos de mascaras de sucata haviam escapado, embora tivessem sofrido algumas causalidades. O tenente havia mandado Bruce ir atrás deles, mas foi ignorado pois Ada havia se tornado a prioridade do grupo.

Havia muita tensão entre o grupo e os soldados da Excalibur que não dedicou nenhuma atenção aos feridos. A verdade era que os soldados que não haviam sido abatidos não faziam nada além de esperar receber ordens o que tornava a situação ainda mais incomoda. A carga tinha sido destruída e o tenente Medeiros vagava pelo campo de batalha furioso.

- Chaminé o que vamos fazer agora? – Perguntou Ingrid enquanto encarava Ada ferido sobre a maca no consultório do Dr.Martines.

Bianca também estava na sala com eles, mas se mantinha calada. Ela era de longe a que parecia mais confusa.

- Não sei. – Falou Bruce com o coração apertado. - Mas alguém vai pagar pelo que aconteceu aqui hoje.

Mais uma vez ele se sentia fraco e perdido, Ada estava estável, mas foi Bruce que os colocou naquela situação, fora ele que aceitara o trabalho. "Tolice", pensou se seu amigo estivesse acordado iria dar um sermão, diria que se o ataque acontecesse ali e eles não fizessem parte do trabalho ainda agiriam para proteger a cidade, disso ele tinha certeza.

Mas o conflito de Bruce não se cessava por pensar na sensatez ou positividade que Ada traria para a situação. De todos os sentimentos que se misturavam e tomavam conta dos pensamentos de Bruce o mais forte era sua cólera. Eles haviam sido usados, eles e a carga quando Medeiros decretou que atirassem no tal de Ivan tudo ficou claro, trazer a carga era só um jeito de armar uma armadilha para aquele grupo de bandidos e Bruce e seus amigos foram dano colateral assim como a vila.

Ele deixou a clinica e marchou a passos largos e apressados em direção a Medeiros, era bom que Ada estivesse inconsciente ele nunca permitiria que Bruce fizesse o que estava prestes a fazer. Sentiu seus ossos ferverem, seu peito se encher de chamas estava determinado a matar o tenente e seus homens da forma mais dolorosa possível.

Foi interrompido por Ingrid, que agarrou seu braço que já estava incandescente. Ele ouviu um chiado e sentiu o cheiro de carne queimada, mas sua amiga não o largou.

- Não assim. – Disse Ingrid tentando acalma-lo. – Você sabe que ele vai odiá-lo se fizer isso. Não por um braço muito menos por ele inteiro.

Ela estava certa, uma péssima hora para ela que era tão explosiva começar a ser sensata. Mesmo que o arrependimento viesse depois naquele momento incinerar o corpo de tenente com ele ainda vivo traria grande satisfação, todavia ela estava certa um momento de doce vingança não valia o desgosto que Ada sentiria por ele. O garoto iria perdoa-lo provavelmente, mas sua amizade nunca mais seria a mesma.

-Vocês! – Gritou Medeiros frustrado. – Vocês são a razão do meu fracasso, seus amadores!

Eles nada responderam, Bianca deu um passo a frente, Bruce nem havia reparado que ela também havia os seguido.

- Tenente os imprevistos...

-Não apele para minha benevolência senhorita Müller. A senhorita foi indicada para selecionar mercenários competentes para esta missão e falhou! – Era claro que Medeiros por mais irritado que estivesse se divertia em atacar os outros. – Seu irmão a indicou para esta missão, ele ficara muito decepcionado em saber que a senhorita não excede as expectativas.

Bianca parecia ter sido paralisada como se tivesse sido enfeitiçada, suas mãos se aproximaram de seu corpo e ela perdeu a postura intimidadora que sempre tinha.

- Esta missão senhorita, era sua iniciativa para almejar um cargo na Excalibur. – O ar irritado e descontrolado de Medeiros passou para o de um sermão. – Claramente você o que estamos procurando. Falhas como está que você e esse grupo demostraram hoje não são toleradas.

Bruce compadeceu da dor de Bianca, eles não eram culpados pelo que aconteceu ali, pelo contrário, o quanto aquela situação poderia ter fugido do controle se não estivessem ali. Um massacre teria ocorrido. O que teriam sido a vila e seus habitantes? Dano colateral?

Ele avançou contra Medeiros quase o derrubando no chão ao se esbarrarem.

-Controle suas palavras cachorro do primeiro ministro! – Disse Bruce com desprezo em sua voz.

- Controle você suas atitudes Bruce. Você não é mais quem era antes, não passa de um mercenário de quinta em uma vila numa terra de ninguém, liderando um bando de cães sarnentos. Acha que isso via acabar bem para você? atacar um oficial da Excalibur? – Disse Medeiros apontando o dedo para cara de Bruce.

- Tire esse dedo imundo da minha cara que você usa para acariciar o saco do primeiro ministro. O cheiro está me incomodando.

Os olhos de Bruce se acenderam e o tenente recuou indignado.

-Aquele moleque estragou tudo! Você e seu bando de ovelhas negras desgarradas. Eu sei muito bem quem são vocês. – Disse enchendo sua voz de deboche. – Um desertor, uma vadia bastarda, e fratricida. E agora uma mercenária incompetente.

-Suma daqui com sues homens antes de que se arrependa Medeiros, ou não vai chegar a contar ao seu primeiro ministro o que aconteceu aqui. – Bruce respirou profundamente fazendo as chamas se apaziguarem. – Aproveite que a viagem é longa para pensar em como pedir perdão ao seu dono por ter falhado na tarefa que te foi incumbida.

- Pois euvou embora dessa pocilga mesmo seu merda. Fique com a sua escoria nessa vila maldita.Todos porcos com destinos desgraçados. – Falou Medeiros entredentes. – Cãsvagais excomungados, lixo da capital, assassinos, covardes e incompetentes.Fiquem nessa lama que é o seu lugar, e nunca coloquem essa cara imunda nacapital. Bando de Amaldiçoados.  

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