Carla III

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Depois do que passou em trindade e abandonar o manto da Ordem vagou por cidades da região realizando trabalhos mercenários. Sempre havia um grupo de bandidos que precisavam se levados a justiça, uma criatura que deveria desaparecer, uma caravana para escoltar ou algo para ser entregue. Sentia que havia se reconectado com uma parte do trabalho da qual sentia falta, ajudar os outros. Cada trabalho trazia novas pessoas cada qual com suas historias, Carla adora saber mais e dar uma mão, Ainda assim sentia que algo estava faltando. A satisfação de ajudar não preenchia um vazio que se abriu em seu peito da última que esteve com Ingrid, sentimentos que a deixavam confusa e insegura dali para frente. Muitas vezes se pegava questionando seu destino, sem saber qual o próximo passo de sua jornada, e se tinha feito a escolha certa.

Estava a caminho de uma nova cidade, sempre com esperança de que com um novo destino em sua jornada viriam novas respostas e perguntas que poderiam ajudar a se encontrar. Sempre ia a pé gostava de andar e conhecer os caminhos e trilhas que conectavam a região, assim podia acampar e observar as estrelas, pegar trilhas diferentes e inexploradas, para no meio do caminho e comtemplar o que tinha a sua volta. Todavia sempre pensava na cama confortável e no banho quente que poderia tomar assim que chegasse à próxima vila ou cidade, acima de tudo pensava na comida, não era uma exímia cozinheira, e poder comer algo que não tinha sempre o mesmo gosto sem graça era do que mais sentia falta na estrada.

Enquanto a luz do sol se apagava em suas costas podia ver as luzes da próxima parada se acenderem. Uma cidadezinha estava logo ali no horizonte, se apressasse o passo poderia chegar com o fim do crepúsculo e dormir confortavelmente pela noite. Não muito longe da cidade, foi abordado por companhia inesperado. Um grupo de homens vestindo retalhos e mal-encarados se esgueiravam na beira da estrada, estavam esperando para roubar viajantes. Carla não recebeu tratamento diferente, faziam elogios intimidadores e ameaças em tom passivo, portavam armas improvisadas, que para alguém que viajasse sozinho e não soubesse se cuidar representavam uma ameaça. Infelizmente para eles, Carla podia estar sozinha, mas sabia se cuidar muito bem.

Estavam em sete e começaram a cerca-la e tentar intimidar. As ameaças e o comportamento rude se tornaram mais direto. As vezes um grupo de hienas tenta atacar uma leoa.

- Ei princesa! Uma coisinha bonita como você não deveria ficar andando sozinha em estradas perigosas. – Disse um deles sorrindo de maneira pervertida enquanto sacou um canivete.

- Seria uma pena estragar um rosto bonito desses meu amor! – Falou outro enquanto mandava beijos e dava risada.

- Você podia fazer um favor pra todo mundo e abrir essas penar gostosas, assim geral sai ganhando.

-Uhul! Escuta o que ele disse gostosa, depois que eu terminar com você vai se apaixonar. – Falou outro que segurava um cano e o usava para imitar como se estivesse se masturbando.

Ter que ouvir e ver aquilo era tão vergonhoso e enfurecedor que ficou enjoada. Certamente não era a primeira a escutar tudo isso, quantos viajantes assediaram e machucaram? Fazendeiros deveriam passar por ali com suas esposas e filhos e filhas, torcia para que nunca tivessem tocado em uma garota, só essas ideia já a traziam desgosto e raiva suficiente para não deixar aquilo passar ileso . Enquanto a cercavam balançavam os canos e pedaços de paus, brincavam com as facas e canivetes como ataca-la a qualquer momento, um deles até mesmo portava um revolver que maneja de maneira inconsequente. Largou a mochila e a lança no chão estava prepara para ação, contudo não podia lutar com tudo, se exagerasse acabaria matando o grupo de bandidos.

Aproximaram-se fechando ainda mais o circulo a sua volta, avançavam, mas não chegavam a atacar, ainda estavam tentando intimidar e conseguir alguma coisa sem ter que tomar uma atitude real. Ela não recuou, ficou firme enquanto os olhava com desprezo, como havia largado a lança de Santa Lidia seus movimentos podiam ser livres e assim assegurou que não a usaria contra os valores da esperança.

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