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Sem perceber Fiorella e a família dela se aproximavam lentamente deles, Cristina se levantou e ao notar a presença da mulher ela a olhou. 

— O que faz aqui? 

— Cristina, por favor, eu não quero discutir com você, estou aqui pela minha filha...

— Ela não era a sua filha — interrompeu Cristina. — Saia daqui agora. 

— Você não pode me obrigar a sair. 

— Vai embora —- gritou Cristina chorando. — Você não tem porque estar aqui, então saia. 

— Eu sou a sua mãe — chorou Fiorella. — E essa que está sendo enterrada é a minha filha. 

— A Ariel e eu nunca fomos suas filhas, a gente era... você abandonou elas. 

— Aqui não é o lugar e nem a hora para discutirmos esse assunto, eu só quero me despedir da minha menina...

— Eu sei que não é lugar e nem hora, mas eu juro que se você não sair daqui agora eu vou te tirar a tapas. 

Fiorella olhou para Cris. 

— Não me importa se foi você quem me deu a vida, não me importa se isso é errado, porque mais errado que isso é alguém como você que abandonou as filhas, uma delas ainda era um bebê, e agora vem aqui depois de tantos anos para pagar de boa mãe, sendo que nunca foi uma de verdade.

Cristina olhou para as irmãs que não conhecia, pois nunca haviam trocado uma palavra sequer. 

— Pelo menos não para mim e não para Ariel, a filha que está aqui sendo enterrada.

— Eu só quero que saiba que eu te perdoo...

— Me perdoar pelo quê? Não fiz nada de errado ao contrário de você. 

— Cristina, nós temos direito de estar aqui, ela era a nossa filha. 

Cristina olhou para Estevão. 

— Ela é a minha irmã e eu desejo chorar e me despedir dela, então saiam daqui porque vocês não são bem vindos, a Ariel não iria querer que estivessem aqui. 

— Melhor vocês irem — disse Douglas. — É um momento difícil para família e amigos, então peço que saiam. 

— Vamos Fiorella — Estevão olhou para a esposa. — Não vamos fazer uma cena aqui, não é o lugar. 

Fiorella e a família dela saíram e Cristina voltou seus olhos para a lápide. 

Ao despedirem-se de Ariel, eles seguiram para o velório de Lara, onde a mãe dela estava ajoelhada em frente a lápide. 

— Oh, minha filha. 

Mirina gritava. 

Charles e o pessoal foram chegando e ao se aproximarem as filhas dele deixaram uma flor na lápide e se ajoelharam. 

— Papai disse que você é uma linda estrelinha no céu — disse Lavínia. — A mamãe Holly também é uma estrelinha.

— E a mamãe Ariel também — disse Olivia triste. 

Charles se aproximou das filhas e tocou no ombro delas, as fazendo olhar para ele e as abraçou. 

Ao se afastar, Charles olhou para a lápide. 

— Você era a minha parceira de guerra e foi uma guerreira por muito tempo, mas, além disso, foi minha amiga quando tudo estava desmoronando logo após perder a Holly e você Lara ficou ao meu lado e me ajudou com as meninas. 

Amores Doentios |+18| |Concluída|Onde histórias criam vida. Descubra agora