LOVE FRUIT, Monkey D. Luffy

Capítulo 25

   Cerrei os punhos na terra, comecei a chorar com a respiração completamente desregulada. Ela se levantou, Luffy a acertou com um soco tão forte que ela caiu no riacho. Nami correu na minha direção e me ajudou a levantar, segurei-me em seus braços enquanto me abraçava.

— Eu to aqui, estamos com você. — A navegadora sussurrou no topo da minha cabeça, Moon saiu rastejando do rio, Zoro puxou pressionou a espada contra o seu pescoço.

Me soltei e fui até Aurora, ela estava no chão, o rosto encharcado como o meu. Suas mãos tocavam o rosto de nosso pai como quem moldava uma escultura.

— I-irmã. — Ela disse, continuei olhando para o seu corpo no chão sem expressar reação.

Luffy puxou minha mãe pela gola da de sua camiseta e a levantou preparando para acertar o seu rosto, ele estava enfervecido em ódio. Engoli o choro e fiquei frente à frente com Itaro e seu filho, os dois pareciam tão chocados quanto todos a nossa volta.

— Itaro Uzuha. — Apontei, ele arregalou os olhos. — Você quebrou o acordo e... não conseguiu... proteger o-o... m-meu pai!

— Como é?!

— Portanto nosso acordo vai mudar! Por que agora você nos deve. — Insisti, ele recuou surpreso, me segurei para não derramar mais uma lágrima sequer. — Como rainha, eu ordeno que prenda aquela mulher e a condene à ter o resto de sua vida miserável sem ver a luz do Sol.

Cerrei os punhos, todos congelaram, Itaro voltou a sua postura formal e então afirmou.

— Depois que... eu deixar esta ilha. Minha irmã vai se tornar a rainha, e eu não poderei mais intervir. Este será o meu último pedido.

— Minnie para!— Aurora me abraçou, não reagi, mas ela conseguiu sentir meus músculos tensos.

— Não vamos mais falar sobre isso. — Sussurrei, ela engoliu em seco.

Horas se passaram desde o ocorrido, Itaro prendeu minha mãe em um lugar onde pudesse cumprir com sua promessa. Os Uzuha começaram a planejar um funeral honroso para o meu pai, enquanto eu, permanecia do mesmo jeito. Calada, sem dizer uma palavra sequer. Nami estava preocupada, já faziam horas que eu não saía da varanda do quarto oferecido pelos Uzuha. Muitas coisas se passavam pela minha cabeça, as veias dos meus olhos já estavam avermelhadas de tanto segurar as lágrimas.

— Luffy. Precisa falar com ela. — Nami pediu, Luffy ainda estava sério, pensando sobre o ocorrido. — Que droga. Ela deve estar pensando em muita coisa agora.

Aurora cruzou o quarto e foi até a varanda, ante de abrir ela respirou fundo e então empurrou a porta, me virei.

— Está na hora. — Avisou, respirei fundo e afirmei com a cabeça. Luffy, Zoro, e Kaito ajudaram a carregar o leito do meu pai por uma trilha cheia de pétalas coloridas.

Olhar para o seu corpo pálido, sem cor, sem vida. Os lábios secos, e o rosto que há pouco tempo estava gargalhando e me afagando. Era de partir o coração. Os restante dos minks, ao menos os que compareceram ao funeral, começaram a cantarolar para que o clima não pesasse tanto. Itaro começou a contar sobre quando era jovem e como ele e meu pai eram amigos.

Me aproximei e o encarei uma última vez, meu corpo começou a tremer. Cerrei os punhos com tanta força, que os senti quase torcer. Luffy, logo atrás de mim, colocou seu chapéu sobre a minha cabeça, impedindo-os de me ver chorar.

Assim que o funeral finalmente terminou, começamos os preparativos para partir, neste ponto minha irmã já era oficialmente a rainha do nosso povo. Ela merecia mais do eu, afinal era quem conseguira defendê-los melhor.