Capítulo 50

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   Minha mãe não costumava falar muito sobre sua família... mas ela era feliz desse jeito, vivendo com meu pai em uma única ilha ajudando ao nosso povo, os Minks. Ela foi quem se apaixonou primeiro, quando viu meu pai ajudando seus companheiros a escapar de piratas. Ela os acolheu em seu navio, naquele dia Lembro-me de ter me dito que estava vestida feito uma princesa, com um vestido brilhante e cheio de pedrinhas.

Meu pai se apaixonou por sua compaixão, e por acolher todos sem sequer conhecê-los. Assim, ele a ajudou a fugir do destino de se casar com outra pessoa para que pudesse se tornar livre. Exatamente como Luffy fez quando me vi na mesma situação. Eu não sei quando exatamente ele se apaixonou por mim, mas eu certamente me apaixonei assim que o vi com seu chapéu de palha tentando roubar o mapa da Grand Line, sem navio, sem bando, e com apenas um sonho o motivando.

— Então, vocês a levaram de volta até aquela ilha? — A vovó perguntou enquanto mastigava sua comida.

— Isso aí. — Luffy afirmou e puxou a pele da asinha de frango com os dentes, franzi o cenho.

— Eu soube que sua mãe adoeceu, uma pena ter a chance de vê-la mais uma vez. — Ela encarou o prato de comida bem na sua frente. Empurrei alguns legumes com o garfo e então baixei os talheres.

— Por que a senhora nunca foi nos visitar? Pensei que minha mãe não tinha mais ninguém.

— Aquela mulher sempre foi muito esperta, se rebelou quando jovem e fugiu com aquele maldito coelho. — Ela cuspiu as palavras, senti um arrepio na espinha. — Sem ofensas garota, mas a sua mãe era uma jovem, e minha única filha. Apesar de me deixar netas lindas, me deixou também anos de guerra tentando manter o meu país protegido.

— Eu notei que não tem homens por aqui. — Nami acrescentou do outro lado da mesa. — Por acaso, tem algo a ver com esta guerra?

— Tem tudo a ver. Quando a batalha chegou ao seu ápice, todos os homens se juntaram e causaram uma rebelião. Eu perdi muitas mulheres, crianças, até mesmo suas esposas... eles não tiveram compaixão, tentaram usar como moeda de troca nesta guerra. Então nós lutamos, e eu proibi que qualquer homem vivesse no meu país.

— Senhora, me permita dizer que nem todos os homens são como aqueles que se rebelaram. — Sanji disse, ela riu, Nami o repreendeu na mesma hora.

— Por favor continue. Quero ouvir o seu ponto. — Ela apontou com sua taça, Sanji coçou a garganta.

— Eu, por exemplo, faria de tudo por uma bela dama. — Ele disse, Nami o repreendeu novamente.

— Ele está certo vovó, todos que estão aqui, posso garantir que são homens de bom coração. — Afirmei, ela olhou em volta e virou sua taça em apenas um gole.

— Bons ou ruins, estamos melhor sem eles. — Ela se levantou e alongou as costas. — Eu preciso descansar, comam e vão embora. Não quero desconhecidos na minha casa. Com exceção das minhas netas.

— M-mas ele é meu marido. — Aurora explicou, ela riu e deu as costas.

— Não é problema meu.

— Tem certeza que essa é nossa avó? — Perguntei baixo o suficiente para Aurora e os outros próximos ouvirem, ela suspirou.

— Ela é meio... difícil de lidar às vezes. Mas é só um pedido para que ela se sinta segura. Vamos todos tentar entender isso tudo bem? — Aurora pediu, a gravidez fez com que ela mudasse completamente como pessoa. Caso contrário, tenho certeza de que ela lutaria para que o marido pudesse ficar com ela a todo instante.

As guardas levaram o resto do bando para fora assim que terminaram de comer, todos foram praticamente expulsos da casa sem sequer hesitar. Luffy saiu logo na frente levando alguns aperitivos com ele, Nami deu alguns passos na frente e o alcançou.

LOVE FRUIT, Monkey D. LuffyOnde histórias criam vida. Descubra agora