LOVE FRUIT, Monkey D. Luffy

Capítulo 26

   Senti meus olhos marejados, as palavras de Sanji me serviram como uma luva. Ele então se virou e continuou fumando como se nada tivesse acontecido. Cerrei os punhos e então me virei pra ele.

— Eu vou lutar. — Disse com determinação, ele arregalou os olhos surpreso e então sorriu.

— Eu sei que vai. — Me respondeu, corei. — Mas pra isso precisa descansar, devia dormir.

— É que... — Cocei a nuca, ele ficou esperando uma explicação. — O Luffy pegou num sono e está dormindo na minha cama, eu não quero acordar ele.

— Ele o quê?! Aquele idiota. — Sanji disse entredentes, levantei as mãos.

— Não não, tá tudo bem. Eu estava sem sem sono mesmo. — O respondi de forma descontraída, o cozinheiro franziu o cenho e então relaxou o rosto com um sorriso sem mostrar os dentes.

— Pode descansar na minha rede. — Sugeriu, meus lábios abriram formando um pequeno "o", ele passou por mim com o cigarro entre os dentes. — Mas só hoje.

— Obrigada Sanjizinho. — O abracei, ele segurou o riso cuidando para não acordar os outros.

Segui em passos leves até o quarto onde o resto do bando estava dormindo, deitei-me na rede de Sanji e olhei para o teto pensativa, não sabia mais o que sentir ou pensar.

Meu pai não gostaria de me ver sofrer pela sua morte, uma vez até disse que preferia uma festa ao enterro. Considerando que ele ia morrer bem velho e ao lado da mamãe, as coisas acabaram não saindo como esperado... mas comigo, nunca saem.

Voltei a fungar, me virei para o lado e tentei dormir mesmo com o rosto quente. Pensei em como Sanji não tinha razão em tudo, mas em uma coisa ele estava certo, meus objetivos deviam se basear em lutar por aqueles que perdi. Mas também, por aqueles que tenho ao meu lado.

Luffy acordou naquela manhã e então se deparou com uma cama vazia, ele levantou num salto e percebeu que havia dormido ali mesmo no meu quarto. Nami arremessou uma tangerina na sua cabeça, ele se virou confuso.

— Nós deixamos esse quadro pra Minnie, aí você vem e expulsa ela?! — Gritou, acordei com o alarde de Nami, me levantei e alonguei as costas.

— Mas tinha lugar na cama. — Coçou a nuca, Nami cerrou os punhos.

— Claro, e ela ia dormir com uma máquina de roncar feito você!? Ela ia acordar com dor de cabeça! — Continuou, Luffy riu da sua reação, apareci na porta logo depois de Usopp.

— Que barulheira é essa ein? — Usopp perguntou, logo atrás dele e com meus olhos quase fechando, bocejei ao seu lado.

— Desculpa Minnie, eu te acordei? — Nami perguntou, neguei articulando com as mãos.

— Mas me acordou, atrapalhou meu sono sagrado. — Usopp reclamou, Nami o encarou com um olhar mortal. — Já entendi, você não liga.

— Pessoal, eu sei que querem ser gentis mas... não precisa me tratar de forma especial. Posso voltar a dormir na rede e vocês podem voltar a usar o quarto.

— Que isso, nem estávamos usando. — Nami respondeu, Luffy levantou a mão.

— Eu posso ficar com ele, essa cama é bem macia. — Sugeriu, Nami o repreendeu.

— Escuta aqui, ela não merece ouvir os roncos de vocês. — Apontou, Luffy baixou o braço.

— Tudo bem Nami, nem é tão alto assim.

— Olha só Minnie, se não quer tratamento especial então não os trate também. — Ela pediu, juntei as mãos e corei.

— Desculpe. — Respondi, Usopp cruzou os braços.