Capítulo 35

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   O meu corpo colidiu com a água como um papel, Zoro caiu sobre mim empurrando-me ainda mais fundo. A correnteza estava tão forte e o mar tão escuro que mal conseguia ver a superfície. Mas ele estava lá, o sangue do seu ferimento subia até o topo. Eu estava presa, desta vez ninguém viria nos salvar, nem mesmo Luffy.

A imagem de Kuro me atormentando como um pesadelo repetia diversas vezes na minha cabeça, e com o tempo ele acabara se transformando na minha mãe. Acordei com um susto, o suor escorria quente pelo canto do meu rosto. Ao olhar para frente, via apenas uma fresta de uma cabana. Me levantei e pisei com dificuldade na chão, meu corpo estava pesado, como se alguém tivesse me pisoteado.

— Olá? — Chamei, parecia estar no meio de uma floresta, não havia nenhum sinal de Luffy ou o resto do bando. — Nami? Luffy? Zoro?

— Você acordou! — Uma senhora um pouco menor que eu, usando um kimono azulado, se aproximou. — Venha venha, não faça muito esforço, dormiu por um bom tempo.

— D-dormi? Quem é você? — Perguntei, ela segurou minha mão e sorriu.

— Me chamo Mei. Vivo aqui com meu povo. — Ela afirmou, olhei em volta.

— E onde é aqui? — Perguntei, ela continuou sorrindo.

— Na ilha Awaceb é claro. — Afirmou como se fosse óbvio, olhei em volta.

— Por acaso a senhora viu meu amigo? Ele é alto e tem cabelos verdes. — Perguntei outra vez, segurei suas mãos com preocupação.

— Por aqui. — Ela passou por mim, a segui. — Vocês dois chegaram surgiram na costa da ilha desacordados, no início achamos que haviam partido dessa pra melhor. Os ferimentos do seu amigo eram muito profundos, mas usamos as algas para tratar.

Assim que abriu a tenda, avistei Zoro desacordado sobre a cama. Ele estava com várias algas em volta do seu olhos, me aproximei e o encarei.

— E-ele não acordou?

— Não. Ele perdeu muito sangue no mar, ferimentos profundos assim precisam de tempo. — Ela explicou, engoli em seco e segurei sua mão.

— Ele me salvou... é tudo culpa minha.

— Arranjaram problemas? — Ela perguntou da entrada, não respondi. — Existem muitos piratas maldosos por aí, não se sabe em quem confiar hoje em dia.

— Foi uma tempestade, nós fomos atacados no meio de uma tempestade. — Expliquei, ela suspirou e tocou meu ombro.

— Sinto muito querida.

— M-mas os meus amigos. Vocês por acaso não viram ninguém? — Perguntei, ela coçou o queixo.

— Não vejo ninguém há anos, vocês são os primeiros visitantes há mais de dez anos.

— D-dez?! Dez anos?! — Minhas orelhas saltaram para cima, ela riu.

— Mas não se preocupem, vão ficar bem aqui.

— Bom... — Olhei para Zoro, ele não parecia demonstrar sinais de melhora. — Eu agradeço pela atenção e cuidados, se tiver outra coisa que possa fazer até meu amigo melhorar.

— Na verdade, já que está melhor. — Ela sugeriu, me levantei.

*

No passar dos dias, fiz várias atividades para ajudar a pequena comunidade. Desde ajudar a reconstruir telhados de palha, até trançar as armadilhas para peixes. Acabei fazendo amizade com o povo Awaceb, pessoas gentis e incapazes de possuir sequer um defeito humano.

LOVE FRUIT, Monkey D. LuffyOnde histórias criam vida. Descubra agora