Capítulo 37

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   Entrei no meu quarto e bati a porta em Luffy, ele a impediu de fechar e entrou. Escondi o rosto em minhas mãos tentando controlar a raiva.

— Você devia estar feliz, eu estou feliz que esteja aqui! — Ele apontou com a mão, suspirei.

— Eu devia estar mesmo Luffy? — O encarei, ele se aproximou e me viu recuar no mesmo segundo. — Eu esperei vocês por meses. Meses! E-e de repente quando eu volto, aquela mulher esta aqui fazendo parte do seu bando.

— Ela não é uma pessoa ruim. Ela é como todos nós, como você. — Explicou, cruzei os braços não me dando por convencida.

— Ótimo. Defenda ela então. Mas não a compare comigo.

— Você sabe que no nosso bando todos têm a chance de se redimir. Não devemos julgar uma pessoa só porque fez algo ruim. — Ele deu de ombros, neguei.

— Você perdoaria o Arlong? Perdoaria os piratas que torturaram, mataram? Ela não é diferente deles! — Apontei, bati os pés no chão, ele notou.

— Você não sabe.

— E você sabe?! — Retruquei, ele engoliu em seco. — Luffy e-eu tentei te entender. Mas quer saber? Você não se importa com a gente, tudo que eu passei pra te encontrar, pra você sequer dar importância!

Ele ficou sem palavras, estático, assustado. As sensações que seu corpo estavam sentindo naquele momento eram incompreensíveis, Luffy era incapaz de colocar em palavras o que realmente queria dizer. Ele estava congelado.

— Pode chamar quem você quiser pro seu bando, eu vou embora. — Segui até a porta, ele se colocou na minha frente. — Me deixa ir.

— Este é o nosso bando. Somos uma família. — Ele afirmou, me afastei mas Luffy não contou tempo e me abraçou. Fiquei parada no meio do cômodo presa entre os seus braços, eu poderia ir mas não tinha forças para me soltar. — Confia em mim desta vez, ela está no bando porque é uma boa pessoa.

— Ela pode até ser, mas você é um idiota. — Acertei o seu pé, ele me soltou e pulou em um pé só.

— Ai ai. Espera espera. — Luffy pediu, me virei para ele e encolhi as orelhas. — Procuramos por vocês por muito tempo, eu só parei porque... encontramos pessoas que precisavam da nossa ajuda. Foi o que você disse, não parar de ajudar os outros não importa quando.

Escondi o rosto outra vez em minhas mãos e comecei a resmungar desacreditada, Luffy tentava entender o que eu estava falando mas estava baixo demais para ouvir.

Não acredito que me apaixonei por você. Por que você é assim? — Continuei resmungando, Luffy se aproximou e coçou o ouvido com o dedo mindinho.

— O que foi agora? Eu fiz algo errado?

— Não! — Gritei, ele recuou surpreso. — Esse é o problema. Você é um péssimo pirata. Mas um ótimo capitão.

— Ei! — Ele pegou uma almofada e arremessou em mim, o encarei surpresa, arremessei de volta mas ele desviou sem dificuldade. — Muito lenta.

— É? — Usei minha agilidade para empurrá-lo, ele me puxou e os dois caíram no chão, puxei a almofada e comecei a acertar sua cara golpe atrás de golpe. — Eu fui muito lenta agora? Me desculpa!

— Minnie! Ai! Espera! — Ele começou a rir descontrolado, continuei a bater a almofada. Luffy começou a se esticar desviando de cada golpe, gargalhei tão alto que meu nariz fez um som engraçado e ele continuou esquivando, soltei a almofada em rendição. — Você é péssima nisso. 

— Tem razão. — Respondi, olhei rapidamente para os seus lábios e o puxei pela gola da camiseta, o beijei. Senti o calor prazeroso e úmido de seus lábios se movendo sobre os meus. Quando parei de beijá-lo, ele me encarou nos olhos e piscou duas vezes, antes de lançar um olhar triangular. — V-você é péssimo nisso.

LOVE FRUIT, Monkey D. LuffyOnde histórias criam vida. Descubra agora