Capítulo 45

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   O meu corpo era pesado como uma âncora, e o mar acima de mim parecia me destroçar de dentro para fora. Me afogar não era tão ruim, não quando Luffy agora estava a salvo e que eu não precisava mais me preocupar... fechei os olhos e senti o último suspiro de oxigênio deixar o meu corpo. Tudo ficou escuro, um completo breu, me lembrei de todos os momentos que senti em completa escuridão.

Desta vez era diferente, ouvi risadas e gaivotas, o som da brisa soprando na vela do navio e as ondas batendo no casco. A água pulou para fora dos meus pulmões de modo desconfortável, me virei para o lado cuspindo tudo. O gosto desagradável do sal em minha boca me dava um embrulho no estômago. Cerrei os punhos na madeira velha, logo reparei que estava em um navio, mas não era o Merry.

— Você acordou. — Ele disse, tentei abrir os olhos, estava com dificuldade em me acostumar com a claridade. — Essa foi por pouco.

— Nunca vi um demônio marinho salvar alguém antes. — Outro homem disse, abri os olhos e reparei em volta.

— Você esquece que ela estava dentro da boca dele. — O homem que me ajudou disse ao seu colega, eles gargalharam.

— Dentro do que? — Perguntei, toquei meu ombro, estava completamente curado.

— Aquele demônio trouxe você direto pra nós, deu sorte que o capitão o fez cuspir você com essa cara feia. — Seu parceiro disse, me levantei com dificuldade. Meu corpo não estava mais dolorido, muito pelo contrário, estava totalmente disposta.

— O que aconteceu garota? Estava em um navio? Foram atacados?

— Aqueles escombros pareciam de navios da marinha, estava com eles?

— A marinha? — Cocei o queixo, minhas orelhas caíram para frente, ele as analisou.

— Você por acaso, comeu uma akuma no mi?

— Isso faria sentido, aquele demônio não tentaria engolir alguém que comeu a fruta do diabo. — Outro de seus companheiros disse, puxei a adaga do seu cinto e cortei minha mão, os homens puxaram suas espadas assustados. O sangue escorreu vermelho vivo, pingando no chão de madeira.

— Isso dói. — Sorri, não senti curando de imediato, era como se meu corpo estivesse de volta ao normal.

— Garota tola. — Ele tirou um lenço do bolso e puxou minha mão, reparei que ele não tinha o outro braço. — Sujou o chão do meu navio.

Olhei bem no seu rosto, tinha um cicatriz parecida com a minha, um pouco maior e mais profunda. Seus cabelos avermelhados escondiam seu olhar preocupado.

— O que. — Afastei minha mão e apontei para o meio do seu rosto, ele apoiou o braço no joelho. — Aconteceu com seu braço?

— O capitão tentou te resgatar da boca daquele monstro, mas ele arrancou o seu braço com aqueles dentes enormes! — Gritou, pulei para trás. Ele segurou os ombros do seu capitão e gargalhou alto.

— Está assustando a garota. — Ele se soltou e passou por mim, deu duas batidinhas no meu ombro. — Não liga pra ele, é um pé rapado que não tem onde cair morto.

— Ai. Assim você me deixa magoado. — O companheiro colocou a mão no peito e fez biquinho, encolhi os ombros desconfortável.

— Vai deixar a garota preocupada. — Ele disse. — Fique à vontade.

— Espera! — Me levantei, ele se virou para mim tirando sua manta preta de cima de seus ombros. — Onde vocês me salvaram, por acaso havia mais alguém?

— De quem está falando?

— Um navio com enfeite de cabra, tinha uma bandeira preta com o símbolo do chapéu de palha. — Expliquei articulando com as mãos, senti a expressão dele mudar.

LOVE FRUIT, Monkey D. LuffyOnde histórias criam vida. Descubra agora