Chapter two

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28 de Dezembro, 2017

Minha vida nunca foi fácil, mas eu, certamente, nunca imaginei que eu estaria assim.

Grávida, carregando um feto que foi gerado em um abuso sexual cometido pelo meu próprio tio, expulsa de casa ainda menor de idade. Felizmente, eu não estava vivendo na rua pois uma colega de sala me viu chorando no ponto de ônibus e veio ao meu encontro, para logo em seguida me acolher em sua casa.

Se passaram vinte dias desde que fui colocada para fora da casa dos meus pais. Sequer tive notícias dos meus pais e talvez seja melhor assim, qualquer notícia deles pode me desabilizar mais ainda e não quero piorar meu estado mental. Ainda acordo de madrugada assustada achando que é a minha mãe querendo me bater por estar grávida ou então tenho pesadelos com aquele dia. Aquele dia me rendeu uns bons traumas.

Eu sou muito grata à Yizhuo por ter me acolhido. Eu não fazia a menor ideia do que fazer, para aonde ir, se eu estaria viva agora ou não caso ela não tivesse me acolhido.

Nunca fui próxima dela por conflitos internos entre nossos grupos de amigos e mesmo assim ela me ajudou quando eu precisei. Eu, certamente, nunca irei me esquecer disso.

Estou no meu segundo mês de gravidez, fui ao médico e meu bebê, ou minha bebê, está saudável. Não consegui reagir à essa notícia, se eu ficava feliz ou amaldiçoava esse ser.

Realmente será difícil. Não sei se irei conseguir sentir amor materno por esse bebê e me culpo por isso. Culpo em dobro seu genitor e meus pais por isso. Eles me fizeram criar um sentimento ruim por um ser que não tem culpa alguma do que aconteceu.

Mas mesmo assim irei levar essa gestação em frente, não tenho dinheiro para realizar um aborto que é muito caro por ser ilegal. Se até o feto nascer eu não nutrir nenhum sentimento bom por ele, o deixarei em um orfanato onde será bem cuidado.

Consegui um emprego de meio período como atendente de farmácia e ganho um salário mínimo. Irei pagar minha faculdade e pagar os pré-natais para garantir que a criança irá se desenvolver saudável.

— Minjeong? Você ainda está enjoada? — Ouvi a voz de Yizhuo adentrar o banheiro, ela segurou meus cabelos, impedindo de que eles acabassem sujos e ficou ao meu lado até que eu acabasse de colocar minha refeição anterior para fora.

Eu funguei e me sentei no chão, ela me puxou para um abraço e deixou que eu chorasse em seu ombro.

— Yizhuo-ah, eu não aguento mais... Desculpa por estar te atrapalhando, você me ajudou tanto e eu não posso fazer nada por você...

Ela se afastou e limpou minhas lágrimas.

— Não diga isso, não importa o que aconteça, eu sempre vou te ajudar com todo prazer, afinal somos amigas!

Eu não respondi nada pois logo sentir meu estômago embrulhar e o vômito voltar, apenas tive tempo de colocar a cabeça na privada novamente e colocar o nada para fora, já que meu estômago estava vazio.

— Você precisa tomar a vitamina, sua anemia não vai fazer bem para o bebê e muito menos para você.

Eu apenas resmunguei em resposta.

Yizhuo suspirou e segurou meus cabelos novamente, e acariciou minhas costas.

— Espero que você fique bem logo, unnie.

[...]

— Um remédio para diabetes, é apenas isso! — Uma idosa, de aparentemente 80 anos estava do outro lado do balcão, exaltada pois queria comprar sem receita um medicamento que não podia ser vendido sem a receita

Bruised | WinRinaOnde histórias criam vida. Descubra agora