Capítulo 03
Liza Lobo
Fiquei olhando para o telefone uma eternidade. Sabia que Vincent Montanari era italiano, mas não sabia que falava o português perfeitamente. Se não fosse por seu leve sotaque nos finais de frase – que lhe dava um charme extra - eu jamais perceberia sua nacionalidade. Fiquei tão arrebatada com o convite que tinha que compartilhar com alguém.
- Nana, ele me chamou para sair. - falo mais pra mim do que para ela ao entrar em sua sala sem bater.
- E aí? O que foi que você disse.
- Que não achava uma boa.
- Sua burra, mas por quê? - minha amiga me questionou.
- Nana, ele é noivo de uma modelo italiana Irina sei lá das quantas, que tem pelo menos vinte centímetros a mais de altura do que eu. Fiz uma rápida pesquisa na internet e descobri que ele é o CEO do Ferraz Montanari – um conglomerado de empresas que presta serviços em vários setores da construção civil – com obras em todo mundo. Está na lista dos bilionários da Forbes. Me diz a verdade: o que esse homem vai querer comigo?
- Jantar. Não foi isso que ele propôs?
- Foi e não aceitou um 'não' como resposta. Disse que me pega quinta às 20hs. – levei as mãos no rosto em sinal de desespero.
- Amiga, sei que esse homem mexeu com você. Vamos fazer o seguinte: viva um dia após o outro. Ainda não sabe o que ele vai despertar em você e muito menos o que você vai despertar nele. Se arrume, fique deslumbrante e vá jantar. Depois você vê no que vai dar.
- A escada começa no primeiro degrau. De nada adianta prever o fim, se nem mesmo esteve no começo.
Olha só, o mundo dá voltas mesmo, Nana me dando conselhos. Os papéis se inverteram. Normalmente sou eu que costumo ampará-la quando passa por alguma desilusão amorosa e parece que isso sempre acontece com ela; já que costuma mergulhar de cabeça em todos os relacionamentos que se envolve.
- Se para ele for apenas diversão.
- Jesuuuus... Onde está minha amiga? O que você fez com ela? - Ela fala com a maior cara de espanto, eu começo a rir e ela continua. – Onde está aquela mulher segura, autossuficiente que eu conheço. Será mesmo que ela morreu na sexta-feira? Não achei que eu estivesse viva para ver você tão insegura. Sinto lhe informar, mas esse homem mexe muito mais com você do que tem coragem para admitir. - Nana fala no maior deboche. Foram com essas palavras 'encorajadoras' que saio da sala de minha melhor amiga.
Como eu sou mineira, Nana é a pessoa mais próxima de minha família que tenho em Brasília. Estudamos juntas, trabalhamos juntas. Somos confidentes, ouvintes e companheiras. Moramos no mesmo prédio e estamos sempre uma pela outra. É a irmã que eu não tive. Sei que posso contar sempre com ela, como ela sempre pode contar comigo.
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Quando o amor parece impossível
RomanceQuem nunca viveu um amor impossível? "Você já viveu um amor impossível?" Acredito que todos nós já passamos por essa experiência. Mas o que torna um amor impossível? Minha história com Vince se encaixa em um caso de amor impossível. Sua empresa es...