Capítulo 2

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- Vamos Lua deixa de preguiça e traz logo as caixas que estão faltando - minha mãe grita da sala.

Eu estou no meu quarto, ou o que antes era meu quarto, porque agora ele se resume em três caixas e a minha janela, aah minha janelinha, quantas horas eu não fiquei aqui parada olhando para nada e para tudo ao mesmo tempo.

Quanto ia começar a caminhar em direção a janela minha mãe grita de novo:

- LUA CLARK NÃO ME FAÇA SUBIR AI EM CIMA PARA BUSCAR VOCÊ.

- OK MÃE JÁ ESTOU DESCENDO, SERÁ QUE POSSO ME DESPEDIR DO MEU QUARTO EM PAZ!? - Grito de volta.

- POUPE MINHA PACIÊNCIA LUA!

Argh! meu bom Deus nem liberdade para filosofar eu tenho. Pego as três caixas de uma vez e vou em direção a porta, olho mais uma vez para meu quarto.

- Foi bom dormir em você por todos esses anos garoto, descanse em paz - fecho a porta e desço.

Quando chego a sala minha mãe está falando com a Clarisse enquanto o papai e o Lourenço estão carregando as últimas caixas para o trailer, sim nós vamos em um trailer, eu falei para minha mãe que era melhor contratar um caminhão de mudança para levar as coisas, e nós iriamos transformados o que seria bem mais rápido, mas minha mãe falou que se fôssemos assim poderia se interpretado de forma errada e nossa chegada viraria um desastre, e que além do mais ia acabar com toda a "diversão" da viagem em família, só que diversão na cabeça da minha mãe é ficar contando histórias e cantar músicas nada a ver não deixando ninguém dormir.

Paro no meio da sala, que já não tem nenhuma caixa, só algumas cadeiras de plástico.

- Pega aqui Lourenço - digo esticando as caixas para ele que tinha acabado de entrar em casa.

- Mas olha, porque você não leva as suas caixas para o trailer? - ele pergunta enfatizando algumas palavras.

- Por que isso é seu trabalho, e sou a mais velha aqui, agora que a Ceci não mora mais com a gente eu - digo apontando para mim - sou a Alfa dos irmãos, resumindo eu mando, você obedece e não reclama.

- Argh - ele pega as caixas com uma cara não muito feliz e sai resmungando.

- NÃO ESQUECE O SORRISO MANINHO - Eu grito só para encher o saco.

Ando em direção a minha mãe e da Ceci e vejo que as duas estão chorando, enquanto se abraçam.

- Ah minha filha eu vou sentir tanto sua falta - minha mãe fala entre o choro.

- Eu também vou, mãe - agora a Clarisse a abraça mais forte ainda.

- Se todo mundo vai sentir falta de todo mundo, por que a gente não para com essa história de mudança, e ficamos todos unidos como uma família de lobos deve ser? - eu falo em mais umas das minhas tentativas de fazer a mamãe desistir de se mudar.

- Ha ha ha HA - mamãe força uma risada enquanto limpa as lágrimas - Nós vamos nos mudar e pronto Lua, sua irmã pode ir nos visitar, não é querida?

- Claro mamãe, desiste luazita - Ela me chama pelo meu apelido, o único que eu tenho, e para falar a verdade eu não gosto muito dele, mas tudo falado pela Ceci soa legal - Quando a dona Joana põe algo na cabeça não há quem tire.

- Eu que o diga! Lembra quando ela pôs na cabeça que no baile da nossa escola iam nos "desmascarar" e não deixou a gente ir por nada?

- Lembro! - Ceci cai na risada e eu também, mamãe fica nos olhando com uma cara de brava.

- Eu realmente achava que vocês estavam em perigo poxa.

- Mãe era só um baile - eu falo.

- Correção - Ceci diz - Um baile que a gente queria muito ir.

- Verdade.

- Mas não foram e pronto - mamãe diz cruzando os braços.

-É - Eu e Cici falamos juntas olhando uma para outra, mal sabia minha mãe que nos fomos escondidas, e só pra constar foi ô baile.

Nessa hora meu pai entra na sala esticando as costas e logo atrás vem o Lourenço.

- Bom família - meu pai fala - Tudo pronto já podemos ir.

- CHEGOU A HORA, UHUL! - Lourenço grita, ele é o único que está realmente animado com a viagem.
Todo mundo olha para ele com uma cara de reprovação - Vamos lá gente - ela chega ao meu lado e da mamãe, passa os braços pelo nossos ombros e continua - Cidade nova, casa nova, escola nova, e principalmente, lobinhas novas.

- Como se isso significa-se alguma coisa, você não vai pegar ninguém mesmo - eu falo.

-Bom, eu posso até não pegar, já você né maninha.

- Como assim pirralho? - Eu pergunto realmente confusa.

- Ora daqui três meses você faz 20 anos, e vamos estar nessa nova alcatéia, logo você vai achar seu par lá, e aí vou me livrar de você que nem foi com a Ceci - ele fala como se fosse óbvio.

-Ei! - A Cici diz com uma cara de mal.

- Só estou falando os fatos, maninha.

- Cala boca seu trouxa, para de jogar praga, isso não vai acontecer - Digo

-Será? - Ele diz olhando para mim.

Eu estava para avançar nele quando meu pai interrompe

- Wow wow nada de briga, não hoje! Vamos, todo mundo para o trailer AGORA!

E assim fomos para o trailer, nos despedimos da Ceci, e mamãe dá a chave para ela, por que agora a casa é dela e do Jay, todos nós nos abraçamos, ela me diz que estará sempre comigo e que é para eu manter contato.

Depois da despedida entramos no trailer e partirmos para Burack... ou como eu apelidei, buraco!

Na Mira do AlfaOnde histórias criam vida. Descubra agora