20 - Estou conseguindo.

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🖇 | Boa leitura!

V I N N I E

Acabo de chegar do trabalho e o sol ainda está se pondo. Essa é a parte boa do verão, os dias duram mais e eu consigo tomar um pouco de vitamina D quando saio do escritório.

Celine avisou que estaria arrumando o quarto da Bela naquele dia e não quis esperar até o domingo para que eu pudesse ajudar. Entendo a ansiedade e a pressa, em um mês Bela vai estar chegando e tudo tem que estar pronto. Mal posso acreditar que o tempo passou tão rápido. Lembro-me de conhecer a Celine e sequer perceber que ela estava grávida, agora isso se nota de longe.

Entro em sua casa direto já que a porta está aberta e subo as escadas. Paro na porta do quarto do bebê e vejo Celine de costas para mim colando alguns adesivos de estrelas nas laterais do berço amadeirado. Tudo parece pronto, com exceção da decoração. As paredes foram pintadas de amarelo com desenhos brancos em formato de borboletas, todos os móveis estão em seu devido lugar e todos são da cor da madeira, dando um ar mais tranquilo ao ambiente. O tapete felpudo no chão é branco e combina com a poltrona perto da janela.

— Ficou muito bom. — falo olhando em volta.

— Merde! (Merda!) — ela grita colocando a mão sobre o peito e virando rapidamente para me olhar. — Você me assustou!

— Desculpa. — mordo os lábios para não rir.

— Não pode entrar na casa dos outros como um espírito obsessor.

— Pra quem consome documentários de casos criminais diariamente você deveria notar quando alguém invade a sua casa.

— Ainda não tenho um ouvido biônico, mas vou incluir "vizinho intruso" na minha lista de características mais prováveis de um assassino em série.

— Ou talvez você devesse trancar a porta quando estiver sozinha em casa.

Ela rola os olhos e bufa, voltando à tarefa de colar as estrelas no móvel.

— Como foi o seu dia? — ela pergunta.

— Um saco. — entro no quarto e paro ao lado dela. — Acho que vou perder um dos meus casos.

— Sinto muito. — pousa a mão em meu ombro. — Você parece cansado. Quer beber alguma coisa?

— Você tem algo alcoólico nessa casa? Por favor, me diga que não.

— Só o álcool antisséptico, mas não acho que você deva beber se quiser continuar vivo. — ri. — Mas temos chá, leite e suco de laranja.

Sorrio quando ela usa o plural. A cada aproximação do dia do nascimento da Bela ela usa mais as palavras no plural. É sempre um "nós" agora e isso é adorável.

— Vou aceitar o suco de laranja.

— Certo. Deixa só eu fazer uma coisa primeiro. — ela pega uma colcha branca com detalhes em amarelo e arruma dentro do berço com um pequeno travesseiro e uma boneca de crochê que obviamente também usa uma roupinha amarela.

Celine olha para o resultado por alguns segundos e quando sorri os seus olhos marejam. Ela passa as mãos pela barriga carinhosamente e se perde no momento. A observo com cuidado enquanto minha atenção é puxada direto para as suas feições delicadas e os seus olhos brilhando de felicidade. Sei que estou me apaixonando mais por essa mulher a cada dia e sei o quão mal isso pode acabar para mim, mesmo assim eu ignoro esse possível futuro ruim.

Depois que nos beijamos e nos declaramos há algumas semanas, realmente não tocamos mais no assunto. A dança acabou e a nossa pequena fulga da realidade também. Na manhã seguinte, eu estava fritando ovos para a Celine enquanto ela fingia não se importar com o cheiro das minhas velas e falava sobre um documentário macabro que queria ver.

Beautiful Girl ᵛᶦⁿⁿᶦᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳOnde histórias criam vida. Descubra agora