26 - Ela é perfeita.

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🖇 | Boa leitura!

V I N N I E 

Estou tentando não passar para ela o meu nervosismo. Celine me olha com uma expressão de pânico, como se pedisse socorro em silêncio, implorando para eu fazer alguma coisa que nem ela mesma sabe o que é. Ainda estou com a atendente ao celular e faço tudo o que ela instrui. Celine está na cama apoiada contra três travesseiros, a ajudei a retirar a calcinha e agora ela está com as pernas dobradas, algumas toalhas embaixo dela. Deixo a ligação no viva-voz e vou até o banheiro lavar as minhas mãos. Quando retorno, sento na frente dela e me obrigo a olhá-la naquela situação tão vulnerável.

— Desculpa. Me desculpa. — peço.

— Por que está se desculpando? — sua voz não soa calma em nenhum momento.

— Porque eu estou te vendo assim... e...

— Ah, Vinnie, pelo amor de... — ela para de falar e grita de dor.

— Ainda está me ouvindo? — a atendente pergunta.

— Sim. — respondo. — Tem... tem um líquido saindo... O que é isso? É normal?

— Sim, é normal, um bom sinal. Vou precisar que cheque a dilatação.

— Como se faz isso?

— Precisa medir com os seus dedos o tamanho da dilatação vaginal.

— O que!? — arregalo os olhos e encaro o rosto de Celine.

Não parece que ela se importa tanto com o que está sendo dito. Tudo o que ela faz é ficar ofegante e massagear as laterais da barriga enquanto o suor desce por sua testa.

— Por favor, preciso que me diga quantos dedos cabem na dilatação. — a atendente insiste.

— Anda logo! — Celine grita para mim.

— Ok... Com licença, me desculpa. — apoio uma mão no joelho dela e predo a respiração quando estou prestes a enfiar os meus dedos nela. — Quatro dedos. — digo e retiro minha mão dali rapidamente enquanto sinto o meu rosto esquentar.

— Consegue me dizer isso em centímetros?

— Ah... — olho para os meus próprios dedos tentando visualizar mentalmente o que seria isso numa régua.

— Seis ou sete! — Any responde por mim seguindo de um grito de dor.

— Ok, vejo que o tempo entre as contrações está diminuindo rápido. Que tal começar a fazer um pouco de força entre elas, Celine?

— E o que eu faço? — pergunto.

— Descreva tudo para mim e segure o bebê desde o momento em que ele começar a sair. Quando sair totalmente, o envolva em uma toalha limpa. Os paramédicos cortarão o cordão umbilical quando chegarem aí. Agora, Celine, por favor, faça o máximo de força que conseguir entre as contrações. Quando sentir uma vindo, empurre o máximo que puder, ok?

— Ok! — Celine ofega profundamente. — Lá vem! — e então mais um grito.

Observo aterrorizado enquanto a dilatação aumenta, mas parece que volta ao estágio inicial sempre que ela para de fazer força.

— Não está mudando nada. — aviso.

— Celine, tente controlar a sua respiração. Você fez um treinamento sobre isso?

— Sim... — ela responde. — Vinnie?

— Eu lembro das aulas, te acompanho.

Começo primeiro no ritmo em que foi ensinado durante aquelas aulas para grávidas onde a acompanhei. Celine não desvia o olhar de mim enquanto respiramos no mesmo ritmo contínuo. Ela fecha os olhos com força quando empurra outra vez, os dentes cerrados e o grito de dor rasgando a sua garganta. Quando a contração se vai, ela torna a me olhar e começamos a respirar ao mesmo tempo de novo.

Beautiful Girl ᵛᶦⁿⁿᶦᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳOnde histórias criam vida. Descubra agora