33 - Cobra venenosa.

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🖇️ | Boa leitura!

C E L I N E

— Oi, francês! — gritamos animadamente assim que o rosto de Noah aparece na tela do meu celular.

— Ei, olá! — ele sorri surpreso do outro lado. — A casa está cheia, uh?

Samantha, Jett e Jack estão aqui e passaram o dia todo fazendo companhia para mim, a Bela e a mémère. Devo dizer que foi o dia menos cansativo desde que a minha filha nasceu. Não faltou braços querendo niná-la.

— Está frio aí? — Jack pergunta espremendo seu rosto contra o meu. — O que é essa coisa ridícula no seu pescoço? — franze o cenho.

— É um cachecol. A Gigi fez pra mim. — ele diz ajeitando a peça de crochê.

— Quem é Gigi? — Samantha faz a pergunta que surgiu em minha cabeça.

Sei que não é sua tia-avó, com quem Maria e ele estão morando. Ela se chama Dominique e seu apelido é Domi. Tento não deixar a parte primitiva do meu cérebro antecipar o sentimento de ciúmes, mas parece difícil. Mantenho um sorriso cativo no rosto enquanto aguardo a resposta.

— A Gigi é neta da Domi, o que faz dela minha prima de... — fica pensativo como quem faz um cálculo. — terceiro grau? — ri.

— Ei, cara, não é porque está frio e é a França que você precise ficar sem tomar banho. — Jett brinca. — Estou vendo o seu cabelo seboso daqui.

— Ele está com inveja do seu brilho francês. — Samantha retruca.

— Aposto que está. — Vinnie ri mais uma vez antes de adotar uma expressão preocupada. Sinto que ele olha diretamente para mim. — Gente, podem me dar um minutinho com a Celine? Prometo falar com todos ainda hoje.

— Até mais, francês! — Jack manda beijinhos no ar.

— É pra ligar mesmo, hein? — Jett avisa.

— Amamos você! — Samantha exclama.

Os três se afastam e saem da sala de estar indo direto para a cozinha onde a minha avó escolhe o que fazer para o jantar.

— Ei. — Vinnie diz e parece que só agora estamos falando um com o outro. — Como você está?

— Bem. — sorrio fraco.

— Celine, eu conheço você. — ele sorri de um jeito tranquilizador. — Alguma coisa está te incomodando?

Desvio o olhar. Não quero parecer uma boba com ciúmes de algo sobre o qual nem sei os detalhes. Sou uma mãe, uma mulher adulta, deveria ser mais madura e esperar por explicações antes de deixar a minha cabeça impulsiva decidir o que pode ou não estar acontecendo.

— Cachecol legal. — digo empurrando o nó em minha garganta.

Vinnie fica quieto, mas parece perceber tudo. De repente, ele abre um sorriso divertido. Acho até que ele está se segurando para não rir.

— Qual é? — rolo os olhos. — Você não tem me contado tudo sobre Paris pelo que parece.

— Celine, meu bem... — ele para e olha para alguém que fala com ele. Percebo quando um garçom deixa uma xícara de café ao seu lado e Vinnie agradece em francês, troca mais alguma palavras que eu não compreendo e finalmente se volta para mim de novo. — Como eu ia dizendo... Celine, meu bem, você não precisa se preocupar. Na minha mente só existe você.

— Ah, meu Deus, não quero bancar a maluca tóxica. — faço uma careta. — Acho que perdi o jeito com relacionamentos. — dou um tapinha na minha testa.

Beautiful Girl ᵛᶦⁿⁿᶦᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳOnde histórias criam vida. Descubra agora