O Coração do Virgem Nunca Amado

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O Coração do Virgem Nunca Amado
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Eu nunca tinha imaginado que minha vida chegaria nesse nível. Eu tinha quase 30 anos e nunca tinha namorado, e o pior, sou virgem até hoje. Minha falta de experiência sempre foi uma fonte de vergonha para mim e eu sempre me senti uma falha porque não conseguia encontrar um parceiro romântico. Agora, eu me sentava sozinho na mesa de um bar, um copo cheio de cerveja até a metade, mostrando que já bebi a outra parte. Eu me sentia como um prisioneiro em minha própria vida. Meu libido era como uma bola de fogo dentro de mim, tentando sair e finalmente me deixar ser feliz.

Não posso dizer que sou um lobo solitário, não. Tenho alguns amigos, parceiros, colegas de trabalho... Mas não os considero tanto assim. O único que posso dizer que sempre esteve e sempre estará ao meu lado é 'Matheus'. Um que conheci na faculdade há alguns anos atrás. Ele é um cara bacana, um excelente amigo, mas nada além disso. Sei que realmente posso contar com ele pro que der e vier, mesmo que sua personalidade seja um pouco... Duvidosa.

Matheus: John, que coincidência! — Ele chegou no local gritando de repente, dando um tapa forte nas minhas costas. Por pouco, meu coração não sai pra fora.

John: Ah-- Que susto!

Matheus: E aí, só nas punhetas?

Ugh... Como eu já disse, conheci ele na faculdade há um bom tempo, então o nível de intimidade já estava nos ares! E ao contrário de mim, a vida amorosa e sexual dele era bem ativa. E por esse fato, ele não para de encher meu saco.

John: Não, credo. — Fiz uma expressão de desgosto.

Matheus: Por que 'credo'? — Ele puxou a cadeira, se sentando, também.

John: Não preciso compartilhar esse tipo de assunto com você.

Matheus: Ahhhh! — Ele sorriu, maliciosamente — Tô ligado, tô ligado... — Suspirou — Não sabia que você estaria aqui... Sozinho, como sempre.

John: Se eu soubesse que você viria, eu teria ficado em casa.

Matheus: Aí, John, como se você em casa ou na rua tivesse alguma diferença.

Suspirei, revirando meus olhos. Peguei o copo mais uma vez, e dei um pequeno gole, enquanto escutava as risadinhas perturbadoras e provocantes de Matheus cutucarem meus ouvidos.

Matheus: Me atualiza, vai! Como vai a vida amorosa!?

John: Vai se fuder...

Matheus: Hahaha! O quê foi?! Eu pergunto isso todo dia, pois ainda tenho fé que conseguirá uma namorada. Nem que ela apareça quando estiver dando seu último suspiro, mas aparece.

John: Não tá ajudando!

Matheus: Você não se ajuda! Vai literalmente fazer 28 anos mês que vem, e nunca beijou na boca.

Fechei meus olhos, e respirei fundo. Sim, esse é o cara que eu mais confio. Não posso reclamar tanto, pois eu dou alguns motivos pra ele agir assim... Coloquei o copo na mesa novamente, planando minhas mãos em minhas coxas. Abri meus olhos, olhei diretamente para Matheus, com uma expressão e um tom de voz calmo, além de cansado.

John: Primeiro, eu já beijei sim.

Matheus: Beijou, é?

John: Sim...

Matheus: Era selinho. E foi por causa de uma aposta. — Ele sorriu — Você ainda é bv, cara.

John: Tanto faz! E segundo... Não vou fazer 28, e sim 29...

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