Fogo e Gasolina

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Nessa noite, eu sim acordei de madrugada também, como todas as vezes. Mas dessa vez, não ouvi nenhum cochicho vindo de Matheus ou algo do tipo, não sei se isso é bom ou ruim, por um lado. Só sei que ainda estávamos juntinhos, mão com mão, corpo com corpo, e isso trouxe meu sono de volta...

05h00, dispertador tocou. Eu estiquei meu outro braço para desligar-lo e me mexi pra levantar, mas Matheus me impediu. Dizendo que eu não precisava levantar tão cedo dessa vez, porque ele me levaria pro trabalho... E isso é bom, também pelo fato de que nem atrapalha a rota dele, já que trabalhamos no mesmo bairro, porém em pontos diferentes. Nem parece o mesmo bairro, aliás, de tão grande que é...

Mas então, continuei na mesma posição, ele também... Senti seu polegar acariciando a palma da minha mão, e eu nem falei nada, apenas observei... A mão de Matheus começou a se mover de várias formas em cima da minha agora, que nem eu havia citado bem antes... Como se ele estivesse desesperado pelo meu toque...

Matheus: Sabe por que minha mão é um pouco maior que a sua? — Cochichou.

John: Por quê?

Matheus: Por que eu bato mais punheta que você.

John: Quê... — Comecei a rir baixo — Por que você tá me dizendo isso?

Ele também começou a rir. Seu rosto se levantou no meu pescoço, sua boca próxima ao meu ouvido, e ouvir a risada dele dessa forma tão próxima fez meus hormônios enlouquecerem.

Matheus: Bom, nem tenho certeza... Não sei o quê você faz quando tá sozinho.

John: Mhm...

Matheus: Pensa em mim, né?

John: Deus me livre.

Mais algumas risadas foram soltadas, e ele enterrou seu rosto bem no meu pescoço, quase mergulhando no travesseiro. Seu rosto subiu pra minha nuca, meu cabelo... Sua respiração bem alta... Isso me dava calafrios.

Matheus: Posso ficar assim pra sempre?...

John: Huh. Você pode, mas eu tenho que ir trabalhar.

Matheus: Aahh... — Ele choramingou — Por quêeee?...

John: Porque não nasci herdeiro... Bem que eu queria.

Matheus: Seu pobre asqueroso.

John: Oh, perdão, Elon Musk.

Matheus: HAHAHAHAHAHAHA! Ele é meu pai.

John: É, eu sei.

Matheus: Seu sogro.

John: Misericórdia, nem jogue praga.

Matheus tirou seus braços de mim, e eu me virei na cama, encarando ele. As besteiras dele é só uma das coisas que ficamos conversando num curto tempinho.

Matheus: Ainda tá com sono?

John: Mais ou menos...

Matheus: Pode dormir de novo, ainda é 05h20--

John: AINDA?! Que horas que você sai de costume???

Matheus: 07h10, e isso porquê eu corto caminho.

John: E você chega na sua empresa às 08h00?

Matheus: É, eu chego bem em cima da hora... Mas se eu ainda for te deixar na sua, a gente vai ter que sair daqui às 07h00.

John: Nossa, e ainda é 05h20...

Matheus: Pois é... Pode dormir de novo, eu te acordo quando precisar.

John: Certeza? Não quero que meu salário seja descontado por atraso no final do mês.

O Coração do Virgem Nunca AmadoOnde histórias criam vida. Descubra agora