A Discussão

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Mesmo assim não fazia sentido... Eu esperava palavras vindo desse áudio! Talvez não dava pra esperar tanto assim, já que o áudio só tem 8 segundos, mas foi apagado por algum motivo! Agora sim me sinto em um filme de investigação, e eu com certeza sou o principal detetive.

Daniel: Tá, beleza, mas o quê a gente faz agora?

Miguel: Ah... Eu não faço ideia!

Gustavo: No fim, isso tudo não adiantou nada! Nem dá pra ouvir direito.

Miguel: Se desse pra gente descobrir de outra forma...

Daniel: Única forma de descobrir agora é perguntando, né.

Gustavo: E você teria coragem de perguntar pro John?!

Daniel: Não, mas--

Miguel: A gente poderia perguntar pro tio Matheus!

Gustavo: Eu duvido que ele fale, ele mesmo recusou a sua ajuda, já esqueceu?

Miguel: Tá, mas isso é diferente, a gente pode enrolar ele de alguma forma!

Daniel: Já tô ate vendo isso não dando certo...

Miguel: A gente chegou até aqui, não tem por quê parar! Liga aí pra ele.

Gustavo: Aqui?! Não é meio arriscado?

Miguel: Verdade, o John pode ouvir... — Pausei — Vamo lá pra fora então, onde a gente tava antes.

Gustavo: Tá, né...

Fechei todas as abas no notebook e o desliguei, fechando e colocando sobre a cama. Levantei e destranquei a porta, apagando a luz. O corredor estava vazio, mas mesmo assim permanecemos em silêncio. Chegamos na sala e John estava escorado na parede, com o celular na mão, parecia distraído, porém ele estava bem próximo da porta... Eu iria passar direto pra sair de uma vez, mas quando fiz, senti sua mão puxando meu braço pra trás. Não foi tão forte ao ponto de me machucar, mas me impediu de continuar.

Eu já percebi que minha casa tinha caído, então nem tentei lutar de volta. Meu irmão puxou meu braço, me afastando da porta e me deixando ao seu lado. Ele colocou seu celular no bolso e abriu a porta.

Fiquei meio confuso com isso, então gesturei pra me mover para a porta, mas a mão dele foi até meu peito, me deixando imóvel. Ele apontou pra Gustavo e pra Daniel, depois apontou pra porta aberta, dando a entender que ele queria que os dois saíssem. Já comecei a suar frio, meu Deus, a bronca que vou levar...

Os dois não teriam mais o quê fazer além de obedecer, então eles saíram pela porta, e o John a fechou. Encolhi meus braços, forçando minha mandíbula em medo...

John: Senta. — Apontou pro sofá.

Simplesmente congelei no lugar e engoli em seco.

Miguel: E-Escuta... E-Eu não sei do que voc--

John: Senta.

Isso fez eu me sentir mais e mais nervoso, então só me sentei no sofá, com a maior parte do meu corpo inquieto. John se sentou no sofá a frente, pois haviam dois, e ele passou as mãos pelos seus cabelos, e suspirou bem forte, olhando em meus olhos agora:

O Coração do Virgem Nunca AmadoOnde histórias criam vida. Descubra agora