O Incidente

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Chegou o dia do aniversário do meu irmão, finalmente, e iríamos pra casa dele óbvio, na sexta-feira, dia 7, que é o aniversário dele. A gente poderia ter ido um pouco antes, mas o namorado da minha irmã ainda não estava de férias até hoje, então tivemos que esperar a criatura... Por mim, iríamos sem ele, sendo sincero--

Outra coisa, dessa vez, como não vai ter nenhum Miguel nem nenhuma tia Maria pra minha irmã pegar, eu e Matheus poderíamos ter ido no carro deles tranquilamente, assim até nem precisaria levar o carro do Matheus, mas a Júlia teve a brilhante ideia de levar dois primos nosso que eu nem lembrava da existência, sendo sincero... Mas estou tendo que aceitar tudo.

Cheguei na casa da minha irmã quase às 18h00 junto com Matheus, e o horário ser tão tarde, vou explicar de novo, culpa do namorado dela, mas eu sou calmo e pacífico, nem reclamo. Saí do carro, e fui até ela na garagem.

John: Júlia, pelo amor de Deus, quem você chamou e por quê?

Júlia: Ah, eu decidi chamar o Daniel e o Gustavo.

Os nomes já descreve dois capetas em pessoa. Pra resumir, eram dois adolescentes de 16/17 anos que provavelmente passam o dia inteiro no quarto fazendo nada. Anti-sociais que você nem perceberia a presença deles se estivessem em algum lugar. Não posso reclamar, eu meio que sou exatamente assim também.

Matheus: Quem são?

John: Dois primos adolescentes, estranhos.

Júlia: Que exagero!

John: Por que você chamou eles?

Júlia: Porque o Miguel que chamou eles, ué! Aliás, alguns outros tios também vão.

John: Com a gente?!

Júlia: Não, mas vão pra casa dele.

John: Ah, pronto... Vou ver muita gente que não queria...

Júlia: Não reclama! É o aniversário dele, faz um esforço.

John: Mhm. Tá, já tá pronta?

Júlia: Sim.

John: E cadê o outro lá? Qual o nome dele mesmo-- Felipe, né? Que nome fei--

Júlia: CALA BOCA, JONATHA!

John: NÃO ME CHAMA ASSIM!

Matheus: Ah, é, manoo! Tinha até esquecido que esse era seu nome verdadeiro.

John: Cala boca.

Matheus: Vou te chamar só assim agora, Jonatha.

John: Eu tenho traumas.

Matheus: Oxi, problema seu.

Meu Deus, eu quero sumir. Sem enrolação agora, voltamos pro carro e partiu mais uma viagem que vou dormir no meio. Sobre meus primos, minha irmã disse que passaria na casa deles, que é em outro bairro, e buscaria ele. Melhor pular toda essa parte, e chegar logo na hora que já estávamos na estrada. Matheus tinha colocado de novo aqueles funks cheios de palavrões no começo, mas CLARO que eu tirei aquilo, pois não sou obrigado a escutar nada daquilo. Sendo mais direto, vai ser mais uma viagem com sertanejo e pop tocando no carro... E isso é bem melhor, sinceramente.

Matheus dirigia primeiro, óbvio, mas eu não duvido que depois de um tempo, ele vai pedir para eu dirigir... Já eram 18h30, e nesse tempo, estávamos em total silêncio, e eu apenas pensando em nada. Eu olhava pelo lado de fora pela janela, observando o nada, até que suspirei. Voltei a olhar pra frente, e dei uma olhadinha de canto bem rápido em Matheus dirigindo. Olhei só por olhar mesmo, sabe? Mas eu não imaginaria que nessa rápida olhadinha, a imagem de eu cavalgando no colo dele predominaria no meu cérebro desobediente.

O Coração do Virgem Nunca AmadoOnde histórias criam vida. Descubra agora