Evidências

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Bom, a nossa viagem tá chegando ao fim. Depois de surtar com aquelas danças todas, parecendo um robô tomando choque, minha irmã nos chamou pra ir. Isso era 17h40. Porém ela teve que resolver coisas sobre a conta do hotel, aí tivemos que pagar nossa parte e mais e mais... Então, saímos de lá 18h00. Em ponto. Quer dizer, essa foi a hora que entramos no carro no estacionamento, após colocar as coisas já no porta-malas.

John: Você dirige agora.

Matheus: Fica atento, vou matar a gente.

John: Pelo amor de Deus, não.

Matheus: Não quer morrer virgem, John?

John: Vou continuar vivendo virgem.

Matheus: Eu acredito...

Nem vou entrar em detalhes sobre o olhar perverso que ele tinha no rosto. Apenas entrei no carro, me aconcheguei e coloquei o cinto. Agora mais quase 3 horas dentro de um carro, pra sair com a bunda quadrada! E amanhã, trabalhar... Voltar toda a rotina chata novamente. Minha versão mal-humorada e cansada vai voltar também, isso é fato.

E claro que as músicas do Matheus voltaram, mas dessa vez ele não tava pulando e cantando que nem um maluco. E que bom! Assim eu chegarei em casa vivo, se Deus quiser.

Na verdade, acho que nem em casa vamos chegar... Depois que subimos a serra, tava um trânsito do caralho, os carros simplesmente não andavam. Se andavam, um pouquinho de nada por minuto!

Matheus: Nossa, 00h00 a gente chega.

John: Ah, mano... — Suspirei em irritação.

Matheus: Olha a hora que a gente decide descer também! Tá todo mundo saindo da praia essa hora.

É isso, vamos ficar minutos, ou até horas em um carro praticamente imóvel. Já eram 18h30...

18h40 tínhamos andado em passos de formiga. Matheus girou a chave e desligou o carro. Além de economizar a gasolina e bateria, não faz diferença alguma, pois estávamos parado de qualquer forma. Ele ligava o carro, andava 50 metros e desligava de novo... E assim por bastante tempo...

19h10, 20, 30, 40, 50...

Só às 20h00 que começamos a andar mais rápido, o quê equivale ao engarrafamento diminuindo. Sim, 20h00 e não estávamos NEM PERTO da metade do caminho. Eu não duvido que vamos chegar em casa 00h00 mesmo. Quase 2 horas no trânsito...? O John mal-humorado já está dando sinais de volta.

21h30, já estávamos próximos a metade do caminho, mas paramos em um posto de gasolina. Sobre o Felipe e minha irmã? Não faço ideia. Aliás, eles iriam levar minha tia e o Miguel pra casa deles, então talvez pegaram outro caminho, não sei. Eu e Matheus aproveitamos pra usar o banheiro, ele abasteceu o carro, e eu aproveitei que naquele posto tinha um restaurante/lanchonete e comprei algumas coisinhas bocas... Em outras palavras, gastamos mais 30 minutos nesse posso, e agora eu que vou dirigir. Já estou tão cansado, estressado... Que até acho que quem vai acabar batendo o carro sou eu.

Minutos e minutos... Horas depois... Olhei pro Matheus, e ele dormia, com sua cabeça encostada na janela. Eu não vou acordar, nem cutucar ele dessa vez. Sei que deve estar tão cansado quanto eu. 23h00, chegamos finalmente na avenida que se usa para pegar a rodovia pra praia, mas dessa vez estávamos voltando da praia, ÓBVIO! Com isso, voltou toda aquelas regras da cidade grande. Uma barulheira do inferno, semáforo pra todo lado, buzina de moto, principalmente... Ah, como eu sinto falta do som das ondas do mar...

Dirigi até o meu condomínio, e lá estacionei bem na frente, desligando o carro. Pobre Matheus que ainda vai ter que dirigir até sua casa... Espero que seu carro não volte pro conserto.

O Coração do Virgem Nunca AmadoOnde histórias criam vida. Descubra agora