Transição Impactante

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Meu peito começou a subir e descer rapidamente, realmente deixando claro o meu desespero. Eu não consegui dizer nada naquele momento, nem tinha como! Eu não sabia que isso seria mais difícil do que eu pensei, estou desesperado, também.

E agora pra piorar, ou melhorar, ele começou a aproximar seu rosto do meu, obviamente na intenção de um beijo... Eu não estava preparado! Posso relembrar vocês de que ainda sou bv, certo? Então, tipo, experiência zero. Esse pode ser o beijo mais desagradável da vida dele, por isso eu evito, mas agora eu estava preso contra a parede.

Ele se aproximou mais, comecei a tremer, mimha respiração ofegante, nossos lábios a pouquíssimos centímetros de distância... Nesse nível, eu sentia o seu hálito de cerveja, como se eu estivesse cheirando uma garrafa da bebida. Ele se aproximou... E eu virei meu rosto pro lado, fazendo-o encarar minha bochecha.

John: N-Não... Não, por favor... Eu não sei fazer isso...

Matheus: Eu sei que não...

John: M-Mas...

Matheus: Só segue meu ritmo...

Suas mãos descerem para as minhas bochechas, e suas sobrancelhas se curvaram pra baixo, mostrando a tristeza dele. Uma lágrima escorreu e sem hesitação, ele me beijou.

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHH!!!

Isso acima é como estou por dentro.
Certo, eu realmente preciso ver um tutorial de como beijar, porque eu simplesmente fiquei imóvel! Dá pra imaginar essa cena? Até que dá, mas é tão constrangedora que o cérebro pode se recusar a querer imaginar, eu não duvido nada disso...

Agora, coisas que eu ACHO que precisam ser feitas em um primeiro beijo, mesmo que você/eu, por alguma razão, já tenha 29 anos de idade:

1. Relaxar.

É algo que eu desaprendi do nada! Como se todos os meus músculos estivessem pesados agora, e eu tivesse o peso de um elefante. E, tipo, desaprendi a respirar também! Como relaxar sendo que você não consegue soltar ou sugar o ar?!

2. Gritar.

Eu acho que isso também deve ser necessário em um primeiro beijo. Se for parar pra pensar, não é algo tão fácil de conseguir, então você basicamente--

Ah, esquece essa baboseira, eu sou o único que gritaria em momentos assim. E até agora eu não entendo porquê estou criando todo esse argumento, sendo que fisicamente ainda estou parado que nem uma estátua! Eu preciso agir...

Comecei empurrando Matheus pra trás, forte até demais, fazendo o "beijo" se quebrar. Quando reparei que ele iria quase tombar no chão, segurei a sua mão, e ele apertou a minha, ainda me olhando com seus olhos molhados, e seu rosto pesado. Aquilo fez meu coração doer, mas virei meu rosto pro lado, tentando evitar contato visual com ele, e tentando relaxar também... Mas bem em seguida, senti Matheus abraçando minha cintura com sua outra mão, e beijando meu pescoço.

De princípio me assustei um pouco, mas logo fechei meus olhos e mordi meu lábio inferior, ainda puxando e soltando o ar pesadamente. Levantei ligeiramente minha cabeça, como se eu quisesse liberar mais espaço, para Matheus ter um acesso mais fácil ao meu pescoço...

Comecei a pensar. Tá, eu não sou nada experiente com isso, porém, como o Matheis está bêbado, pra ele tudo sairia perfeito, mesmo se eu literalmente babar litros na boca dele. Então eu posso usar essa situação pra aprender alguma coisa... Tipo, "usar" ele, mas não no sentido ruim... Essa é minha decisão final. Não há nenhuma outra além dessa, ou sair correndo.

O Coração do Virgem Nunca AmadoOnde histórias criam vida. Descubra agora