Chega de Sofrência

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Agora sim, quando deu 18h00, eu pude sair do trabalho, sem ter mais horas de sofrimento, e isso foi um alívio. A parte ruim é que vou ter que voltar de ônibus e metrô como nos dias normais. Fui até o ponto de ônibus e me sentei no banco, suspirando em cansaço, exaustão. Isso nem novidade é.

Passou 10 minutos contados, e um carro parou na frente do ponto. Já de cara, eu reconheci de quem era, mas nem me movi, apenas observei a janela se abrindo e eu sendo obrigado a ver o rosto daquele animal, mais uma vez.

Matheus: E aí, princesa? Sua carroagem tá pronta.

John: O quê você tá fazendo aqui?

Matheus: Vim te buscar!

John: Você não avisou. E vai começar a me buscar todo dia agora?!

Matheus: Cala boca e entra aí, desgraça.

Eu acabaria sendo o idiota da história se eu recusasse uma carona, porém, nem em direção à casa eu estava querendo ir. Primeiro, preciso ir urgente no mercado, senão passo fome em casa.

John: Preciso ir no mercado.

Matheus: É? A gente vai então.

John: Tô precisando de uma cesta básica.

Matheus: Por quê? Você já pode me comer, e ainda de várias maneiras.

Huh, eu estava até estranhando ele não ter soltado essa mais cedo, mas claro que ele soltou. Enfim, chegamos no mercado, e eu já tive que ir logo na sessão de frutas e verduras porque preciso manter a minha ótima forma. Só que não, só fui lá pois era necessário mesmo.

John: Que absurdo, quase 11 reais UM abacaxi, pelo amor.

Matheus: Ah, mas esse deve ser dos bons, oh. — Ele tocou no abacaxi, bem na parte afiada a coroa — Aí-- Aí, doeu.

Tampei minha boca e me virei, rindo e saindo andando, como se eu nem conhecesse ele.

John: A vergonha que eu tô passando, meu Deus... Depois dessa nem o abacaxi eu levo mais.

Matheus: Ali, John, banana.

John: Hm? Onde?

Matheus: Ali?!

John: ONDE?

Matheus: AQUI, PORRA!

Meus olhos seguiram aonde a mão de Matheus apontava, até ele mudar a direção e apontar na parte entre suas pernas. Revirei meus olhos e saí andando de novo, enquanto ele voltou a rir e me cutucar.

Matheus: Eu não menti.

John: Certeza que é banana nanica.

Matheus: Continue pensando assim até você parar em uma cadeira de rodas.

Não tem nem como não corar depois disso. É cada safadeza atrás da outra, e o pior é que em alguns casos ele não deve nem estar falando na brincadeira, o quê me deixa mais nervoso ainda. Mas eu sei disfarçar.

Enfim, peguei um carrinho, e nos separamos no mercado. Comecei a pegar tudo que precisava, e às vezes eu encontrava Matheus de repente no mercado, e ele colocava algumas coisas que tinha pegado no carrinho. E ficou assim por um tempo. É bem mais legal quando você vai ao mercado com alguém, além de sozinho que é como costumo ir...
Eu e Matheus nos encontramos no meio do mercado mais uma vez, e ele tinha mais algo novo em suas mãos.

John: Que isso?

Matheus: Gel.

John: Gel?

Matheus: É.

O Coração do Virgem Nunca AmadoOnde histórias criam vida. Descubra agora